Seis

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ELOÁ

Eu queria dizer que sim. Porra, mil vezes sim. Mas o tom dela, mesmo que disfarçado pela luxúria, continha mágoa.  Queria poder alegar ignorância, dizer que ali as duas estavam se usando, mas graças a Ana eu sabia muito bem das intenções de Luna. Já sabia há muito tempo, e mesmo assim fui parar na cama dela para depois fingir que nada tinha acontecido. Sei que não fui a melhor pessoa, pode acreditar, não foi fácil deixar a cama dela naquele dia, Mas eu tive de fazê-lo.

Acordei ao lado de Luna com meu celular tocando repetidas vezes. Era Eduardo e ele insistiu tanto que quando atendi me surpreendi ao escutá-lo chorando, se dizendo preocupado e arrependido de seus atos. Obviamente não acreditei em uma palavra que saiu da boca dele, mas preocupada em Despertar a mulher ao meu lado, simplesmente me troquei e fui embora.

Quando cheguei ao meu apartamento, dei de cara com Eduardo dormindo encostado a minha porta. Ele parecia realmente muito miserável, pediu mil desculpas e fez um milhão de promessas. Deus sabe porque eu acreditei e dei a ele uma segunda chance, porque até agora não faço ideia do que se passou pela minha cabeça para aceitá-lo de volta.  E o conto de fadas que Eduardo me prometeu durou apenas alguns dias, até a primeira vez que nos encontramos com seus amiguinhos. Aí foi que eu percebi que aquilo nunca ia acabar, ele continuaria sendo o mesmo babaca que foi criado para ser.

E isso me traz de volta à Luna. Ela puxou meu cabelo de modo a me fazer encara-la, ainda estava aguardando a minha resposta. Aproveitei nossa proximidade para analisar seu rosto. Suas pupilas estavam levemente dilatadas e as bochechas coradas. A boca inchada parecia me convidar a  mais beijos, e eu queria mais, mas não daquele jeito. Não seria certo.

- Me desculpa. - Foi a primeira coisa que eu disse e foi sincero. Luna recuou alguns centímetros franzindo a testa, mas balancei a cabeça negando a ela a chance de falar. - Agi como uma cretina com você, imagino que se fosse eu, nem perto eu chegaria. 

- Não foi isso que eu perguntei, - parecendo desconfortável, Luna se afastou encostando o corpo a parede atrás de si.

.. Não foi. - Concordei sem saber o que fazer com as mãos, agora livres. - Eu sei que deveria pelo menos ter mandado uma mensagem, não estava nos meus planos voltar com ele, mas eu...

- Voltou mesmo assim. - Seu tom mostrava toda amargura que eu merecia.

- Sim. - Respirei fundo, - acho que acabei caindo no papinho de bom moço dele, vira um hábito depois de um tempo. Eu não queria, não o quero e ainda assim, aqui estou.

- Não precisa se desculpar. - Luna mal conseguia me encarar. - Nós Nunca fizemos promessas, e tá tudo bem.

- Luna...

- Não, Eloá. - Ela me cortou bruscamente, tornando aproximar o corpo do meu. - Não quero saber do seu relacionamento fodido, não quero saber da sua pena, menos ainda o quão arrependida você está sobre o que quer que seja. - Luna subiu a mão até meu queixo e segurou com força, e desceu os olhos para  meus lábios. - A única coisa que quero agora, é foder você.

- Então fode. - Como dizer não? Eu não conseguiria resistir àquela boca Suja, ou aquela boca no geral. Meu corpo todo se arrepiou e não resisti a puxar ela mais contra mim, roçando nossos seios. Luna suspirou.

A boca  delaencontrou a minha tão rápido que mal pude conter o gemido quando nossas línguas se chocaram. Ela estava com fome, e eu também. A briga por domínio estava acirrada, mas ela me tinha tão fácil que joguei o controle para o alto, procurei os botões da camisa dela, a fim de desabotoá-los, mas Luna não deixou. Suas mãos grandes seguraram as minhas e ela negou com a cabeça, o verde daqueles olhos pareciam pegar fogo.

- Hoje eu vou te mostrar o porquê de você estar perdendo tempo com aquele otário. - Ao dizer isso Luna me virou de costas para ela e me abraçou por trás, deslizando as mãos do meu abdômen até meus seios. A massagem que ela aplicou ali me fez soltar outro gemido e sentir minha intimidade contraindo. - Você sabe o quão gostosa você é, linda? - Sua mão esquerda subiu até meu pescoço e apertou levemente, abri meus olhos e me deparei com a cena no espelho.

