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Eliza havia acabado de chegar em seu apartamento após um longo dia de trabalho.

A mesma trabalhava num bar como garçonete de dia e à noite cantava, já que o mesmo possuía música ao vivo.

A garota sempre foi apaixonada pela música, e sua mãe sempre a incentivou desde pequena. Porém, após sua morte trágica, Eliza resolveu deixar sua cidade e recomeçar sua vida.

Fugiu de casa aos 17 anos, para bem longe de Forks, causando um grande alvoroço em sua família. Eliza tinha os mesmos traços de sua mãe, o que fazia o coração de seu pai apertar cada vez que a olhava. A garota sentia isso, sua relação com o mais velho nunca foi a melhor.

Eliza era livre, desinibida. Suas ideias sobre a vida eram opostas a tudo que seu pai tentava ensiná-la por toda sua vida, e isso ocasionava em diversas brigas e discussões, o que a levou a deixar tudo para trás.

Essas memórias e vivências transformaram a garota em uma mulher forte e inabalável, mesmo que continuasse com a mesma essência de sua adolescência.




A morena se largou em seu sofá passando as mãos pela cabeça, tentando ignorar a enorme enxaqueca que a atingia desde mais cedo, sentindo todos os seus músculos cansados. Sua exaustão quase a fez cair no sono ali mesmo, mas é pega de surpresa por seu celular vibrando.

- Alô? - Ela murmura ao número desconhecido.

- Liz? - Ela escuta uma voz masculina, a reconhecendo no mesmo instante.

- Jake! É você! Não esperava receber uma ligação sua - A garota exclama, já fazia quase um ano desde que falou com seu irmão pela última vez.

- Senti sua falta, irmãzinha - Sua voz era carregada de saudades, fazendo a garota respirar em nostalgia.

Apesar da péssima relação de Eliza com seu pai, ela e Jacob sempre foram muito unidos e tinham uma conexão muito forte.

- Está tudo bem? Você parece chateado - Ela pergunta, preocupada, ouvindo um suspiro trêmulo do outro lado da linha.

- Eu não sei como falar isso, mas.. O tio Harry morreu, Liz

Ao instante que tais palavras chegam em seus ouvidos, Eliza sente sua respiração pesando e seus olhos se enchendo de lágrimas. Lembranças de Harry em sua infância preenchem sua mente, sendo alguém amável e acolhedor.

- O quê? - Sua voz sai quase como um sussurro.

- Foi ontem. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Me desculpe te contar desse jeito, mas foi um pedido de papai, ele quer sua presença no funeral, Liz, todos nós queremos - Suas falas colocam um peso nas costas da garota. A ideia de ver seu pai depois de tantos anos a assombrava, mas ela sabia que era o certo a se fazer.

Ela respira profundamente, controlando sua mágoa, criando coragem para tomar tal decisão, já que, ao momento que verbalizasse sua decisão, tudo se tornaria real.

- Tudo bem, chego em Forks ao amanhecer.

- Vou estar esperando! - Jacob responde de prontidão, sem conseguir esconder sua felicidade.

Ao desligar a ligação, a morena deita em seu sofá, encarando o teto, pensando no que aconteceria a partir do momento que retornasse à reserva, sentindo a ansiedade consumir seu corpo.

Ela esfrega o rosto, tentando afastar os milhares pensamentos que rondeavam sua mente, se levantando para arrumar uma mala simples, contendo apenas o necessário para que possa voltar para casa em poucos dias.

Ela parte para a estrada em alta velocidade, com a companhia de suas memórias mais antigas de Forks. Seu irmão, as histórias ao redor da fogueira sobre o passado de sua tribo, as brincadeiras de infância com todos os garotos da reserva, as noites em claro na praia....

Um sorriso escapa de seus lábios ao retomar tais lembranças, até que a imagem de um certo alguém invade sua cabeça.

Paul Lahote, sua primeira paixão.

Ele era um furacão em pessoa. Aparecia na janela de seu quarto na madrugada e a proporcionava as aventuras mais loucas de sua vida. Eliza o conhecia por toda sua vida, cresceu ao seu lado, e, a medida que se tornavam mais velhos, um sentimento único crescera entre os dois.

Paul havia sido seu primeiro beijo, seu primeiro romance adolescente. Apesar de sua duração curta, já que o garoto era extremamente imprevisível e fora de si, algo que Eliza nunca havia visto.

A curiosidade se torna inevitável para a morena e seu corpo se arrepiava ao pensar na possibilidade de estar cara a cara com o garoto após tantos anos.

FOR US, paul lahote Where stories live. Discover now