Ele me olhou por alguns segundos em silêncio, minhas pernas se tremiam automaticamente embaixo da mesa e temi ele perceber isso. Seus olhos eram tão frios como o gelo que era difícil pensar como uma pessoa não conseguia ter qualquer emoção na vida. Ele não expressava nada além de um vazio sem fim.

— Srta. Montgomery, lhe concedo a permissão de fazer mudanças em quaisquer contrato, sendo que não prejudique esse escritório de advocacia, lembrando que as mudanças devem ser repassadas por mim no fim do dia, certo? — sua voz tão rústica vazia e fria me deu a entender, que tudo que falaríamos era sobre contratos e melhoras para sua empresa. Não queria me meter em seus problemas pessoais, embora me incomodasse esse seu jeito brusco de viver.

Para minha sorte, ele foi até cordial com sua educação, normalmente nunca é assim. Me levantei e me direcionei a porta e segurei apenas a maçaneta, então ele disse da maneira mais fria e sórdida possível:

— Não quero mais ser incomodado durante todo o dia, srta. Montgomery, certifique-se disso.

— Sim, senhor. — digo e saiu rapidamente de sua sala sentindo meu coração latejar por dentro.

Seria inconveniente eu implorar mentalmente que Bones & Broomerg não demorassem tanto a me chamar? Trabalhar com um Madison deve ser um dos piores castigos da terra, melhor dizendo. Habitualmente, ele costuma ser mais áspero com as pessoas ou precisamente comigo.

Ao entardecer eu fazia as últimas mudanças do último contrato e rezando para dar 18h logo para que eu entregue suas mudanças e ir para NYBar beber Simple Thempe, minha bebida preferida de pêssego antes de voltar para casa, morava em um apartamento simples como onde morava com meus pais, mesmo com certas condições ainda preferia a simplicidade, pois isso me trazia uma certa paz de espírito.

Após mais uma hora consegui finalizar as mudanças e me preparei mentalmente para entregar os contratos reescritos a Liam. Repeti o ritual de mais cedo e ele pediu que os deixasse em sua mesa e que fosse para casa, ele digitava freneticamente em seu computador de última geração. Dei um educado boa noite e sai de sua sala às pressas.

Chegando ao térreo pedi que o Lawrence pedisse um táxi enquanto eu assinava o ponto na portaria, ele fez o que pedi em segundos e corri para o carro agradecendo ao Lawrence. Pedi que me deixasse em meu destino no NYBar e para minha surpresa o motorista era Noah Foster, um colega de classe do ensino médio, ele na época era descolado e prometia cursar administração na faculdade, mas deve ter mudado de ideia e novamente não é da minha conta.

— Boa noite, você não é Morgan Montgomery? — perguntou ele casualmente, franzindo levemente suas sobrancelhas com acnes inflamadas.

— Sim, sou eu, você é o Noah, não é mesmo? — digo educadamente.

— Sim, então eu não tive tanta sorte como você, mas é um prazer reencontra-la. — diz ele amistoso enquanto coloca o carro para andar.

Sorrio para ele e até me penalizo.

— Fez faculdade de administração, não deve ser tão ruim, e não é sorte é persistência. — digo para encoraja-lo, mas não sei exatamente do que.

Ele riu mesmo que aquilo não tivesse tido a menor graça. Afinal, não tinha feito piada sobre isso.

— Princesinha, eu não conseguir arranjar emprego na gestão que me formei, foi extremamente cansativo por dois anos até desistir. Mas, estou feliz em ser apenas um motorista de táxi, as gorjetas são boas. — explica ele.

Sorri me sentindo uma pessoa tão sem graça sem saber onde enfiar minha cara.

— Certo, é um prazer vê-lo novamente, mesmo que circunstâncias diferentes. — digo com simpatia.

Após chegar meu destino, paguei a corrida e dei uma gorjeta a Noah, ele podia não ter muita sorte ou precisamente conquistar coisas por ter pai famoso em advocacia criminal. Mas todos mereciam uma chance e se tornasse a vê-lo, tentaria o ajudar. Mas por hora só queria meu Simple Thempe, para tirar o estresse do corpo. Entrei naquele bar frenético e sempre cheio, a música alta reverbava por todo meu corpo. Caminhei com dificuldade por toda aquela multidão até o open bar.

O barman usava sei uniforme em preto e branco e usava suas habilidades no momento em que havia visto um banco vago. Ele perguntou o que eu iria querer mesmo já sabendo da resposta. Ele sorriu e foi preparar do outro lado do balcão.

A música eletrônica alta era empolgante, mas não tinha muito costume em dançar sem Stacy, ela ficaria uma fera se soubesse que havia vindo sem ela. Após tomar duas taças do Simple Thempe, e estava prestes a pagar pelas minhas bebidas senti uma mão pesada sobre meu ombro e um hálito quente fedendo a vodka pura, não pude conter a careta de "nojo". Olhei para o rapaz de olhos negros e cabelos despenteados, roupa de badboy e completamente fora de si.

— Olá princesinha, poderia me dar a honra de uma conversa? — pergunta com voz embargada o desconhecido.

Mais uma vez, tento ser educada.

— Não, obrigada. — digo.

— Ah qual é, você não está com medo de mim, está? Não vou lhe fazer nenhum mal — diz ele alisando suavemente em meu pescoço. Tentei me afastar de seu toque.

— Já disse que não! — grito e empurro sua mão violentamente.

Deixo o dinheiro em cima do balcão, cuja o barman pega em seguida e olha para saída como um aviso. Saiu do lugar rapidamente com dificuldade, mas consigo chegar a saída sem muito escândalo. E vou para uma esquina movimento, mais a essa hora as ruas estavam quase vazias, NYBar sempre estava lotado, parecia que toda Nova York estava lá dentro. Peguei meu celular dentro da bolsa e antes que eu pudesse ligar para Stacy, ouvi uma voz me chamar:

— Hey você, patricinha de merda, vem aqui vamos conversar. — sua voz embargada seguia junto aos seus movimentos embolados, pensei dele cair mas ele não caiu, estava tão bêbado que não imaginei que ele podia ser um perigo para si mesmo.

Procurei continuar andando o mais rápido que podia, não foi uma boa ideia ter vindo ao bar hoje. Nunca tive esse tipo de coisa acontecendo comigo, é a primeira vez.

— Você não vai escapar de mim, sua puta! — ele riu de uma forma tão engasgada enquanto segurava uma garrafa de vodka na mão.

Eu podia relevar tudo nessa vida, até engolir meu chefe ranzinza o dia inteiro, mas ser ofendida dessa forma, era o cúmulo. Senti a raiva subir a minha cabeça e meus olhos a arderem.

— Do que o senhor me chamou? Sabe que posso prestar queixa sobre agressão verbal, sendo que minutos atrás tentou me assediar, correto? — digo friamente e o vejo a rir com vontade.

— Olha, só quero conversar, garota, você não me dá uma chance. — afirma ele achando que estava com tudo por cima.

Olho com raiva para ele e mantenho a minha sanidade intacta.

— Eu disse não, boa noite. — digo com fúria e dou as costas pra ele.

Ele me segura pelo braço com força e me arrasta até a parede mais próxima, e antes que ele falasse qualquer coisa ele me desfere um tapa tão forte que quase perdi os sentidos.

A Proposta Do Chefe Where stories live. Discover now