Capítulo 09 - Sofrendo feito um louco.

53 7 0
                                    

"Foram tantas brincadeiras, tantas conversas, tantas risadas e olhe agora, nem conversamos mais."

Karina.

O que eu diria e ele? Transe comigo várias vezes? Pague a minha divida? Ed disse que Rafael era tão ruim quanto ele mas eu não tinha escolha, ruim por monstro eu prefiro dever para o ruim, isso é, se ele quiser me emprestar o dinheiro.
Vou até o portão, o segurança me olha.
– Com licença, eu gostaria de falar com o Rafael, por favor.– Afirmo.
– O patrão não se encontra na mansão nesse momento, volte outro dia.– Diz.
– Sabe se ele vai demorar? – Indago.
– Ele não volta desde ontem então creio que sim.– Conclui.
Ontem, depois que eu o rejeitei e ambos dizemos coisas pesadas, o chamei de estranho, ele disse que eu fazia com Ed porque queria, eu o expulsei.
Sem saída fecho os olhos, como essa escolha falhou opto pela outra, naquele momento a rua estava vazia, então me sento na calçada esperando o movimento começar, conforme os carros avançam tomo minha decisão, fecho os olhos e corro até o meio da rua, paro no lugar e espero o carro bater contra o meu corpo.
Ouço as buzinas, não saio do lugar, era melhor assim, acabar com tudo isso mas não aguentava mais aquele homem me tocando, me tratando como sua escrava, tudo que eu tinha era dele, até meu corpo, eu prefiro morrer.
Mais buzinas e sei que o carro está mais perto, não respiro.
– BRUXINHA! ESTÁ LOUCA? – Aquela voz, abro os olhos, Rafael desceu do seu carro e veio até mim, parou na minha frente, não me controlei e o abracei.
– Por favor me ajuda, por favor, eu prefiro morrer a deixar aquele homem me tocar, por favor, eu imploro! – Digo, não tinha mais nada em mim, estava louca e no limite, é verdade o que dizem, tem algo que é sim muito mais forte que o medo, o desespero.

– O quê? Calma.– Diz afastando nossos corpos por um ou dois dedos, ele olha meu rosto, meu corpo, se enfurece.
– Quem fez isso com você? Eu quero a droga do nome.– Afirma.
– Eu prefiro morrer a ter que deixar que ele me toque novamente, eu sinto tanto nojo.– Choro esfregando minhas mãos no corpo.
– É por isso que te vi vomitando na frente na lanchonete, Deus do céu..– Afirma.
Eu o abraço novamente, sinto suas mãos em volta da minha cintura me apertando.
– Se disser que não pode me ajudar eu vou cuidar disso do meu jeito.– Sussurro.
– Se matando? Enlouqueceu? – Pergunta mas não me afasta.
– Não aguento mais viver desse jeito, isso não é vida, eu quero morrer Rafael.– Suplíco.– Se não puder me ajudar, atira em mim, eu sei que tem uma arma na sua cintura.– Sussurro.
Estava condenada, acabada e sem esperança.
– Vamos entrar e você me explica, ok? – Pergunta e faço que sim, ele passa a mão pelo meu braço até alcançar a minha e entra comigo assim, caminhamos até um escrito todo em couro vermelho e preto.
– Quem fez isso com você? Ed? Por causa da sua dívida? – Indaga.
– Como você sabe de tanto? – Pergunto.
– Eu pesquiso tudo que me interessa e você me interessa, então ele faz isso com você em troca das pérolas que você dá a ele como pagamento? Mas não é o suficiente porque com ele você não sente prazer mas nojo, ele foi até lá depois que eu sai, ontem?– Pergunta e eu faço que sim.
– Ele vai voltar hoje.– Digo.
– Tudo bem, ele não vai te encontrar, vai Me encontrar e o dinheiro que você deve, 5 bilhões, você não vai mais trabalhar para ele na lanchonete e nem morar na casa dele.– Afirma.
–  E o que você vai querer em troca? Porque ninguém dá 5 bilhões de reais de bandeja.– Afirmo.

Shell GirlWhere stories live. Discover now