INSTINTO ^^

Na ambulância ^^

— Ela te mordeu Yonus? — perguntou. 

— Quase! Mais um pouco ela mordia — respondi. 

Quando ela caiu na minha frente outra vez, enquanto sua cabeça estava para baixo, e num ato começou a ficar com suas formas físicas humanas uma vez mais, Kairus ficou na minha frente e disse. 

— Deixe a moça em paz. 

— Porque está preocupado com ela, Kairus? — pergunta ela. 

— Ela é minha escolhida .... E não vou deixar machucar ela — disse Kairus. 

— Sua escolhida? Mas porque eu ainda sinto o cheiro de humano nela? Já deveria ter envenenado ela Kairus — respondeu a mulher. 

— Isso vai acontecer logo! O veneno já está nas veias dela, é uma questão de tempo até ela ser como nós — respondeu Kairus. 

Puxei o Kairus para trás e perguntei. 

— Conhece ela? 

— Sim Yonus ... Essa é minha irmã — respondeu. 

— Irmã? — me perguntei. 

Foi quando ela empurrou Kairus para longe, e veio até mim, e disse. 

— Você não merece a imortalidade. 

Ela mordeu minha garganta, e eu senti como se algo muito forte saísse de mim, Kairus voltou e a afastou muito irritado, eu desmaiei ali mesmo, eu estava de olhos fechados, mas eu pude sentir um vento forte no meu rosto, parecia que eu estava me movendo muito rápido. 

Abri meus olhos aos poucos e notei que estava nos braços de Kairus, olhando para cima, pude notar que as nuvens passavam depressa, as estrelas pareciam estrelas cadentes cruzando o céu, Isso devido a incrível velocidade que Kairus se movia. 

Depois de algum tempo ele parou, me colocou deitada no chão, e próximo dali uma cachoeira imensa. Eu me assustei e perguntei. 

— Kairus! Porque estamos aqui? 

— Fica calma Yonus ... Isso é necessário — respondeu. 

— E essa cachoeira aí? — perguntei. 

— Você está envenenada Yonus, minha irmã te mordeu — respondeu ele. 

— Mas? Eu já estava ... Quando me mordeu! — digo a ele.

— Sim Yonus! Você estava com o veneno, correndo nas suas veias, mas quando foi mordida de novo .... O veneno se tornou mortal para você — respondeu ele. 

— Mortal? Como assim? — perguntei. 

— Você está morrendo Yonus — respondeu. 

— Morrendo? Não! Isso não — disse. 

— Sinto muito Yonus — disse ele a mim. 

— Porque? — perguntei. 

Ele penetrou seus dentes na minha garganta e  sugou meu sangue, eu estava me debatendo no chão, me lembrei daquela serpente que me picou e morreu envenenada no laboratório. 

Eu era a serpente e o Kairus era o meu veneno. 

Acordei no quintal da minha casa, fraca e com uma forte dor de cabeça, apenas me sentei na grama e olhei para o sol, notei que ele tocava minha pele e não mais ardia, não mais ficava vermelha, não mais ficava machucada. 

Eu fiquei feliz, mas ao mesmo tempo com muitas dúvidas, será que o Kairus desistiu de mim e sugou o veneno do meu corpo. 

Eu já não me sentia mais forte, nem veloz, nem com olhos de águia, eu me senti apenas o que sempre fui ..... Uma humana.