Capítulo nove

103 6 2
                                    

Continuação

     Em meio a tantas emergências para atender, se encontrava prestes a sair de sua sala, teria de atender um paciente que estava em risco de morte, um minuto perdido era o fim.
     Assim que terminou de arrumar seus papéis, saia correndo de sua sala em direção ao outro lado do hospital.
     Entretanto, em meio aquela correria, acabou por esbarrar em alguém que caminhava pelo extenso corredor frio, que também parecia estar apressada.
     Assim que dirigiu seu olhar ao alguém que batera segundos antes, viu diante de si uma visão que jamais imaginava existir.
     Era seu tão amado ex marido, que se encontrava paralisado a sua frente.

--Você...-começava a falar sem se importar com o que iria falar

      O loiro, que antes estava a sua frente, se pôs a correr para o lado aposto a si, embora não tivesse percebido, o mais baixo se mantia firme para não chorar.
      E naquele momento, uma dúvida se pôs a pipocar sua mente. O que ele fazia ali?

[...]

      Passara o resto do dia pensando no ex que prevalecia em sua consciência, mil pensamentos funcionavam dentro de si, estava com tanta ansiedade que fora o suficiente para se forçar a tomar remédios.
      Com toda certeza tiraria essas dúvidas com seu irmão e o cunhado.

[...]

      Se encontrava perdido em si mesmo, não sabia o que fazer, era um golpe muito forte ver o ex marido, ali, a sua frente e não poder dizer que o ama ou matar a saudade com um abraço. Porém, ele sabia que havia feito aquela escolha de se distanciar do outro, e também, sabia que não teria volta.
      Deidara queria seguir em frente, esquecer do outro que renegou o próprio filho, entretanto, não conseguia, sabia que jamais poderia seguir em frente sem que superasse todas suas feridas.

[...]

     O Uzumaki completava mais uma semana de trabalho, estava a duas semanas no hospital, e era difícil de concordar com o que dizia, mas, estava gostando muito.
     Havia feito as pazes com seu ex, Sasori, e enfim, eram amigos novamente.
     Pelo que havia percebido, o ruivo mudara bastante, estava mais disposto, sempre ouvidos, companheiro e leal, tudo aquilo que precisava mudar no passado.
     Estava bastante impressionado com a mudança, tanto que até chegou a achar que era outra pessoa.

[...]

      Estava a organizar alguns papéis ao lado do ruivo, que contava o que havia acontecido durante o tempo em que estavam distantes.

--... E eu vim trabalhar aqui, e estou gostando, me sinto bem sabendo que estou ajudando pessoas doentes e tudo mais-olhava para o outro- e você? Tem alguma outra coisa para me contar além do seu ex marido?

--Não, apenas isso-sorria

--Deidara, sério, ele é muito gostoso, jamais que eu poderia imaginar que ele é um tremendo babaca-dizia entrando no assunto que até então era delicado ao loiro

--É mesmo, a primeira coisa que tive vontade de fazer era dar um tapa na cara dele

--E você deu?-o olhava esperançoso

--Sim

--Esse é o meu garoto!

[...]

     E enfim, era sempre a mesma coisa, sofrer por ex e se lamentar do porque aquilo tivera acontecido, as vezes se encontravam chorando dentro do banheiro ou do quarto, e isso era muito comum em todas as madrugadas, tanto que as vezes amanheciam com olheiras.
     O moreno tirou suas dúvidas com seu irmão e cunhado, ambos lhe disseram que não o falaram nada para não o preocupar, e isso era fato, de todas as doenças que possuía, a mais difícil de lidar era a ansiedade.
     Parecia que os dias voavam, mas na verdade tudo aquilo participava de um transe onde tudo era lentamente devagar, e isso na maioria das vezes os atordoava.

[...]

      Após quase três meses, as mesmas coisas continuavam a acontecer, os encontros inesperados que acabavam em choro no particular e as vezes no colo do irmão mais novo, e entre diversos outros fatores que faziam ambos sofrerem muito com a separação.
      Porém, naquele dia, aconteceria algo diferente.
      Deidara se encontrava no refeitório do hospital, onde os médicos e enfermeiros lanchavam por lá, e ele já era considerado um deles.
      Estava tomando seu delicioso café amargo que tanto gostava, entretanto, mal esperava o grande show que aconteceria.
      Sasori adentrou o refeitório com um buquê de flores em mãos, assim chamando a atenção dos demais.
      O ruivo, assim que se aproximou do outro, se ajoelhou ao seu lado. Ao mesmo tempo que parecia nervoso, também estava com medo.

--Meu querido Deidara Uzumaki, sei que eu e você já tivemos vários problemas no passado, porém você viu que eu mudei, e fiz isso por ti-suspiro; deu a pequena pausa para ver ao redor de si, e inesperadamente encontrando o ex marido do outro num canto do refeitório, em lágrimas-mas enfim, vamos direto ao ponto, você aceita ser o meu namorado?-sorria

      Era uma cena muito angustiante para o Uchiha que observava a distância tudo que acontecia, não conseguia segurar suas lágrimas, estavam pesadas demais para não deixá-las cair.
      Começou a soluçar baixo, se perguntando se o que realmente acontecia não era um sonho, ou na verdade um pesadelo.

-- -antes do Uzumaki dar a resposta definitiva, procurava entre os curiosos seu ex marido, para lhe mostrar que a fila andava e que não precisava de um mentiroso em sua vida. E viu o que não esperava. Lágrimas-aceito...

        Assim, a plateia de médicos e enfermeiros que se encontravam por lá, começaram uma salva de palmas pelo novo casal do hospital.
        Talvez por infelicidade do destino, não eram para ambos ficarem juntos, mas sim, para apenas se encontrem.
      Talvez, Deidara fosse feito para Sasori.
      E talvez, a vida de Itachi fora programada para lágrimas e tristezas.
      Sem pensar duas vezes, levantou-se de sua cadeira e saira correndo do refeitório, claro, não houvera sido visto pelos outros, já que os sons de palmas impediram.
      Entretanto, Deidara o viu, e sem poder fazer nada, chorou por dentro.

Continua

      

ItaDei-O preço do amor Where stories live. Discover now