Eu e você

Treze

Para a minha surpresa, acordei cedo no sábado. Suspirei triste ao ver que eram 8:04 da manhã, então tento voltar a dormir, mas não rola não. Me levanto, faço um café bem forte e vou estudar.

Perco a noção do tempo e realidade, voltando ao momento quando vejo Nani passar por mim e apertar meu ombro. Escuto ela dizer que ia sair pra comprar comida e me assusto ao ver que era uma da tarde já. Caramba, empolguei mesmo nos estudos! Guardo meus materiais e arrumo a mesa, faço um suco de abacaxi e espero o rango chegar, ouvindo minha barriga roncar.

Pela tarde, Ananda diz que Bela vai colar na casa dela e fala pra gente fazer um bolo, mas a bonita tava sem ingredientes em casa e me arrasta até o mercado. Bela chega dez minutos depois de voltarmos.

– Minha filha, é só pra bater os ovos, não precisa se lambuzar com eles!

– Dá um tempo, Nanda, tu sabe que eu não cozinho nada.

– Realmente... deve ser triste ter mais de vinte anos na cara e conseguir queimar um miojo!

– Eu me distraí, okay? Acontece! – grita ofendida. Dou risada das duas e vou atender meu celular tocando, vendo o nome do Leo.

– Em que posso ajudar, senhor?

– Fala, loira bonita! Tudo certo, gatinha?

– Tudo ótimo, apenas curiosa com a ligação. Não disse que ia ajudar o teu pai hoje o dia inteiro?

– Exatamente, inclusive to na Resenha vendo uns negócios pro show de hoje, o que me leva ao ponto.

– Diga que eu te escuto.

– O convite que fiz aquele dia no bar tá de pé! Se disserem sim, coloco o nome de vocês na lista agora mesmo.

– Opa, que chique. Vou conversar com o pessoal, beleza? Em meia hora te retorno.

– Ok, mas adoraria que você viesse – o sorriso que dou atrai a atenção das meninas.

– É mesmo? Então vou fazer esse favor pra ti, pode por o meu nome.

– Show! Tenho que ir, gatinha, meu pai não para de me berrar aqui.

– Até mais tarde, nego – desliga.

– Quem era? – uníssono.

– Leo – guardo o celular no bolso. — Chamou a gente pra ir na Resenha, vai colocar nossos nomes na lista.

– Entrar de graça? Minha filha, já to lá! – a morena comemora. – Se ele lançar outro balde hoje eu beijo aquele homem!

– Cuidado, gata, Alice vai ficar com ciúmes – Bela provoca.

– Mimimi, vocês são insuportáveis – mostro língua. – Vamos falar com os meninos então, disse pro Leo que ia confirmar vocês em meia hora.

– Já comigo – Nanda pega o celular e liga pra eles. Mando mensagem pro Leo avisando que todos iam. – Gente, lá é casa de playba, tenho roupa pra isso não.

– Tu tá sempre gostosa, vida, nem esquenta a cabeça com isso – digo voltando a atenção pra massa do bolo.

– Seu eu soubesse que iríamos sair teria trazido uma roupa melhor – Bela resmunga.

– A gente te empresta, besta – falo. Finalizo a massa e coloco a forma no forno, Ananda faz o recheio e ficamos sentadas na mesa da cozinha esperando dar o tempo. – Espero muito que isso aqui não dê dor de barriga mais tarde! – digo já comendo o bolo, ainda quentinho.

– Nem me fale, já to pensando no terror que vai ser ir ao banheiro com o look que to pensando.

– Não me inventa de usar aquele teu macaquinho, Nanda – Bela faz careta. – É um porre tirar aquilo do teu corpo.