DOIS - HUGO

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HUGO

PASSADO

— Onde vão? - a mãe de Vincenzo perguntou descendo as escadas antes nós pudéssemos correr para fora da mansão Caccini. Estávamos no meio de uma fuga noturna.

— Treinar tiro - meu amigo respondeu prontamente. O que não era totalmente mentira. Realmente íamos.

— Garotos nessa idade não saem esse hora para treinar - ela lançou um olhar avaliador que parecia poder ler nossa alma, mas, Vincenzo e eu estávamos acostumados a passar pelos interrogatórios da mulher que se preocupava mais comigo que minha própria mãe. — Estejam aqui antes da meia noite e sem confusão, ai eu vou pensar se acredito.

— Valeu, tia Vi!

— Eu vou agradecer se usarem preservativo - ela disse sentando-se no sofá, com uma classe que só ela tinha. — Vocês são jovens demais para serem pais, por favor, não sejam imprudentes.

— Não vamos transar mãe - Vincenzo exclamou claramente envergonhado, o que me fez rir um pouco alto demais.

— Claro que não, mas apenas no caso, seu pai tem uma gaveta cheia de cam-

— Estamos indo, mãe! - ele gritou alto o suficiente para fazê-la se calar e saímos de casa, enquanto eu ria divertindo me as custas do meu amigo. Tia Virgínia fazia isso para irrita-lo, o que tornava tudo ainda mais divertido. — Pare de rir seu idiota. - ele resmungou enquanto entravamos em seu carro. Vincenzo já podia dirigir e beber, mas infelizmente eu tinha que usar minha identidade falsa se quisesse beber fora de casa. Ser novo demais era irritante na maioria das vezes.

— Vamos passar e pegar Kathe? - perguntei apenas para provoca-lo.

— Nem ferrando. - Vincenzo me lançou um olhar mortal e eu dei de ombros. — Não quero falar de Katherine. Se tocar no nome dela de novo, eu te jogo pra fora desse carro em movimento.

— Relaxa cara, só que, vocês vão casar, uma hora ou outra vai ter que se acostumar com a ideia. - continuei o provocando.

— Você fala mas se fosse com você, não estaria tão calmo e satisfeito. - ele me olhou acusador e eu assenti.

— Sorte a minha que minha mãe está ocupada demais se drogando pra prestar atenção no filho que está quase na idade de ter uma noiva.

— É. Sorte mesmo. - ele bufou. Outra pessoa me olharia cheia de pena e diria "sinto muito" mas Vincenzo era meu melhor amigo por um motivo, ele me conhecia muito bem. — Eu não vou me casar com Katherine, Hugo. - repetiu as mesmas palavras de sempre. Eu não entendia aquela aversão a nossa amiga, Kathe era perfeita pra ele. — Já falou com Paolla sobre o que sente por ela? - mudou de assunto antes que eu pudesse insistir na história. — Vai continuar fingindo que seu pau não fica duro sempre que vê ela.

CULPADA || DREAMEWhere stories live. Discover now