Chuva cristalina ^^

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— Yonus está tudo bem aí? 

— Sim mãe! Só bati meu pé na cama — respondi. 

Fiquei no canto da parede, onde a luz do sol não batia, mas um vento forte e a cortina abriu, a luz do sol vinha pelo chão em minha direção, era apenas uma luz que eu sempre amei receber no rosto, mas dessa vez era como uma brasa ardente. Eu entrei em desespero e gritei. 

— Mãe! !!!! Socorro! !!!! Me ajude! !!! Aaaaaa….

Minha mãe rapidamente entrou no meu quarto e me viu desesperada tentando fugir da luz do sol, enquanto erguia desesperadamente os meus pés, e ao mesmo tempo tentava proteger o meu rosto. 

— Filha, o que houve? Fala comigo! 

— O sol, mãe! ! Fecha a cortina por favor — respondi eufórica.

Minha mãe no mesmo instante, fechou a cortina e só sobrou as sombras no meu quarto. E eu pude respirar aliviada, mas minha mãe perguntou. 

— Yonus.... Você não está nada bem, porque está tão assustada filha? Estou preocupada com você. 

— Estou com muito medo mãe — respondi enquanto a abracei.

— Não fica assim filha. Estou aqui com você — disse ela. 

Abracei ela e ao mesmo tempo fixava meus olhos na janela, com medo do sol.

Eu nunca tinha passado por algo assim antes, afinal porque a luz do sol me machucava agora? Kairus, não havia me contado tudo ainda. E eu precisava de respostas, então minha mãe olhou nos meus olhos e disse. 

— Filha, já não é mais a mesma menina que eu criei, ensinei e amei. E ainda amo, estou muito preocupada com você Yonus. 

— Eu também te amo muito. Obrigado por sempre estar cuidando de mim, sem a senhora eu não sei o que seria de mim — respondi. 

— Esta pálida filha, não está se alimentando direito, deixou um prato cheio de comida em cima da mesa. E também nem comeu o bolo de chocolate que eu sei que é o seu favorito — disse ela. 

— Eu sei mãe... Ultimamente estou sem fome, mas eu prometo que logo vou comer o bolo de chocolate inteiro — respondi. 

— Que bom ouvir isso filha. Fico mais tranquila — disse a mim. 

Sai do meu quarto, olhei para a janela, meus olhos novamente viajam para longe e seguiam pelos terrenos vizinhos, cruzavam as suas casas dele, entre os móveis, atravessavsm os muros, cruzavam as janelas de carros até focarem num gato bebendo água na calçada. Foi quando eu pisquei os olhos e voltei a ver apenas o que qualquer outra pessoa podia ver, somente a simples proximidade.

E agora, o que irei fazer, afinal eu tenho uma vida para viver, minha mãe, minha faculdade, meus sonhos e objetivos. Desci as escadas e fui para a porta da frente, quando parei e lembrei que o dia era mortal para mim, fiquei na sala mesmo, assistindo um filme, coisa que eu não fazia há tempos. Enquanto isso, minha mãe sentou ao meu lado e disse. 

— Minha filha, porque pediu pra mim fechar a cortina do seu quarto? E porque gritou que era o sol? 

— Mãe.... Eu não sei direito, mas eu acho que fiquei alérgica a luz solar de repente — respondi. 

— Alérgica? Você nunca foi filha — disse ela. 

— Eu sei.... Mas é melhor que eu fique dentro de casa durante o dia — digo a ela. 

— Tudo bem filha. Pode ficar a vontade, afinal estava com saudades de você dentro de casa. Você sempre ficava fora a tarde toda — respondeu. 

Minha mãe saiu para ir trabalhar, eu fiquei dentro de casa, fechei todas as janelas e cortinas, eu estava fugindo do dia e do sol. Mas quando chegou um carteiro e bateu palmas, eu olhei para ele pelo buraco da fechadura, eu tinha que sair lá fora, para assinar o papel. Então tive uma ideia louca, subi rapidamente até o meu quarto e me enrolei em várias cobertas, fui até ele parecendo um homem das cavernas. E ele estranhou e disse. 

INSTINTO ^^Where stories live. Discover now