capítulo 1. rose

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Na manhã seguinte, seguimos com nossa bagagem para o embarque do Expresso de Hogwarts, com destino a plataforma nove e meia. Eu, Scorpius e Albus, apesar de termos passado praticamente a noite inteira em claro, surpreendentemente, não estamos tão cansados.

Encontramos uma cabine vazia localizada no final do vagão e imediatamente nos esparramamos nos bancos, loucos por algumas horas em paz. Me sento logo ao lado da janela, com Scorpius ao meu lado, enquanto Albus se deita ocupando todo o banco de frente ao nosso.

Ontem, após ter nos encontrado na cozinha, ao contrário do que pensei, ele não quis saber o porquê estarmos lá sem tê-lo chamado. Tudo o que eu e Scorp fizemos foi nos sentarmos ao lado dele no chão e todos comemos os restantes biscoitos sem dizer mais nada. Às vezes o silêncio significa tudo na nossa amizade, porque é um daqueles momentos que só queremos nos confortar em momentos ruins, porém sem palavras - por mais estranho que isso possa parecer. 

— Por mais que eu ame o Natal da nossa família, tudo o que eu queria era passá-lo sozinho e sem tumultos este ano — É a primeira coisa que Albus diz após cobrir o rosto com os braços, já totalmente esparramado no banco — Pela saúde da minha sanidade mental, vamos prometer passar o feriado em Hogwarts ano que vem. Será o nosso último ano e nossos pais nem poderão nos proibir de querer isso pelo menos uma vez em todos os anos de escola.

— Não precisa nem repetir, eu topo — Me viro no banco de um modo que pudesse apoiar as costas na janela e colocar meus pés sobre o colo de Scorpius, que faz uma careta, mas os arruma antes de também responder meu primo.

— É, eu também. Só não fiz isso este ano porque recebi uma proposta mais interessante do que passar o Natal na minha tia — Me provoca com a última frase e eu apenas reviro os olhos.

Albus tira os braços da frente do rosto e olha para ele com curiosidade. Scorpius, para fingir que não percebeu o olhar questionador que lhe era lançado, inicia uma massagem nos meus pés. Apoio a minha cabeça para trás e fecho os olhos, aproveitando o momento para relaxar.

— Vocês estão estranhos — Ouço Albus dizer, mas não me mexo, e nem mesmo Scop diz algo. Ficamos alguns segundos quietos, nos quais sinto o olhar do meu primo queimar sobre mim, até ele mesmo quebrar o silêncio novamente — Podem desembuchar, porque não aguento mais não saber dos segredinhos que vocês andam trocando. O que quis dizer com isso, Scorp?

Após essa fala, volto a abrir meus olhos e vejo Al sentado de braços cruzados, o que significa que ele fala sério e nos pressionaria até contarmos a verdade. Nem adianta fingir para a pessoa que mais nos conhecia, então logo Scorpius desata a explicar a situação na qual eu nos enfiei - até porque não tínhamos criado nenhuma regra que ia contra a contar a Albus sobre nosso namoro falso.

— É o seguinte: Vou passar o Natal na toca — Antes que pudesse continuar, porém, foi interrompido rispidamente.

— Explicação muito vaga, até porque sei que não é só isso. Já tinha até mesmo te convidado, mas você disse que não queria atrapalhar a reunião em família, e blá, blá, blá — O Potter retruca rapidamente — Porque agora mudou de ideia?

— Como eu ia dizendo antes de você me interromper, mudei de ideia porque alguém — Olha para mim neste momento da fala — meio que me pressionou.

— Ei, não jogue a culpa para mim, seu traidor — Tiro meus pés de seu colo para que eu pudesse me sentar direito — Hyperion não explicou direito, Al. O resumo da história é que estamos namorando pelo bem da minha reputação e preciso apresentá-lo formalmente à nossa família.

Nos poucos segundos seguintes, Albus analisa bem as nossas feições, para logo explodir em uma gargalhada. Ele gargalha de verdade, como se esta fosse uma situação inimaginável. Porém logo volta a ficar sério - ou tenta, porque é possível identificar um sorriso meio escondido.

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⏰ Last updated: Apr 29, 2023 ⏰

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