INSTINTO ^^

Fim do ciclo ^^

Eram exatamente 3 hs da manhã quando Kairus chegou ao cemitério onde fui enterrada, eu estava dentro do caixão, desacordada, mas ainda havia batimentos no meu coração, Impossível de um médico ou legista ouvir.

Mas o Kairus quando estava caminhando para fora do cemitério, olhou para trás e seus olhos vermelhos feito rubis lapidados, tentou focar no lugar onde eu estava ... Mas chovia muito e por mais que os sentidos dele fossem de vampiro eu estava embaixo da terra ... Então como ele poderia me encontrar?

Por mais que o som da chuva que caia era imenso, Kairus conseguiu ouvir nitidamente um batimento do meu coração muito fraco .... Mas só ele poderia ter ouvido isso, entre os pingos de chuva, Kairus usou seus olhos aguçados e sua extraordinária audição para encontrar o meu túmulo.

Ele encontrou e foi correndo até mim, Kairus cavou com suas próprias mãos o local onde eu fui enterrada, em pouquíssimo tempo ele chegou até o meu caixão, quando ele sentiu seus dedos tocar a tampa de madeira, assim tirou do jeito que estava lacrado, colocou em cima da grama e forçou as suas laterais, até finalmente conseguir arrancar a parte de cima, enquanto meu corpo ali habitava com uma paz sombria.

Eu estava ali dentro praticamente morta e imóvel, pois somente um vampiro poderia sentir meus batimentos cardíacos e minha respiração muito fraca. Kairus com todos os cuidados me tomou nos braços. E com uma voz forte e objetiva, com um pouco de tristeza e embargada ele disse.

- Me perdoe Yonus! Eu não devia ter te abandonado .... Eu fui um covarde em se afastar de você. Enquanto o veneno destruía seu corpo de dentro pra fora. Eu não vou te deixar morrer! Você não pode morrer! Você não vai morrer!

Kairus segurou minha mão, como se fosse a beijar, como uma cortesia de um cavalheiro para com a sua dama, olhou um tempo para o meu rosto, aproximou sua boca de minha mão, assim a beijou suavemente, em seguida desceu um pouco mais, até repousar seus lábios no meu pulso, sinto repousar dois dentes pontiagudos na minha pele, eu praticamente estou morta ali, mas uma forte sensação de que eu ainda não parti desse mundo.

Quando sinto esses dentes penetrar minha pele com força e suavidade ao mesmo tempo, ele mordeu meu pulso, logo após mordeu o meu outro pulso, e por último aproximou o seu rosto do meu, e com uma suave impressão de que beijaria minha boca, ele desceu seu rosto, desceu, desceu, até que parou na minha garganta, ali mordendo o meu pescoço, eu estava imóvel nos braços dele, mas por dentro o veneno rasgava as minhas veias como um veneno de uma víbora, invadindo o meu sangue, sentia meus órgãos se reconstituindo todos novamente, minha imunidade fraca, se tornou forte, meus ossos fracos, se tornaram muito fortes, meu sangue frágil, se tornou um sangue forte e venenoso.

Meus dedos se moviam .... O veneno consumia meu corpo todo, o meu sangue está contaminado, os meus batimentos cardíacos, se encerraram como se todo o ar nos meus pulmões fossem agora o suficiente para eu viver, uma sensação horripilante de que estou morta para uma vida, mas estou viva para uma nova vida.

Penetrou em cada parte do meu corpo frágil pelo veneno que o destruiu durante os 3 meses angustiantes e intermináveis, meus olhos estavam mais aguçados do que nunca, podia ouvir os mais baixos sons possíveis, num volume muito mais alto agora, meus movimentos com extrema agilidade e força desconhecida pelo corpo humano, soube que agora mesmo ainda na minha inconsciência, eu renasci uma vez mais, como se a minha alma fosse obrigada a ser para sempre prisioneira do meu corpo.

Kairus me segurava e eu imóvel no seu braço. Ele disse baixo.

- Yonus.

Eu abri meus olhos, estavam vermelhos com o forte tom de escarlate escuro, logo respirei fundo e voltei a viver, mas não como respirava antes da minha provável morte, era uma respiração diferente, uma na qual eu sentia percorrer meus pulmões e ao mesmo tempo não precisava mais do oxigênio para respirar, eu me sentia a criatura mais extraordinária do mundo.

Olhei para o Kairus ele estava me olhava e eu disse.

- Kairus .... Onde estou?

- Eu te amo Yonus - disse ele para mim.

Me beijou, e retribui na verdade esse foi o melhor beijo que os meus lábios sentiram até hoje .... Eu senti que eu também o amava. E eu disse.

- Eu também te amo Kairus.

Dessa vez eu o beijei e ele retribuiu.

Ali a Yonus humana, que sonhava em ser médica ou veterinária, a Yonus que se preocupava com provas de faculdade, a Yonus que tinha medo de errar e decepcionar as pessoas.

A Yonus que chorava para ser uma pessoa boa e melhor .... Ali naquele beijo.

A minha vida acabou ........ E uma nova começou.