Capitolo Quattro

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Camillo Romano

Um ano antes

— Talvez essa ida melhore as coisas, vocês ficarão fora de alcance em Cretaccio. E de certa forma estarão mostrando a força da família. — meu padre¹ falava entre um trago do charuto e outro — Entretanto se algo der errado, — pigarreia — você deve assumir a famiglia². Vai conseguir abandonar tudo lá, e vir para cá? — questiona. Fico inquieto na cadeira só de pensar na possibilidade de sua morte. Mas respondo confiante:

— Não se preocupe. Tenho tudo sob controle. — penso se diria algo mais, mas é melhor que ele não saiba de todos os detalhes. Assim não pode ser responsabilizado caso algo aconteça. — Ficarei disponível para voltar a qualquer momento, mas sei que não vou precisar. — afirmo confiante, meu pai é duro na queda — Apesar dos rumores, a Mammina³ está de volta, e com a Ale (se lê Ali). É mais força para a família.

— De fato, mas o passado da Alessa é complicado. Podem questionar a autoridade de sua mãe quanto a isso, fora que existe outra criança que não é uma Romano. — suspira pesadamente e apesar de ela não estar na sala, ainda assim ele fala baixo sobre o assunto.

— A forma do nascimento da Bianca vai sujar mais a famiglia Costa que a nossa. Ele será caçado pelo que fez, se caso descobrirem! E acredite, o vovô o mataria com as próprias mãos! — Travo o maxilar. Eu torço para não encontrá-lo, porque ele iria desejar estar morto ao invés de cair em minhas mãos.

— Então é melhor que ele não saiba. — concordei com a cabeça. — Ainda.

Estávamos organizando minha ida e da minha irmã, a Cretaccio, iríamos levar alguns pedine de confiança do meu pai e alguns novatos – assim sua lealdade seria mais nossa. Não ficariam divididos –.

Apesar de tudo, minha mãe estava desgostosa com o fato de ficar sem nenhum dos filhos por perto. Quase desolada. Espero que a Alessa tenha alguma sorte em acalmá-la. O que eu duvido muito que aconteça. Mas não custava tentar, né? Ela deveria fazer ao menos isso, já que fiz todo o resto.

Estava quase tudo pronto para nossa partida, só arrumar as malas e ir para nosso transporte. Nosso pessoal iria dividido, alguns iriam de carro, outros de avião, alguns ainda de navio. Alessa e eu iríamos de outra forma. Separados de todos, penso ser mais seguro desse jeito. Fora que colocar a Alessa em um carro era um trabalho complicado, e ninguém poderia saber de suas fraquezas além da família.

O que me lembra que apesar de a lista de problemas a solucionar estar pequena no momento, ainda sinto que pode haver mais alguma coisa. E durante a viagem seria um ótimo tempo para conversar com a Alessa e fazê-la se abrir. Precisamos confiar 100% um no outro para que tudo corra perfeitamente bem.

— Quero que leve o Rocco com vocês. — E meu plano foi por água abaixo depois dessa fala. Mas que p...

— É extremamente necessário isso? — Pergunto mantendo uma fachada calma e despreocupada. Não adiantava espernear ou dizer que não queria, na máfia aprendíamos a não ter essas criancices. Era sim e não. Eu por ser filho ainda conseguia fazer uma contestação ou outra, mas nunca na frente de ninguém. E como não tinha ninguém aqui, era minha chance — Não tinha pensando em levar ele. — confesso.

— Isso me surpreende. Vocês são melhores amigos! — Meu pai questiona confuso — O que aconteceu entre vocês? — Eu poderia citar uma lista de coisas, que envolviam teorias minhas e uma ainda maior da minha mãe – claro que ela que colocou essas coisas na minha cabeça –. Na verdade analisando de um ponto de vista melhor, ela pode ter me aberto os olhos. Mas como não haviam evidências, não tínhamos nada. Então...

À Espreita - Máfia ItalianaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant