2. Menções

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Tinha chegado à Ilha Capri. Estava um lindo dia de sol, mas, não muito quente.
Depois do táxi, peguei um barco do Porto de Sorrento para vir. E agora, estou na busca de outro táxi, a Marina Pequena.
Quando eu olho para o outro lado da rua, vejo um táxi — por pura sorte — e rapidamente atravesso.
— Ei! Boa tarde! Quanto custa uma corrida para Marina Pequena? — Perguntei ofegante.
— Oi, mocinha! Quatro euros. — Respondeu saindo do carro.
— O.K. Me ajude com essas coisas. Vamos para Marina Pequena. — Comentei, levando minhas malas para trás do carro.
— Tudo bem.

[...]

Eu já estava chegando à casa da minha avó, e quando percebo ela estava no portão junto ao meu avô acenando para mim.
— Vovó! — Sai do carro desesperada para abraçá-la enquanto o taxista tirava minhas malas da porta malas.
— Querida! Como você cresceu! Quanto tempo! — Discursou empolgada e me soltando do abraço.
— Vovô! Que saudade! — Fui até ele para abraçar, na mesma empolgação.
— Diane! Você está linda minha neta! Está igual a sua mãe quando era mais nova! — Afirmou me beijando na cabeça.
Que saudade que eu estava desses abraços e carinhos dos meus avós! Fazia anos que eu não os via, que incrível! Mas, preciso ir para dentro para arrumar as coisas.
E então, atravessamos o portão e fomos para dentro.
Aquele lar nunca mudava, sempre continuava com aquela aparência: Pintada de marrom claro; o arco da janela branco; tulipas e dentes-de-leão em canteiros próximos as janelas; na varanda tinham duas cadeiras de balanço e uma mesinha de centro; dois pinheiros com uma rede presa, nos fundos do terreno.
Subi para o meu quarto, quando vejo Bidu. Quando ele me viu, veio até mim com aqueles pelos castanhos voando de acordo com a sua velocidade, e pulou na minha perna.
— Bidu! Que saudade que eu estava de você. Como você está lindo! — Afirmei colocando as minhas coisas no chão para pega-lo.
— Vou tirar uma foto dele para mandar ao Enri. Ele vai adorar ver essa fofura. — Falei, enquanto pegava meu celular na bolsa.

"Aqui está à foto que você tanto pediu!"

"Oi, Didi! Que coisa fofa! Obrigada por mandar, melhor amiga do mundo".

Em seguida, comecei a guardar as minhas coisas, pois ainda era duas da tarde e eu queria aproveitar mais de Marina Pequena. Ir ao Quiosque e a praia.
— Diane? — Declarou vovó enquanto entrava em meu quarto. — Descanse um pouco antes de fazer qualquer coisa. A viagem foi cansativa demais para você. — Disse entrando pela porta e colocando meu tênis na sapateira.
— Ah, vovó! Por quê? Eu estou ótima.
— Fui até ela para terminar a frase. — E, aliás, se eu descansar agora, não irei aproveitar nada!
— Diane, sem discursão, por favor. Se não der para passear hoje, vá amanhã. — Ela pegou em minhas mãos. — Você terá uma vida para andar por aqui. Eu garanto.
— Tudo bem vó, deixa eu só terminar de guardar meus vestidos que eu já vou dormir um pouquinho.
— O.K. Mas, não demore! — Respondeu, soltando minhas mãos e saindo do quarto.
Vovó tem razão, se eu não dormir eu vou acabar caindo por ai. Vou guardar esses vestidos e já vou me deitar.
Quando terminei, fechei a porta do meu quarto e liguei meu abajur.
Me deitei e de tão cansada que estava, peguei no sono em menos de um minuto.

