- Desculpa - digo em meio as risadas - mas essa cena é muito engraçada pra mim

- Eu estou falando que vou cortar os pulsos, sua sádica do caralho!

- Olha como fala comigo, você só existe porque eu pedi pra mamãe - digo séria e ela volta a chorar.

Revirei os olhos e me aproximei dela, tirei o abridor de vinhos da sua mão rapidamente  pegando ela desprevenida.

- Não! Me devolve, eu vou cortar meus pulsos e sangrar até morrer.

- Não faz isso, Fanny - ela me olha e arregala um pouco os olhos na esperança de que eu esteja mostrando o mínimo de preocupação - Vai manchar o tapete.

O brilho dela sumiu e a expressão de tristeza voltou. Posso ser uma boa irmã, mas isso também não quer dizer que eu não vou rir quando ver você se fudendo.

- Eu fiz tudo por ele. Eu até entrei no grupo de líderes de torcida por ele - ela pega a gola do seu casaco e passa no nariz escorrendo. - e ainda juntei dinheiro pra comprar o vestido perfeito só pra dançar com ele.

- Fan, a vida é muito mais do que garotos idiotas - guardo o abridor na gaveta

- Você só fala isso porque o garoto que você gosta te convidou pro baile! E quanto a mim? Vários garotos me pediram mas nenhum era o garoto que eu gosto.

- O fato do Robin ter me convidado não vem ao caso - pela primeira vez, eu não neguei que gostava dele, embora nenhum dos dois tenha admitido isso - e porque você não aproveita essa oportunidade e vai pro baile por você e pra mostrar que não precisa de um par, hein?

- Do que adianta? Não vai ser como eu imaginava. Todo mundo vai rir da minha cara

- Claro que não, um monte de gente que não tem par vai ir também. E afinal das contas, quem o finney convidou?

- Eu não sei, eu perguntei pra Donna mas ela não quis me dizer.

A Donna sempre estava por dentro das fofocas.

Não gostava de ver minha irmã triste, se fosse eu no lugar dela, eu iria gostar que me fizessem companhia. Me aproximei dela e sentei ao seu lado, como de costume, ela se aproxima de mim e encosta sua cabeça em meu ombro.

- Você já gostou tanto de alguém que queria se trancar em seu quarto, ouvir uma música triste e chorar? - ela me perguntou

Olho para o nada mas logo tenho uma resposta.

- Não.

era verdade, fazia tanto tempo que não me envolvia amorosamente que até tinha esquecido de como é se sentir apaixonada.

Nos livros de o romances que eu lia o mocinho sempre salvava a mocinha em perigo e eles viviam felizes para sempre. Criaram uma imagem na nossa cabeça de que precisamos de um amor, que precisamos de alguém para se sentir amados ou para nos completarmos e isso não é verdade. Enquanto a nós? Pessoas que nunca foram amadas da forma certa, que procuram o amor que seja oque merecemos. Ficamos sozinhos e apenas observando as outras pessoas sendo um casal feliz? Somos apenas isso? Observadores solitário? Eu espero um amor que me traga paz, não borboletas no estômago. Até porque isso é sinal de algo ruim.

- Bom - respiro fundo e me levanto - já é tarde, vamos dormir e amanhã a tarde vamos comprar seu lindo vestido pro baile, que tal? - sorrio e estendi a mão para ela - Vamos lá!

Ela exita um pouco mas finalmente solta um sorriso e me dá a mão.

- Amanhã eu quero te ver linda e feliz, como você sempre foi.

- Ta bom - ela sorri - Amanhã vamos começar o projeto Samara!

- Que projeto Samara? - perguntei confusa.

𝐈'𝐌 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐒𝐓𝐀𝐍𝐃𝐈𝐍𝐆 | Robin ArellanoWhere stories live. Discover now