Capítulo 4

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Oioioiii, desculpem a demora, mas em compensação hoje o capítulo é bem grande para vocês aproveitarem, boa leitura ;)

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Verônica não sabe quanto tempo ela passou naquele elevador, podia ser uma hora, podia ser um minuto, ela não fazia ideia. Tudo que sabia é que quando voltou a raciocinar minimamente ela apertou o botão para o térreo. Não queria encontrar Anita agora, seu corpo ainda estava quente, ainda se sentia confusa e tinha medo do que poderia fazer se visse a delegada na sua frente. Não confiava nas suas ações, não confiava em seu corpo e, principalmente, não confiava na recente descoberta atração que estava sentindo pela mulher.

De onde tinha vindo isso? Ela se lembra de ter se atraído por Anita na primeira vez que a viu, mas francamente quem não se sentiria assim? Qualquer um com olhos e dotado de bom gosto se sentiria atraído por Berlinger. Mas essa atração tinha ido embora quando Anita começou a fazer de seu passatempo fazer da vida de Verônica um inferno, ou assim a escrivã pensava.

"Pena que a gente nunca ia dar certo, né?" 

Essa maldita frase… Não era a primeira vez que ouvia isso daqueles lábios. A primeira vez foi quando Verônica perdeu a paciência e foi até o escritório de Anita e colocou as mãos em seu pescoço, a morena estava com tanto ódio… Mas não era a única coisa que sentia, mesmo tomada de fúria ela não conseguia ignorar a postura de Anita, como ela parecia mais se divertir com a situação e se Verônica não a conhecesse tão bem, não teria notado aquela gota de medo e tensão no fundo dos olhos azuis. A proximidade era tanta que seus lábios quase se tocaram, uma falando diretamente na boca da outra, na hora Verônica só pensava em obter respostas da atual situação, mas depois quando pensava naquilo costumava sentir arrepios, era vergonhoso o quão rapidamente seu corpo conseguia reagir a mera imaginação de ter aquela mulher por perto e ela não conseguia deixar de pensar nos "e se…".

"Pena que a gente nunca ia dar certo, né? Você tem um maridão, dois filhos lindos…" 

O que aquilo significava? Verônica sempre tinha interpretado esses flertes de Anita como parte de suas provocações, a mulher simplesmente gostava de deixá-la sem graça e sem reação, testar sua paciência ao máximo, mas essa noite tinha passado de todos os limites.

Que merda foi essa no elevador? Pra que ela foi me beijar? O que ela tá tentando provar? É tudo só um jogo de provocações pra essa puta doente do caralho…

E eu vou enlouquecer se continuar pensando nisso…

Ela encontrou um bar fora da festa, próximo a recepção. Estava vazio então Verônica ficou sentada, ela conseguiu fazer seu pedido quando falou com o atendente em inglês, tinha desistido do francês oficialmente agora. Depois do quinto copo sua cabeça latejava, ela não parava de pensar naqueles olhos azuis que eram motivo da confusão que se passava dentro dela. Ela não conseguia entender Anita, nem suas ações. A mulher sempre tinha sido um mistério para ela, mas agora… era diferente, Anita estava diferente e Verônica não parava de se perguntar o que teria mudado.

Quando as coisas começaram a ficar diferentes? A relação das suas nunca foi um mar de flores, muito pelo contrário, era como uma flor tentando crescer em um lugar em que sempre houvesse tempestades. Ela tentava crescer, mas o vento sempre arrancava suas pétalas. Verônica se esforçava para regar a flor, para cuidar dela, mas o clima rebelde nunca deixava, era um caso perdido. Aquela flor nunca cresceria e se tornaria saudável, ela sempre cresceria assim: com falhas.

O relacionamento das duas era repleto de falhas. Verônica nem conseguia definir o que elas eram. Amigas? De jeito nenhum. Colegas de trabalho? Sim, elas são. Inimigas? Talvez, mas agora estão trabalhando juntas, é difícil explicar… 

Missão Secreta Where stories live. Discover now