You Are Safe Now

Capítulo 7 - Pesadelo

Eram cerca de 3 horas da manhã quando Jess foi acordada de repente por um grito de desespero.
O susto foi tanto que ela se sentou na cama, mas logo notou que quem gritava era Adam, ainda dormindo ao seu lado.

"Um pesadelo!" - Ela começou a balançar o pequeno enquanto o chamava - "Adam, bebê, tá tudo bem. Acorda."

O garoto abriu seus olhos em puro desespero e se levantou da cama, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, foi puxado de volta para por Jess que o abraçou firmemente.

"Shhh, calma, meu amor. Eu tô aqui. Você não está sozinho"

Ele se debatia em nos braços dela e continuava gritando.
Ela o segurou firme por mais alguns segundos até ele começar a voltar para a realidade.
Assim que olhou pra cima, viu ela com um olhar preocupado.

"M-mommy!" - Ele afundou o rosto nos seios dela e continuou a chorar.

"Isso, meu amor, a mommy tá aqui" - Ela disse com calma enquanto fazia carinho nele.

O corpo inteiro dele tremia e ele tentava se afundar ainda mais nos peitos dela.
Vendo que a situação estava bem intensa, ela decidiu se levantar com ele no colo e ir até a cozinha.

Começou a preparar um chá que iria ajudá-lo a se acalmar. Apesar de ser um desafio fazer tudo com apenas uma mão, ele deu conta.
Fez um chá de camomila e começou a soprar levemente para esfriar.

"Aqui meu amor, isso vai te ajudar a se acalmar"

Adam olhou para o copo e então para Jess. Ao ver o sorriso gentil dela, tentou pegar o chá

"Não, não. Deixa eu que te dou, ok?" - Ela comentou se sentando no sofá.

O pequeno estava sentado em seu colo de lado e com a cabeça apoiada em seu ombro.

"Aqui" - Ela levou o chá até a boca dele.

Ele deu um gole leve para ver se não estava muito quente. Então deu outro mais longo.

"Quer falar sobre seu pesadelo?" - Jess perguntou e notou o garoto ficar tenso.

"N-não sei..."

"Pode te ajudar se você falar sobre"

"Tá..." - Ele suspirou - "Eu sonhei que estava no orfanato de novo... E eles estavam me b-batendo"

Ele estava chorando novamente. A maior ofereceu mais alguns goles do chá.

"Você viveu em um orfanato? E quem te batia? As outras crianças?"

"Uhum... E as moças que cuidavam da gente também..."

"Elas batiam em todas as crianças?" - Jess perguntou tentando disfarçar a raiva.

"Não... Só eu, porque eu sou estranho..."

A maior o abraçou e ofereceu o último gole de chá.

"Você não é estranho"

"SOU SIM!" - ele gritou, surpreendendo Jess - "Eu sou estranho! Eu sei disso! Todos sabem! Os outros nunca gostaram de mim porque eu sou estranho!"

As lágrimas escorriam de seu rosto que tinha uma expressão de pura dor.
A mais velha nunca tinha visto uma reação tão forte vindo dele.

"Até quando eu falo eu sou estranho! Eu irrito as pessoas... A moça do orfanato me dava bronca porque eu falava demais e um dia me bateu muito por isso..." - Ele chorou

"É por isso que você não falava até hoje?"

"Sim..." - Ele respondeu enxugando suas lágrimas - "Eu não quero voltar pra lá... Eu não quero mais sonhar com isso..."

"Eu vou te ajudar, meu pequeno" - Ela comentou o abraçando firme.

Ela se levantou com ele ainda em seu colo e voltou para o quarto.
Assim que viu a cama, Adam se desesperou. Ele estava com medo de ter outro pesado. Se abraçou firme a Jess e começou a tremer novamente.

Ela o colocou na cama, tirando ele de seu colo, o que resultou em mais choro e tremedeira.

Ele estava confuso. Por que ela não o tinha em seus braços? Por que ela parou o contato físico?
Sua ansiedade subiu e sua mente começou a processar inúmeros pensamentos negativos.

De repente, ele foi coberto por algum tecido apertado junto de uma pele macia e quentinha. Sua mente se acalmou instantaneamente mente.
Quando notou, ele estava literalmente dentro da blusa de Jess.
Ela usava uma blusa bem larga de pijama, de forma que Adam coube dentro junto dela.
Como não usava sutiã para dormir, o rosto dele estava aninhado em meio aos seios dela.

"Agora se acalmou um pouco" - Ela disse gentilmente - "Bom menino"

Eles se deitou com ele na cama lentamente.
O corpo dele estava praticamente colado no dela, trazendo uma sensação de segurança e paz. Estava quentinho, macio e confortável.
Ela fazia carinho em suas costas com um mão e cafuné com a outra.
O som rítmico das batidas do coração dela era quase como uma canção de ninar.
Inconscientemente a respiração dele imitou o ritmo da respiração dela, acalmando ainda mais.

Ela cheirava tão bem. Um aroma paradisíaco que limpava a mente dele de qualquer pensamento negativo.

Adam nunca havia se sentido tão acolhido em toda a sua vida.
Agora ele entendia como um bebê se sentia nos braços de seus pais. O mundo poderia acabar que, ainda assim, nada o abalaria.

"Muito bem, pequeno" - Ela disse com um tom amável e gentil - "Você está indo muito bem em se acalmar"

Ela o segurou com mais firmeza.

"Só feche seus olhos e siga a minha voz, ok?"

O garoto fez como foi pedido e se focou completamente nas palavras de sua salvadora.

"Foque seus sentindos no agora. Se foque no meu toque" - Ela disse acariciando suas costas - "No meu calor"

Ele começou a se sentir sonolento.

"No cafuné gostoso que estou fazendo em você"

Os olhos dele começaram a ficar pesados.

"Se foque no conforto do seu rostinho lindo aninhado nos meus peitos"

Ele ficou vermelho com isso, mas fez como ela disse.

"Você está seguro agora" - Ela comentou tranquilamente - "Não tem nada que possa te tirar daqui. Ninguém que possa te machucar. E o passado não vai voltar"

Ele começou a ter dificuldades em se manter acordado.

"A mommy vai te proteger sempre"

"M-mommy" - Ele comentou com sua voz abafada entre os seios da maior.

"Isso mesmo. A mommy tá aqui. Você não vai mais sofrer"

Ele finalmente caiu no sono, aconchegado em Jess.
Já a maior, por sua vez, estava com um sentimento conflitante. Ela sentia raiva daqueles que fizeram o pequeno sofrer e, ao mesmo tempo, estava completamente feliz de ter ele em seus braços.
No fim, a felicidade venceu e ela pode dormir com um sorriso no rosto.