Um Forasteiro na Cidade...

66 14 1
                                    




         Assim que o ônibus parou em frente ao único hotel, ou melhor, pousada do vilarejo de pescadores, alguns passageiros desembarcaram. E entre eles, um homem alto e louro... Ele respirou fundo e entrou no estabelecimento de aparência modesta, porém muito limpo e aconchegante! Uma mulher mais velha, que tinha uma peculiar anormalidade em um dos olhos, estava atrás do balcão e o saudou alegremente:

         "Seja bem-vindo à Pousada Lazy Susan! É uma satisfação receber a sua visita em meu estabelecimento, senhor... senhor..." – ela tentou adivinhar o nome dele.

          "Rephic, Billy Rephic... encantado!" – Respondeu Bill, usando um nome diferente. Ele usava esse nome quando queria ou precisava ficar anônimo. "Eu liguei há uns dois dias para perguntar se ainda tinha algum quarto vago!"

          "Ah, sim... aqui está!" – Respondeu a proprietária, verificando o seu caderno. "Senhor B. Rephic... só temos dois quartos vagos, no momento! Ambos são individuais e ficam na parte de trás da pousada! E também contam com um pequeno banheiro individual, mas sem banheira de hidromassagem!"

           "Está ótimo para mim, senhora..." – disse Bill sem demostrar seu desagrado. "Espero que a cama seja bastante espaçosa..."

          "Nesse caso, eu lhe recomendo o quarto 17, que tem uma cama de casal!" – disse a mulher pegando uma chave no quadro de chaves. "Queira assinar aqui, senhor, enquanto chamo alguém para levar a sua bagagem!"

          "Não é preciso, senhora... eu mesmo carrego a minha bolsa!" - Respondeu Bill recusando a ajuda. "Não está tão pesada assim..."

            "Como queira, senhor Rephic... terceira porta à direita, subindo as escadas!" – Informou ela ao lhe entregar a chave. "O café da manhã está incluso e será servido a partir das sete horas, na sala de jantar! As outras refeições serão cobradas à parte... E os horários estão informados no quadro de avisos!" – Ela apontou para um quadro na parede ao lado.

           "Obrigado, senhora... eu não me esquecerei disso!" – Respondeu Bill largando a caneta e pegando a chave, antes de se dirigir ao quarto destinado. "A senhora é muito amável, madame..." - ele sorriu fazendo-a corar encabulada.

           "Oh... o-obrigada... meu querido!" – Ela balbuciou e retribuiu sorrindo também. "Chame-me de Susan... não precisa tanta formalidade, comigo!"

            "Até mais tarde... Susan!" – Despediu-se Bill, fazendo uma graciosa reverência e se afastando devagar.

         Enquanto ia para o quarto, ele riu-se internamente com a sua pequena pilhéria. Pelo menos, a proprietária ficaria encantada por algum tempo... E poderia ser uma boa fonte de informações, se necessário! Como toda cidade pequena, era fácil descobrir as coisas, bastava perguntar as pessoas certas. E um comerciante era sempre falante e atencioso... Qualquer coisa para agradar a um potencial cliente!

          E a despeito de suas primeiras impressões, Bill descobriu que o quarto era bastante confortável, apesar da simplicidade. E a cama era muito macia, com lençóis de algodão que cheiravam a lavanda. Na verdade, todo o quarto cheirava a lavanda... E os travesseiros também cheiravam a sol e maresia. Provavelmente, eram arejados ao sol todos os dias.

         Bill largou sua bolsa num canto e se deitou para descansar um pouco, pois a viagem de ônibus fora cansativa, além de desconfortável! E fazia muitos anos que Bill não andava de ônibus... Na verdade, ele quase nem se lembrava de quando fora a última vez que fizera algo assim. Talvez durante a adolescência, em alguma viagem escolar. 

Ser ou Não... Sereia!Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum