Game || Antony

Capítulo Quinze

| Fernanda | 

Minha perna não consegue parar de bater no chão enquanto estou sentada na cadeira, lembro da conversa que eu tive com a minha mãe sobre Antony e suas intenções. Falei para ela que não confiava nele e estava esperando o pior, mas ele vem me demonstrando outro lado que eu não conhecia. 

Vou ao banheiro ver pela quinta vez se meu cabelo continua alinhado e minha maquiagem boa  suficiente, parece até que ele nunca me viu acordando. 

- Verdade né - eu penso sozinha e relaxo os ombros - É ele, não um desconhecido.

Volto para o quarto e pego meu celular para reler nossas últimas mensagens, subo mais um pouco para outros dias e analiso o jeito que ele me trata. Não parece que ele quer só algo de momento, mesmo assim eu continuo com minha cabeça tentando bloquear as expectativas.

Duas batidas na porta fazem meu coração acelerar e eu não consigo evitar de me olhar de novo no espelho, já é tarde e passei a tarde ocupada, mesmo assim tento não demonstrar cansaço. 

- Oi! - cumprimento falando um pouco animada demais, se controla.

- Oi, princesa - ele fala me dando um beijo rápido antes de entrar no meu quarto e se jogar na cama. 

- Cansado? - pergunto me sentando na ponta da cama e olhando para ele parecendo que está distante. 

- Muito, nem lembro a última vez que eu treinei tão pesado assim e amanhã ainda tem mais logo cedo. - ele suspira olhando pro teto. 

- Meu tio elogiou o seu desempenho pra mim - eu lembro da conversa rápida na mesa, sinceramente acho que ele jogou o verde para tentar colher maduro. 

- E você falou o que?

- Disse que 'tava surpresa - Antony se senta na cama me olhando com uma cara nada boa - O que foi? Eu preciso manter a postura, né. 

- Apesar de eu ter certeza que ele já viu as notícias, como todo mundo. - eu completo lembrando das coisas que ainda tão rodando sobre a gente na internet, quero me trancar no quarto e não sair mais. 

- Isso te incomoda? - Antony me olha e pega minha mão para fazer carinho. 

Nunca fui o tipo de pessoa que fala e demonstra as coisas, sempre resolvi meus conflitos sozinha para não preocupar nem atrapalhar ninguém, não posso encher a cabeça dele justo agora.

- Claro que não - eu minto e sorrio para ele que continua sério - Independente do que a gente faça, vão sempre falar, certo? 

- Certo, mas não significa que você precisa fingir que não liga, princesa - ele fala baixo a última parte, mas eu consigo escutar cada palavra. 

- Não 'tô fingindo - mais uma mentira.

- Ainda bem que você quis ser jornalista e não atriz - ele brinca e encosta na cabeceira batendo no lugar vazio do lado dele na cama. 

- É sério, Antony - eu tento afirmar quando eu sento ao seu lado apoiando minha cabeça no seu ombro.

- Não pode começar algo comigo mentindo, sabia? - o atacante fala e entrelaça nossas mãos fazendo carinho com o dedão.

- Desculpa, não 'tô acostumada com os outros dividindo meus problemas comigo - eu confesso baixo e fecho os olhos.

- Vai se acostumar comigo então - ele fala e eu nem preciso olhá-lo para ver seu sorriso.

- Não tenho opção, né? 

- Não - ele confirma simplesmente me fazendo dar uma pequena risada. 

- Mas é sério, promete que se te atingir de alguma forma vai falar comigo? - Antony me faz olhar para ele e eu levanto as duas mãos.