prólogo

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Rose

— Por acaso algum de seus primos te desafiou a isso, Rose? — É a primeira coisa que Scorpius diz após alguns segundos analisando meu rosto, como se eu fosse começar a rir a qualquer momento, dizendo que a proposta é apenas uma brincadeira.

Mas não é.

Tudo bem, a proposta meio é maluca e precipitada. Eu sei. Mas eu realmente estou precisando deste favor. Além disso, preciso pedir isso a alguém que me conheça de verdade e que não me julgue por ter uma ideia insana. E quem melhor a propor isso do que meu melhor amigo?

— Previsível, mas não. — Reviro os olhos, mas logo volto a minha cara pidona. Apoio os cotovelos na mesa e coloco minha cabeça ali, fazendo biquinho. — Por favor, Scor!

Ele fecha o livro ainda aberto na sua frente, e larga a pena, como se só percebesse agora que eu estava falando sério.

— E o que eu ganho com isso? - Levanta as sobrancelhas, questionador — Ou melhor, o que você ganha com isso?

Olho bem em seus olhos e inclino um pouco a cabeça. Bem, o que eu quero com isso, afinal? Provar para os incrédulos dos meus parentes que eu consigo sim arranjar um namorado. Não me entenda mal, eu amo a minha família. Mas quando se trata de um monte de primos ridiculamente intrometidos e irritantes, você sente a necessidade de provar tudo a eles.

Veja bem, meus adoráveis parentes - tio George incluído - adoram me dizer que as chances de eu arranjar um namorado ainda em Hogwarts são mínimas. Só porque acham que eu sou uma garota muito peculiar. Isso tudo só porque eu sou a única que nunca fui vista beijando alguém, ou algo do tipo. Não que não tenha acontecido, mas eu não preciso anunciar isso aos quatro ventos, nao é  mesmo? Eu gosto da minha privacidade.

Realmente não me importo com o que eles pensam ao meu respeito, porque eu sei as coisas que fiz, e apenas isso importa. No entanto, o quão legal não seria calá-los sobre suas opiniões - que nem deveriam ser ditas em voz alta, para começo de conversa?

Por isso estou aqui, fazendo uma cara ridícula apenas para convencer o meu melhor amigo a fingir ser meu namorado pelo feriado.

— O que você ganharia? — Também levanto as sobrancelhas, agora sentada normalmente em minha cadeira — Obviamente a minha maravilhosa e encantadora companhia durante o feriado.

Ele tenta segurar o riso por um momento, mas não consegue. Dez segundos depois, está rindo descaradamente da minha cara.

— Shiu! — Digo ao olhar ao redor, e perceber que a bibliotecária olhava para a gente de forma a nos repreender — A Madame Pinns está olhando para cá!

Ele tenta se controlar e para com a risada, mas continua com o sorriso sarcástico.

— Desculpa, Rosie, mas não estou afim de ser azarado por um monte de cabeleiras ruivas no Natal.

— Não é como se você nunca tivesse passado o feriado lá na Toca.

— Como seu melhor amigo e de Albus. É diferente! — Esclarece, como se mudasse alguma coisa — Além disso, seu pai não me odeia mais, o que é ótimo. Imagina ser apresentado como seu namorado! Todos esses anos o cativando, pro ralo. Nada que jogos de xadrez ou conversas sobre os Chudley Cannons poderia resolver.

Se ele não concordaria do jeito fácil, eu teria que apelar.

— Você não quer mesmo que eu peça para o Lorcan ser meu namorado falso, quer? Nossas famílias são próximas mesmo — Ele não responde, mas vejo seu sorriso vacilar. Sorrio internamente. Estava funcionando. — Além disso, você terá uma desculpa para não passar a data na casa da sua tia. Você odeia ir para lá. Pelo menos teria um Natal mais animado.

play pretend - scoroseWhere stories live. Discover now