Acordei por volta de três datarde. Resolvi levar Bidu para passear, já que fazia cerca de dois anos desde aúltima vez que fomos a algum lugar juntos.
Antes, troquei de roupa: coloquei um macacão laranja, uma rasteirinha branca eamarrei o cabelo.
Me olhei no espelho e vi a pessoa mais linda do mundo: Eu mesma. Meus cabeloscastanhos e ondulados junto ao meu par de olhos verdes combinavam tanto comlaranja.
Desci a escada com o guia, para prender a corrente de Bidu.
— Querida, como você está linda! — Afirmou meu avô, Gilberto.
— Concordo! Nunca vi você tão bonita como agora! Mas, aonde você vai? —Perguntou minha avó, chegando à sala com um bule de chá e biscoitos.
— Vou levar Bidu para passear. Quero ir à praia e ao Quiosque. Ah, quaseesqueci! Minha bolsa. Deixa subir parapegar. Já venho — Sai às pressas ao andar de cima, para buscar minha bolsa.
— Carteira, documentos, carregador, fone, chiclete e celular. — Repeti a mimmesma.
Desci correndo, e prendi a corrente de Bidu na guia.
— Tchau, Didi! Volte antes do jantar! — Disse minha avó, mesmo eu estando longe.
Como eu amava Marina Pequena é aquele vento que pegava em mim. Era tão doce esuave, que nunca incomodava ou deixava o cabelo embaraçado. Era Um Vento Único, e o melhor que eu já sentirá na minha vida.
As praias eram tão lindas e a água era tão cristalina. Meus pais não estão mais comigo, mas, esse ar me faz lembrar-se deles.
Eles adoravam as praias perto de casa, e foi lá onde meu pai pediu mamãe em casamento. Foi há dezessete anos, quando minha mãe tinha vinte e um anos e meupai vinte e três.
Papai era um garoto que tinha uma quedinha por ela, desde a quarta série. Elesnunca estudaram juntos, pois na época meu pai estudava em uma série superior.Mas, o amor nunca impediu os dois... Quer dizer, papai. Mamãe não sentiaatração nenhuma por ele, e sim por tal de Juan, filho do prefeito. Ele atégostava dela, mas não chegava nem aos pés do papai. Ela me disse uma vez, quequando estava na sala de casa, assistindo a um canal de televisão da Ilha,apareceu uma propaganda na tela que dizia: "Paula, se você estiver vendo isso,eu quero lhe dizer uma coisa. Eu te amo. Do fundo do meu coração, não vejo ahora de casarmos, apesar de não termos nem namorado. Lembre-se disso".Minha mãe já tinha imaginado que seria Enzo — meu pai — no comercial. Naspalavras dela, foi engraçado e fofo ao mesmo tempo, e apesar de tudo, ele nuncadisse como fez aquilo.
Quando eles terminaram o ensino médio, seguiram caminhos diferentes: Mamãe foicursar medicina em Paris e papai continuou trabalhando no Porto da Ilha. Achavam que nunca iriam se ver novamente, e só depois de três meses, Paula voltou dizendo para minha avó: "Não! Não era medicina que eu queria! Eu meapaixonei pelo Enzo, e me vi louca longe dele. Não suportaria esse tempo todo. Senti falta das coisas fofas que ele fazia, dos chocolates que comprava toda semana para me agradar, dos buquês de flores a cada quinze dias. Eu precisoviver o resto da minha vida junto a ele!". E foi o que aconteceu, a mesma,foi até o porto e disse a ele tudo que queria ouvir: O verdadeiro significadodo amor.
E foi assim, depois de três anos namorando, ele pediu ela em casamento naquelapraia. Um ano depois, se casaram!
Acho essa história linda, e me emociono sempre toda vez que falo dela.
Chegamos à praia! Continua como sempre: Aconchegante e cristalina.
Mais para frente, tem o Quiosque do Seu Martim.
Vou ali para ver como está agora.
