ELARA ⤿ As Amazonas são guerreiras criadas pelas mãos da própria deusa Frigga para servir à Asgard com honra, bravura e sabedoria. Com um número incontável de batalhas vencidas e triunfos, são conhecidas e adoradas por todo seu povo. Mas o compromet...
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A CONVERSA DE DIAS ATRÁS COM JAMES foi esclarecedora, e contribuiu para que minha tensão se dissipasse — pelo menos um pouco. Mas se eu esperava que de alguma forma ela nos aproximasse, isso não aconteceu. Apesar de estarmos "bem", ele continuou me ignorando nas poucas vezes que nos encontramos, no máximo um cumprimento de bom dia e nada mais.
Não nego o quanto isso me deixou frustrada.
Bucky não é apenas uma pessoa que considero e me importo, é também o cara por quem desenvolvi uma paixão quando ambos éramos mais jovens e determinados pela guerra. E levando em conta o quanto procurei por ele e o quanto não pensei duas vezes antes de segui-lo ao saber que estava vivo, é claro para mim que essa paixão não foi embora. Então sim, ser ignorada não me deixou lá muito contente.
Mesmo assim, fiz o possível para seguir com minha pacata vida em Bucareste. Conversei horas e horas com Audrey sobre aleatoriedades, fiz caminhadas pela cidade e até me arrisquei a ir em algum lugar diferente no fim de semana, embora não tenha aproveitado quase nada e voltado para casa em menos de meia hora. Coisas totalmente fora da rotina e estilo de vida que levava em Asgard, mas que aos poucos vou me habituando mais.
Ando até a cozinha disposta a fazer algo para comer pela manhã, uma vez que o café preto deixou de agradar ao meu paladar, talvez pelo tanto que abusei dele nos últimos dias, mas vejo que não há nada além de uma única maçã na vasilha. Não há qualquer pão também, o que me leva a descer até o mercado no térreo do prédio para comprar os suprimentos que me faltam.
Por conta do horário, o movimento não é cheio, e consigo fazer minhas compras com tranquilidade pelos corredores. Hoje, ao invés de ver Audrey no caixa como de costume, vejo Mike, seu irmão, e me coloco na fila para pagar. Só então reparo no sujeito à minha frente, também esperando para pagar pelas suas compras. Um sorriso levemente irônico toma conta de mim, e não evito o comentário que me escapa.
— Mesmo com os seus esforços para me ignorar, continuamos nos encontrando por acaso. — Ao identificar minha voz, Bucky vira o rosto e me encara por cima do ombro, parecendo surpreso a princípio, mas negando em um aceno na sequência.
— Não estou te ignorando.
— Não? Poxa, então deve ter sido impressão minha você esconder o rosto com o boné ao passar por mim dias atrás. — O comentário sai irônico, mas ele apenas mantém a expressão neutra enquanto nega novamente.
— Não é verdade.
— Erro meu então. — Digo simplesmente, ao mesmo tempo que os dois caixas são liberados e ocupamos o balcão lado a lado.
Mike me cumprimenta.
— Bom dia Elara. — Ele diz com um sorriso aberto, o que me faz retribuir.
