Capítulo Vinte e Um

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| Antony |

- Tem certeza que 'tá tudo certo pra você jogar hoje? - Tite me pergunta antes de irmos chegarmos ao ônibus que ia levar a seleção para o hotel, depois do último treino de hoje vamos passar no hotel para tomar banho e descansar um pouco antes de ir para o estádio.

- Sim, professor - eu digo na fila para entrar no ônibus - Pode contar comigo. 

Eu tento tranquilizar ele ao máximo, não quero ficar de fora desse jogo de hoje. Não participar da classificação para a semi seria a cereja no bolo da minha desgraça. 

Fernanda não disse nada sobre o buquê e muito menos sobre as cartas, eu não vi ela no café da manhã, talvez pelo horário muito cedo que saímos para o CT, mas queria ter esbarrado nela hoje. 

- Então 'tá bom, nos vemos mais tarde - ele se despede de mim quando eu subo no ônibus. Tite não parece saber de nada sobre mim e a Fernanda, ou se 'tá sabendo vai esperar a copa acabar pra acabar com a minha raça. 

Entro no lugar caçando uma poltrona vazia no fundo e avisto Martinelli balançando a mão para eu sentar com ele. 

- Vai conseguir jogar hoje mesmo? - ele me pergunta assim que eu sento, encosto minha cabeça para trás e fecho os olhos.

- Lógico pô, já 'tô novo em folha - eu afirmo e eu sinto Gabriel sorrir com a resposta.

- Que bom, só entro com a minha dupla de lateral - ele fala e eu dou risada.

- Para de ser grudento - eu brinco e ele me abraça de lado me ignorando. 

- Tomara que você e a Fernanda se acertem logo, não aguento mais você rabugento.

- Eu sempre fui assim, só se acostumar de novo - eu falo e os últimos jogadores entram para partirmos. 

- Ah não, vocês vão se acertar ou eu não me chamo Gabriel Martinelli - ele diz orgulhoso e eu levanto uma sobrancelha pra ele. 

- Já vai escolhendo outro nome aí - eu digo sem muita esperança, será que ela jogou as flores no lixo? 

- Para, cara - Martinelli vira o corpo pro lado, encostando as costas na janela - Você mandou o buquê? 

- Mandei, e não, ela não falou nada. 

- Nem foi na sua porta te dar um tapa? - ele pergunta como se estivesse indignado.

- Você quer ver mesmo minha desgraça, né? - eu me surpreendo em como meu amigo é mais hater que meus próprios haters. 

- Sim - ele fala sério e depois da risada, mas eu continuo sério - 'Tô brincando, ela deve 'tá pensando sobre tua atitude. 

- Mais? 

- Para de ser impaciente! - ele me empurra - Você precisa dar tempo ao tempo, Fernanda não deve demorar muito pra te procurar e conversar. 

- E se ela não procurar? - eu pergunto preocupado. 

- Ela vai, cara - Martinelli afirma - Acho que ela não ia deixar essa história em aberto, fica em paz. 

Game || Antony Where stories live. Discover now