— Com qual Bucky eu estou falando? — Quase reviro os olhos com a pergunta, mas James não parece se importar com ela.

— O nome da sua mãe era Sarah. — Responde com convicção. — Você costumava colocar jornal nos sapatos. — Ele ri levemente da última frase, o que causa a mesma reação em Steve pela lembrança compartilhada pelos dois, uma lembrança dos tempos antigos e que parece guardar uma melancolia para ambos.

— Não leria isso em um museu.

— Então sem mais nem menos é pra gente ficar numa boa? — Sam questiona, não parecendo concordar muito com nossa postura em relação ao assunto.

— O que eu fiz? — Bucky questiona, alternando o olhar entre nós três, possivelmente preocupado com a resposta. É Steve quem esclarece.

— O suficiente. — O suspiro que ele solta pela resposta demonstra o quanto lamenta, e também o quanto se culpa por tudo o que causou, mesmo sendo uma completa vítima dos reais culpados.

— Eu sabia que isso ia acontecer. Tudo o que a HYDRA pôs dentro de mim ainda está aqui, bastava ele dizer aquelas palavras. — Steve e eu trocamos um olhar, ambos nos fazendo a mesma pergunta. Quem quer que seja aquele cara com quem estava, foi inteligente o suficiente para se infiltrar, fazer Bucky parecer culpado e de quebra ainda colocar os Vingadores uns contra os outros.

Definitivamente, não é um amador.

— Quem era ele?

— Eu não sei. — Bucky responde com um balançar de cabeça.

— Houve mortes. O bombardeio, a armação... o médico fez tudo aquilo só para ter 10 minutos com você. "Eu não sei", não ajuda em nada. — Rogers é duro, mas não o julgo. A situação não é nada favorável para Bucky, mas para nenhum de nós também. Não podemos fazer nada para ajudar sem termos uma informação útil, algo que possamos usar para obter alguma vantagem.

— Ele queria saber sobre a Sibéria, onde me mantinham preso. — James responde por fim. — Queria saber o lugar exato.

— Por que precisava saber?

— Porque não sou o único Soldado Invernal. — A resposta dele me faz prender a respiração.

Desde que o reencontrei, soube tudo o que Bucky passou nas mãos da HYDRA, toda a tortura... eles queriam uma arma, e criaram uma. Mas nunca havia cogitado a possibilidade de existirem mais Soldados como ele, e saber disso agora é no mínimo assustador.

Ele então começa a contar as lembranças que tem sobre a época, tudo o que consegue recuperar de suas memórias, pelo menos. Cada detalhe me assusta um pouco mais, e minhas mãos automaticamente se encaminham aos seus ombros, onde aperto levemente, tanto em um gesto de conforto para ele, quanto como um apoio para mim mesma.

— Quem eram eles? — Steve questiona, se referindo ao grupo de soldados.

— A elite do esquadrão da morte. Mais mortes que qualquer um na história da HYDRA. E isso foi antes do soro.

— Todos ficaram como você?

— Pior.

— E o médico conseguia controlá-los?

— O suficiente. — A resposta faz Steve soltar um suspiro, alternando seu olhar entre nós três.

— Disse que queria ver um império cair.

— Com aqueles caras, ele conseguiria. — Barnes afirma, com mais convicção do que gostaríamos. — Falam 30 idiomas, escondem-se bem à vista, infiltram-se, assassinam e desestabilizam. Derrubam toda uma nação em uma noite, inesperadamente.

𝐄𝐋𝐀𝐑𝐀 ! bucky barnesWhere stories live. Discover now