- Por favor, Luna... - Pedi sem conseguir me conter. Segurei a mão dela que ainda massageava meu seio e guiei até dentro da minha calcinha, já completamente molhada. Sua respiração acelerou ainda mais, e eu mordi meu lábio, esperando.

- Tão molhada pra mim, - a rouquidão em sua voz só me deixou com mais tesão. Luna começou a estimular meu clítoris lentamente e minhas pernas bambearan. Luna não foi piedosa, ela manteve seu movimentos lentos, me provocando, estimulando, até eu começar a movimentar meu quadril querendo mais. Ela riu. - Você me quer dentro, linda? - Seu hálito quente contra meu pescoço me fez ainda mais sensível a ela, acenei veemente com a cabeça, quase em desespero.

- Com força, baby. - Pedi, com a voz falhando, e Luna me deu o que pedi. Quando ela me invadiu, gemi tão descontroladamente que ela precisou levar a mão livre a minha boca. Eu não me importava, para o inferno quem ouvisse. Luna era tão boa... A cada estocada ela me levava mais perto do clímax, e ela não parecia disposta a parar enquanto eu não me desmanchasse em sua mão, e eu queria aquilo.

- Eu fodo você melhor, não é, linda?

- Hmmm... - O gemido arrastado foi toda a resposta que eu consegui dar enquanto gozava com força. Perdi a força nas pernas e só não fui ao chão porque Luna me segurou. Meu corpo todo parecia pertencer a outra dimensão e só minha alma vagava, distraída, por perto. Demorei para me recuperar, e quando o fiz, abri os olhos, só para ver Luna lambendo os dedos com meu gozo como se fosse mel.

Deliciosa.

- Você ainda vai me matar. - Comentei enquanto ajeitava minhas roupas, me virando para ela. Luna me deu um sorriso de canto que fez meu coração perder o compasso por um segundo, os olhos verdes dela brilharam como quem queria mesmo me deixar maluca.

- Não Preciso de muito para tirar você da razão, linda. - A prepotência escorria de suas palavras, e o pior é que ela estava certa. Dei um passo à frente para ficar nas pontas dos pés a fim de beijá-la novamente, mas de longe eu vi a voz do meu namorado chamando meu nome, ele não parecia feliz. - Parece que você tem que voltar para o seu namoradinho.

- Luna... - Comecei, mas o olhar que ela me lançou me fez calar. Respirei fundo. - Sinto muito.

- Não. - Com os olhos estreitos, Luna tornou a se aproximar e me prender contra a bancada da pia. - Eu Sinto muito por você, porque isso - Ela me beijou rápida, mas muito intensamente. - Você não vai ter mais. Nem todo o resto. - Ela deu de ombros e ajeitou a camisa, como se aquilo fosse a coisa mais importante a fazer naquele momento. A voz de Eduardo suava mais perto no corredor agora.

- Por favor, Luna...

- Não gosto de dividir, linda. - Jogou o cabelo para trás olhando por cima de mim no espelho. - Sou muito egoísta com o o que me pertence, e para o seu azar, você não é minha. - Assim que ela terminou de falar, Eduardo Forçou a maçaneta me impedindo de responder, não que eu tivesse alguma resposta boa suficiente para aquilo.

- Eloá! - claramente alterado, meu namorado esmurrou a porta. - Eloá, Com quem você tá aí? - As sobrancelhas de Luna se ergueram, esperando. Eu nada disse. - Eloá, se você estiver com aquela sapatão nojenta, eu vou acabar com vocês duas. Abre essa porta. - Mais batidas.

Meu sangue ferveu, aquela não era a primeira vez que Eduardo falava comigo assim, e eu poderia lidar com isso se ele não tivesse incluído Luna nisso. O olhar da mulher a minha frente Prometi a violência, e eu sabia que a única coisa que impedia a ela de abrir a porta e encarar Eduardo era eu. Então eu decidi, respirei fundo e fiz minha escolha, eu com certeza não tinha nada a perder.

- Vou abrir essa porta, nós vamos lidar com isso e depois você e eu vamos ter uma conversinha sobre a quem eu pertenço ou deixo de pertencer. - Falei olhando-a nos olhos, - spoiler, eu vou ser sua nem que isso seja a última coisa que eu faça.

Ignorando a surpresa em seu rosto, Virei a chave e esperei o meu então namorado para transformá-lo em ex.



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