Missão Secreta

CAPÍTULO 21

Oioi amores, demorei porque tava meio travada, senti falta dos comentários de algumas queridas no capítulo passado e achei que vocês tinham odiado😔😔

Enfim, pra compensar a demora fiz um capítulo enooooorme e espero que vocês gostem!

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O sol não tinha nascido ainda quando Verônica voltou a abrir os olhos, ao checar seu relógio teve a confirmação que ainda era de madrugada, não tinha dormido nem duas horas inteiras. Anita permanecia inconsciente, respiração e batimentos regulares; isso acalmou Verônica. 

A morena não conseguia dormir, seu pescoço doía pela posição que havia dormido e não conseguia achar uma posição confortável o bastante na cadeira. Pelo menos era disso que tentava se convencer para não admitir para si mesma que o que não a deixava dormir era o medo que sentia. Estava inquieta demais, pela primeira vez observar Anita dormir não lhe trouxe a calma que deveria trazer. Não conseguia tirar os olhos do curativo que a loira tinha na cabeça, sua pele parecia pálida demais e ver ela em uma situação que a deixava tão vulnerável fisicamente deixava Verônica aflita. Era como se a delegada pudesse quebrar a qualquer momento, em um minuto estar ali e no outro não.

Verônica raramente pensava na possibilidade da morte de outras pessoas, mas no último ano isso havia mudado, a morte de sua mãe havia lhe abalado, mas depois de seu pai, Janete e Nelson… As coisas tinham mudado drasticamente. Se pegava pensando em possibilidades que colocavam seus filhos em risco, sua cabeça criava cenários que acabavam em suas mortes, resultando em Verônica chorando no meio da noite e não conseguindo dormir. Agora estava ali, uma chance real de alguém com quem se importa ter morrido, Verônica se sentia tão mal que era difícil descrever.

O peso em seu peito é angustiante, uma dor que torna difícil respirar, que traz o cansaço junto com ela, pensamentos que não eram corriqueiros em sua cabeça agora andam por ela como se sempre tivesse sido sua casa, era um estresse sem tamanho, para não dizer sofrimento.

As horas se passam com uma lentidão tão extrema que Verônica amaldiçoa o próprio tempo, sentia que estava ali pensando sozinha há horas, quando na verdade só se passaram alguns minutos. Anita parecia não acordar nunca, ela sabia que não fazia tanto tempo, que o ideal seria Anita acordar pela manhã, mas a espera a estava matando.

Foi a primeira vez que Verônica realmente lamentou não ser uma pessoa mais paciente.

Ela levou sua mão até a de Anita, estava gelada. Verônica culpou o ar condicionado, Anita está respirando, é o que importa, não devia se preocupar com isso. 

Ela começou a pensar na primeira vez em que viu Anita, em como a achou a mulher mais linda que já viu na vida assim que bateu os olhos nela e em como Anita fez o encanto que Verônica  teve por ela, à primeira vista, morrer com suas patadas e grosserias. Verônica ficou furiosa com aquilo, após algumas semanas decidiu parar de tentar e tratar Anita com tanta grosseria quanto ela tratava Verônica, mas claro, nunca sem passar dos limites, afinal Anita ainda era sua superior. Não importava o quanto Verônica a odiasse ainda era obrigada a respeitá-la na época. Pensou em quantas vezes fugiu até o terraço para reclamar da mulher, em como Nelson se divertia cada vez que ela amaldiçoava Anita enquanto tremia de raiva depois da loira a provocar e a encher de trabalho.

Verônica lembrou dos dias em que Anita passava de todos os limites que chegava a fazer Verônica desejar que ela morresse. As lágrimas vieram sem aviso, assim como a falta de ar. Verônica se sentiu culpada no mesmo instante, nunca tinha desejado aquilo de verdade, era somente da boca pra fora, disse aquilo em momentos de raiva e ódio, mas nunca quis que verdadeiramente acontecesse. 

Ela se lembra de ficar preocupada quando Anita se colocava em perigo, em como achava imprudente algumas de suas decisões e uma vez acabou até intervindo em uma operação que lhe rendeu um longo sermão da mulher. Óbvio que não desejava aquilo de verdade, mas se soubesse que um dia isso aconteceria jamais teria sequer pensado naquelas palavras.