Podia ver a expressão perplexa gravada no rosto do macho enquanto brincava com a pequena joia entre meus dedos. Helion me encarava como se tudo que eu tivesse dito não passasse de incoerências.— Isto é impossível... — murmura o macho com olhar perdido.
Apenas o encaro, esperando pacientemente enquanto as informações se encaixam em sua mente.
— Durante todo esse tempo... pensei... — continua ele.
Eu sei, sei que é muita informação dada abruptamente.
Saber que todos os livros que antes ele pensara estar perdidos, estão na verdade, em meu domínio. Saber que os séculos de estudos e pesquisas de deus antepassados não foram jogados fora.
Eu sabia quão importante eram tais livros para a sua corte, e também, para o restante de Prythian. Afinal de contas, informação é poder em uma guerra.
Rolo a pequena pedrinha verde em meus dedos enquanto observo Helion se recompor. Sua feição chocada dando lugar a seriedade.
Ele me encara, estudando todo meu rosto e corpo em uma vã tentativa de me sondar. E teria conseguido, se eu não estivesse baixo um forte feitiço que muda minha aparência. Ele, agora, vê somente um feérico aleatório e comum.
— Então, o que quer em troca!?— pergunta, desconfiança brilhando em seus olhos e sua postura tensa.
Observo o macho, a pele preta parecia reluzir em contato com o sol. Feições marcadas e músculos evidentes sob a túnica branca — ele definitivamente era um macho bonito — não cabe dúvidas disso. Não me surpreende sua fama de libertino.
Pena que era pai do meu amigo. Bufo com o pensamento e respondo sua pergunta.
— Nada.
Helion pisca, perdendo sua seriedade por um segundo e ficando deslocado.
— Nada..? — ele repete.
Havia duvidas em seus olhos e não era pra menos. Feéricos são conhecidos por seus acordos, nada é grátis.
Mas eu estava sendo sincera, não queria nada em troca por isso. Simplesmente podia ajudar e assim o fiz, sem armadilhas ou conspirações. Só quis fazer e pronto.
— Nada, Lord Helion. A única razão por trás de minhas ações é pelo simples fato de eu podia ajudar — respondo segura.
Helion ainda parecia com um pé atrás. Não o culpem, mas anos de escravidão e traições
o fizeram desconfiar — apesar que algo no fundo de seu peito dizia que podia confiar nela — ele ainda queria se precaver. Era muito bom para ser verdade.— Não confio em você. — diz e ainda sim posso ver hesitação em sua voz.
— Não estou te pedindo confiança, Milord, só vim lhe avisar sobre onde encontrar seus livros. Nem mais nem menos.
— Se é assim, dê-me a localização agora e verificarei a veemência de suas palavras. Caso contrário, irei.... — eu o corto.
— Não me ameace Grão-Senhor, vim apenas com a intenção de ajuda-lo mas isso não significa que aceitarei tais palavras vindas de você. Não se esqueça que da mesma forma que estou te ajudando, posso mudar de ideia e eu mesma queimar todos os seus malditos livros. — digo solene, nenhum tremor ou hesitação em minha voz.
Eu estava falando sério e acho que ele percebeu, pois mudou sua posição defensiva com um suspirar pesado.
— Peço desculpas, Senhorita, por minhas palavras bruscas. Espero que entenda minha desconfiança levando em caso a situação de meu povo nos últimos cinquenta anos. — diz e vejo sinceridade em seus olhos.
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ᏒᎬᏁᎪᎦᏟᎥᎠᎪ ᎬᎷ ᎪᏟᎾᏆᎪᏒ
Fantasy|Onde Lilian reencarna em sua saga preferida. Ou Onde Azriel encontra sua parceira de forma inesperada.