Capítulo 2 - Não convencional

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Spencer Reid.

O caso em que eu trabalhava, relacionava a morte de duas jovens. Não tinham relação, não eram da mesma escola, não tinham a mesma idade ou sequer semelhança física. Fomos a escola de Mathilde Jones, a última vítima para tentarmos falar com os amigos e professores. O diretor do colégio, Sr. Gomez, um senhor alto de cabelos grisalhos, possuía um olhar abatido por baixo dos óculos grossos. Ele nos guiava pela escola, pontuando a rotina dos alunos.

- Queremos falar com colegas, professores, trabalhadores da limpeza, qualquer um que fosse próximo de Mathilde. - Eu o informo.

- Poderíamos começar com os professores, depois os amigos. - disse Morgan.

- Claro, podemos começar com Manuel Chapman, nosso professor de literatura pode ajudá-los. Ele conhece todos nesse colégio, os alunos os chamam de Príncipe Manny, confiam e gostam dele, até demais. - Posso sentir o leve tom de brincadeira do homem.

Estranho a ideia de um professor ser conhecido como príncipe. Poderia ser útil alguns alunos encontram em professores um porto seguro e fazem suas revelações. O diretor sai e em alguns minutos ele retorna.

Me surpreendo quando o professor entra na sala, eu o reconheço, frequentamos a mesma cafeteria. Eu o via em todos os sábados quando ia a cafeteria menos movimentada da região. Ele sempre estava lá como um cliente fiel, em uma mesa atrás. Mas o motivo de eu o reconhecer não era pela memoria eidética que eu possuo, mas porque ele sempre me encarava de um jeito estranho, e sempre que ele fazia isso eu sentia algo percorrer minha espinha não de um jeito que me alertava, mas de um jeito que eu não entendia, e eu odeio não entender algo. Sinto que talvez ele tentasse disfarçar, mas eu podia sentir seu olhar queimando minhas costas. No começo achei que fosse algo de minha imaginação, mas não era. Ele era simpático, sempre conversa com as atendentes, e cumprimentava outros clientes se possível, mas nunca falou comigo. Então me convenci que ele só gostava de observar as pessoas, um pouco estranho, mas nada a temer.

Ele parece surpreso ao me ver, e me sinto constrangido quando sua atenção prende por tempo demais em mim. Sua atenção só desprende de mim quando Morgan o chama e ele faz uma careta pela menção do sobrenome deduzo, já que ele nos pede para chama-lo de Manny.

Interessante, ser chamado pelo apelido dava ao desconhecido a liberdade e a sensação de proximidade. Não por menos os alunos deveriam adora-lo. Ele pareceu do tipo que gostava de estar na mesma posição, de igual para igual, mas ser chamado de príncipe mostrava o total oposto. Curioso.

A conversa segue bem, ele passa algumas informações que podem ser úteis, eu mal abro a boca, por algum motivo desconhecido eu me sentia como um cachorrinho coagido, a figura de Manuel parecia me anestesiar.

Ele é alto assim como eu, e ai parava qualquer semelhança que podíamos ter. Ele tem o cabelo bem cortado, a parte da frente maior onde seguia como num pequeno topete em forma de arco emoldurando seu rosto bronzeado, sobrancelhas marcadas, seu bigode bem construído faz par com sua barba bem amparada que lhe dá um ar maduro, mas ainda jovial. Um bom contraste.
Ele é bonito e simpático não atoa o chamavam de príncipe, havia um certo sentido nisso.
Eu poderia antes ter lhe julgado pela sua aparência, forma de vestir e andar como um modelo, ele seria um bom modelo, do tipo de vitrine, ele tinha um rosto forte e harmônico que o tornava atraente. Eu pisco com a ideia, em meio a um caso eu julgando um homem atraente.

Após falarmos com alguns outros professores e colegas das jovens seguimos de volta ao prédio do FBI para repassar com a equipe nossas informações

Como já sabíamos, as garotas não eram amigas, não tinha gostos ou hobbies estritamente parecidos assim como não possuem semelhanças física. O que tínhamos eram duas jovens de escolas locais da mesma faixa etária, violentadas , e esfaqueadas cujos corpos foram deixados em parques.

Golden LoveWhere stories live. Discover now