Quando fui me aproximando, vi um grupo — todos com mais os menos minha idade —rindo e conversando.
Lembrei-me de mim, Enrico e Micael na padaria tomando café todo dia de manhã.Eles eram legais, mas um garoto em especial chamou minha atenção: Olhos azuisfeitos o oceano e cabelo castanho feito café.
Ele olhou para mim da cabeça aos pés e deu um sorrisinho malicioso, e eurapidamente fui para o balcão pedir alguma coisa e conversar
— Oi. Tudo bem? Você poderia preparar um suco de abacaxi, por favor? —Perguntei me sentando na banqueta.
— Boa tarde. Bem vinda ao Quiosque! Claro. — Comentou pedindo para a moça a suaesquerda começar a preparar.
— O seu Martim ainda é dono aqui? — Fiz outra pergunta novamente.
— Seu Martim? Claro que sim. Você conhece ele, senhorita? — Discursou anotandoum pedido de um casal ao lado.
— Sim, sim. Eu vinha com os meus pais aqui, quando eu era mais nova. Sentávamosnaquela mesa — Apontei para a última do salão, perto da praia.
— Ah! Você é a Diane? —Comentou entusiasmada.
— Sim, você me conhece? — Curiosa, perguntei.
— Óbvio que sim! Sou Camila, filha do Seu Martim. Eu tinha por volta de dezesseisanos, quando você vinha aqui. — Discursou com um sorriso de orelha a orelha,por me ver. — Aqui, seu suco. É um prazer rever você de novo.
— Prazer é todo meu. — Peguei meu suco e fui embora.
Tinha deixado Bidu preso lá fora, já que não podia trazer animais de estimaçãopara dentro do Quiosque.
Eu já estava indo embora, é uma questão veio em minha mente: O que e por queaquele garoto fez aquilo?
Eu o achei bonitinho, mas não ao ponto de namorar com ele.
Acho melhor eu perguntar a vovó, sobre sua família.
Cheguei em casa por volta de quatro e meia da tarde, e a primeira coisa que fizfoi soltar Bidu da guia. Depois, fui até a cozinha onde vovó preparava torta demorango para o café da manhã.
— Cheguei vovó! Cheguei vovô! — Berrei enquanto passava pela porta da cozinha.
— Querida! — Vovô falou enquanto caminhava até mim. — Como foi o passeio? Sedivertiu?
— Muito! Adorei rever as praias da Ilha, e acabei visitando o Quiosque. SeuMartim ainda é dono, acredita? — O abracei.
— Sim, sim! Faz tempo que não o vejo. Mas, sua avó está preparando uma lindatorta de morango. Para tomarmos café amanhã. É a sua preferida, não é? —Discursou enquanto me soltava do abraço.
— Sim! Estava sentindo o cheiro lá de fora. A, aliás, eu vi um grupinho de maisou menos minha idade no Quiosque — Comentei indo em direção à vovó — e queriasaber de você conhecia alguém.
— Bem, é difícil eu não conhecer alguém aqui. Mas, como eram eles? — Perguntouterminando de lavar a louça.
— Só prestei a atenção em dois: Um garoto de cabelo castanho e olhos bem azuis.— Respondi, me sentando. — e a outra tinha uma franja e estava de cabeloamarrado.
– O de olhos azuis não conheço, mas a de franja sim: Lívia. Sou muito amiga damãe dela. Vamos a casa deles amanhã, e vou te levar para vocês se conhecerem.
Amigos? Ah, me esqueci. A aula começa semana que vem e eu vou ter que estudar.Que ódio! Como eu vou contar para Enrico e Micael sobre isso? E falar sobre ode olhos azuis e seu sorriso malicioso?
— Ah, o.k. Mas, vou subindo por que estou muito cansada, sabe? — Argumenteibeijando-os. — Até amanhã!
— Tudo bem. — Disseram sincronizados.
Eu subi para o meu quarto, tomei um banho e fui dormir. Não aguentava maisaquele dia, apesar da tarde ter sido ótima.

Votem para mais capítulos, por favor ^^

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