➝ 06. ☔︎

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CAPÍTULO SEIS.

VINI'S POINT OF VIEW.

Acabamos o último treino antes de enfrentar a Coréia do Sul, no dia seguinte. Sei que temos uma incrível capacidade de enfrentá-los e vencer, mas é mata mata e como Diana diz "Se eles também estão nas oitavas, eles também são capazes” e o futebol é mais imprevisível do que podemos imaginar. Falando nela, não tenho notícias desde ontem. Geralmente, ela realmente não aparece aos domingos, mas no dia anterior ela sumiu mais cedo que o normal. Não a culpava, por mais que eu goste muito dela e saiba que é recíproco, a mídia é sempre uma merda. Acho que agora ela entende porque sou tão chato com câmeras.

Por lembrar disso, precisava desabafar sobre essa situação com um de meus amigos. É óbvio que não poderia ser qualquer um deles, a maioria é meio irracional. Avisei à Ney que queria conversar com ele em particular, mas antes disso, iríamos nos trocar no vestiário para já ir jantar quando chegássemos ao hotel. Tomei um banho rapidamente, colocando o chuveiro na temperatura mais fria possível e depois me troquei. Encontrei meu amigo na saída e fomos em um carro sozinhos para voltar ao hotel. Contei todos os detalhes para ele da forma mais resumida possível e esperei escutar a opinião.

— Cara, não sei se é o que você quer ouvir, mas eu a entendo mais que qualquer pessoa. – Ele respondeu, de uma forma sincera. — Em todos esses términos entre mim e Bruna, nunca foi por faltar amor entre nós e sim por toda a influência que a mídia teve sobre a gente e o que rolava na nossa relação. A gente nunca teve um dia de paz e todas as nossas atitudes sempre tiveram mil especulações. Eu não to dizendo que você nunca vai ter ninguém porque a sua fama sempre vai impedir, mas to falando que você tem que ter cuidado em dobro justamente pela vida que você vive.

— Essa situação é fodida porque nunca foi minha intenção gostar dela, além de amizade. Inclusive, quando ela chegou a primeira coisa que eu disse pro Antony é que ele não podia se envolver com ela, quem diria que quem ia fazer isso era eu. – Dei uma risada, acompanhada de um suspiro e continuei. — É óbvio que eu sei que a mídia é cheio de filhas da puta e conheço bem a sua situação, mas o que eu deveria fazer? Simplesmente deixar ela ir?

— Claro que não, acha que vou perder a oportunidade de te ver um bobão apaixonado? – Ele arqueou uma das sobrancelhas e deu risada. Babaca. — Eis o meu conselho: Você pode tentar ir devagar com as coisas devagar. Continuem agindo como amigos e profissionais até isso tudo acabar. Até porque, você precisa ver como isso vai funcionar depois que a Copa passar. Quando a realidade bate na porta, o bicho pega irmão. Você tem o Real Madrid e ela o próprio emprego morando no Rio, então aproveitem o tempo que cês tem juntos aqui e deixa pra definir algo quando a vida já estiver normal.

— Se você não vier mais na próxima Copa, pode ser o psicólogo do time cara. Você leva jeito. – Comentei, dando risada. 

Vai se foder, podia nem ter te ajudado. – Ele rebateu, enquanto saíamos do carro indo em direção ao restaurante. 

Brincadeiras à parte, foi muito bom ter tido essa conversa antes dizer algo pra Diana. Eu poderia até culpá-la ou achar que ela só não queria estar comigo, mas a história era diferente. Se as coisas são difíceis pra Bruna que lida com a fama desde novinha, deve ser ainda mais pra ela que não sabe como lidar. Na verdade, eu também nunca soube. A única coisa que eu sabia era exatamente o que fazer depois do jantar. 

𓂃 𝖳𝖧𝖤 𝖦𝖱𝖤𝖠𝖳 𝗪𝗔𝗥 ☔︎ Where stories live. Discover now