INSTINTO ^^

Olhos negros ^^

Foi quando eu olhei nos olhos dele e disse. 

—  Tudo bem. Você pode ir embora aluna exemplar. 

Ele abriu o cadeado para mim e disse. 

—  Tudo bem. Você pode ir embora ... Aluna exemplar. 

—  Obrigado —  respondi. 

Nem podia acreditar, mas eu consigo hipnotizar as pessoas com o meu olhar. 

Fui caminhando pela rua, peguei um ônibus e um cara estava sentado. E eu não queria ficar em pé ... Então eu olhei pra ele e disse. 

—  Pode se sentar aqui. 

—  Pode se sentar aqui moça —  disse ele. 

Eu me sentei, fiquei olhando para a janela e sorridente. Pela primeira vez fui embora sentada no ônibus. 

Tudo ocorreu bem no meu dia de hoje, mas quando o ônibus parou num ponto, subiu um cara muito suspeito, eu fiquei na minha, até o momento em que ele sacou uma arma e anunciou o assalto. Eu disse. 

—  Larga isso cara e vai estudar ou trabalhar. 

—  Cala boca sua piranha! —  gritou pra mim. 

—  Piranha? ..... Ok —  respondi. 

Segurei a mão dele quebrando seus ossos e ele derrubou a arma no chão. Ergui pela gola e disse. 

—  Quem é a piranha seu nojento? 

Todos os passageiros assustados e sem reação, quando ele me chutou eu caí para trás ele se abaixou para pegar a arma. Foi quando eu no instinto de sobrevivência fui para cima dele. 

Fui com tanta vontade que atravessamos o para brisa do ônibus que se estilhaçou inteiro. Caímos na rua, ele estava desacordado e eu levantei dizendo. 

—  Fica no chão combina com você imbecil.

Quando olhei pro motorista ele estava branco parecia ter visto um fantasma ... Eu percebi que mais uma vez eu me deixei levar pela raiva. Subi no ônibus e disse. 

—  Desculpe por isso senhor. 

—  Tudo bem moça. Você não é humana né? —  me perguntou. 

—  Olhei para ele. E disse. 

—  O cara atirou no vidro e ele se estilhaçou. Foi apenas isso que aconteceu. 

Desci do ônibus e fui indo o resto do trajeto a pé. Andei por mais alguns minutos até que cheguei em casa. Entrei e minha mãe estava ali assistindo. 

—  Oi mãe voltei. 

—  Oi filha. Como foi a prova? —  pergunta ela. 

—  Ah mãe! Muito fácil. Nossa acertei a maioria acho —  respondi confiante. 

—  Olha minha filha. Confiante. Assim que eu gosto de te ver —  disse ela. 

—  O dia foi perfeito mãe. Mas agora a pouco um cara assaltou o ônibus —  respondi. 

—  Assalto? Meu Deus filha, você está bem? —  perguntou ela preocupada. 

—  Estou bem mãe. Quem não está é o cara —  respondi. 

—  Como assim? A polícia prendeu ele? —  perguntou ela. 

—  Polícia? Que nada mãe. Ele caiu do ônibus —  respondi rindo.