Capítulo 10

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SCORPIUS MALFOY

Os jantares da família Malfoy eram, geralmente, silenciosos.

Meu pai costuma se sentar na ponta da mesa e mantém seus olhos no Profeta Diário todo o tempo, sempre usando roupas escuras e camisetas de mangas. Se vi sua marca negra, foram raras as vezes.

— Querido, você nem tocou na comida.

Minha mãe diz de forma delicada, me incentivando a comer e também a puxar um assunto. Sei que ela não sabe lidar comigo. Acho que ela esperava que eu fosse mais como meu pai nos tempos da escola, de certa forma, popular.

— Estou um pouco sem fome.

Mamãe engata em comentários aleatórios sobre precisar ver o que iria cozinhar, uma coisa que ela adora fazer, mesmo tendo dinheiro suficiente para encher a cozinha de empregados.

Papai me encara, curioso. Pela primeira vez no jantar afastando seu olhar do jornal.

— Vi que fez amizade com mais Weasleys e Potters.

Dou de ombros.

— Você sempre mencionou que eu precisava de mais amigos além do Albus.

— Claro, apesar dos pesares, eles são boas pessoas.

Ouvir isso sair da boca do meu pai, me dá um certo calafrio. Infelizmente, ninguém nunca me deixou esquecer quem Draco Malfoy foi durante toda sua adolescência e como ele era cruel.

Principalmente com os Weasleys.

— Senhor Malfoy, uma coruja acabou de deixar uma carta para você.

Desde que os elfos tinham ganhado sua liberdade, nós tínhamos apenas alguns empregados.

Agradeço e pego a carta enquanto mastigo minha comida e meu coração dá um pulo ao ver que não é de Albus e sim de Rose.

Se os dois haviam conversado, claro que Albus sabia que eu sabia sobre Lorcan Scamander. Mas, isso significaria que Rose deve ter mencionado o beijo. Então poderia ser que Albus estivesse chateado por não ter contado.

Mas também estou chateado. Sou melhor amigo dele, entendo não estar pronto para contar pro mundo como se sente, mas eu nunca o julgaria por isso.

— Então, uma carta de Rose Weasley?

Aquilo foi como um soco no meu estômago. Mas não de forma ruim, mas como... borboletas? Que droga.

— Sim, somos amigos. — Vou fingir que não é nada demais, se eu disser que é só uma carta de uma amiga, talvez meu pai pare com esse tom sugestivo.

Mas o olhar dele, é de certa forma, cômico, como se fosse muito engraçado. Draco Malfoy em tom brincalhão poderia ser considerado quase como um milagre de Natal.

— Amigos, ouviu Astoria?

Mamãe também está sorrindo.

— Ah claro, porque quando seu pai e eu éramos "amigos" — Ela fez questão de frisar o amigos — eu também enviava um monte de cartas para ele.

Reviro os olhos, sentindo meu rosto arder de vergonha.

— Não são um monte de cartas, é apenas uma carta.

Os dois dão risada. Risada. Meus pais estão rindo.

— Tá tá, leia em voz alta para nós então.

De jeito nenhum.

Agora os dois estão gargalhando.

— Eu imagino a cara de Ronald Weasley descobrindo que a filha dele tem um grande problema com sonserinos. — Mamãe menciona, rindo ainda mais — E imagina, o ataque cardíaco, uma Weasley e um Malfoy.

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⏰ Last updated: Feb 22, 2023 ⏰

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Ele Não Está Tão Afim De VocêWhere stories live. Discover now