Capítulo 6: Nazuna

2.9K 122 63
                                    

Tsumetai

"Um dia o falcão repousará nos galhos da cerejeira" – (desconhecido).

#6


Após fecharem a porta da varanda atrás de si, o quarto permaneceu na semi escuridão alaranjada proporcionada pela luz que vinha do abajur do quarto. Sasuke colocou os braços ao redor de sua esposa, dedos percorrendo o tecido em sua cintura. Baixou o rosto e beijou-lhe entre as sobrancelhas, um avanço lento, apesar de tudo.

Fechando os olhos, Sakura ergueu o queixo e separou os lábios. Uma leve expectativa e um frio no estômago tomaram-na enquanto o Uchiha arrastou-se por seu nariz delicado até, enfim, alcançar sua boca e dela receber uma resposta.

Sakura agarrou-lhe a camisa no peito com força, formando nós brancos nos dedos, deu alguns passos para trás e trouxe-o consigo até suas costas, inevitavelmente, chocarem-se numa das paredes, errando a porta do quarto por alguns centímetros.

O Uchiha desvencilhou uma das mãos femininas de sua camisa, levando-a pelo pulso até seus ombros, envolvendo-o. Essa mesma mão Sakura usou para atraí-lo para ainda mais perto de si puxando-o pela nuca, querendo mais contato, mais acesso para sentir os músculos de seu corpo, o perfume do seu cabelo negro e ouvir sua respiração cada vez mais pesada.

O beijo, até então longo e profundo, foi cessado devagar e a médica arrastou-se pela linha da mandíbula de Sasuke, abaixando-se e terminando no pescoço. O Uchiha tentou lutar contra aquela familiar sensação: o vazio no estômago ao pular de um abismo, ao sentir o toque dela ali.

O rapaz guiou suas palmas para baixo, os dedos roçando intencionalmente a lateral de seus seios ao abaixarem-se e rodearem sua cintura até alcançar o obi de seu yukata, repentinamente complicadíssimo de desatar, mas que depois de alguma insistência teve o nó cedido e a faixa abandonada.

Quando levou as mãos às mangas, o olhar de Sasuke cruzou com o de Sakura rapidamente, buscando algum indício, qualquer que fosse, de dúvida. Nada. Deste modo, puxou a lateral de um braço primeiro e depois a seguinte, a palma de sua mão percorrendo e sentindo a suavidade da pele dela conforme descia o tecido: tenra e quente.

O yukata, quando totalmente fora do corpo, caiu numa meia lua aos pés de sua esposa.

Um bolo formou-se em sua garganta, o pomo de adão subiu, desceu e sua respiração ficou esquecida, percebendo seu olhar demorar-se em cada ponto como um pecador faminto... mas, porra, aquela camisola estava uma coisa nela.

O batom de antes havia sido arrancado com o contato, mas seus lábios estavam ainda mais vermelhos pelos beijos, seu cabelo levemente volumoso pelo desalinho. Sasuke não conseguia simplesmente não olhar para sua esposa, para o decote nos seios, a cintura marcada pelo tecido, as pernas quase completamente descobertas. Deus, era muito provável que Sakura não tivesse a menor ideia de como ele a via - e menos ainda tinha alguma noção de como era vista exatamente agora.

— Você... — disse, sem conseguir terminar a frase, sentindo-a se aproximar e jogar os braços sobre si num abraço estranho e apertado. O Uchiha por reflexo puxou-a, tomando consciência dos seios macios dela pressionados contra seu peito.

Em seu ouvido, cheirando seu cabelo, Sakura sussurrou:

— Estou uma gata, eu sei.

Pelos cantos dos olhos, Sasuke viu-a enterrar o nariz em seu cabelo, os dedos entrando pela gola, nas costas, enquanto sua mão esquerda fazia o mesmo pela abertura de baixo, subindo pelo abdômen, erguendo a sua camisa. As unhas delas deixavam um pequeno fio marcado, ligeiramente vermelho.

TsumetaiWhere stories live. Discover now