13. Hinata 🌪

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Ainda não estava nem na metade do expediente do trabalho e hoje já estava sendo exaustivo. Era um daqueles dias em que a lanchonete se enchia com pessoas que acabavam de chegar de viagem cansados e só precisavam de um lanche, alguns trabalhadores e alguns estudantes que vinham aqui depois da escola — não só para comer, como também para importunar os funcionários. Meu problema com essas pessoas — adolescentes e pessoas da minha idade mesmo — é que alguns se acham demais e acham que podem fazer tudo. Eu odiava pessoas sem limites.

Me obriguei a olhar para minha caderneta aonde anotava mais um pedido, só que não conseguia desviar meus olhos de Sakura que atendia um senhor irritado, que parecia estar sendo rude com ela. E para piorar o chão estava melado de suco.

— Ouviu o que eu disse, menina? — balanço a cabeça, voltando minha atenção para o homem em minha frente.

— Desculpe, pode repetir?

— Não quero cebola na comida, nem milho, nem maionese.

— Certo. — anoto no caderno — Mais alguma coisa?

— É só. — ele crispa os lábios — deviam limpar o chão, alguém ainda vai cair naquela poça de suco.

— Claro, desculpe. — sorrio sem graça — dia cheio.

Hoje era um daqueles dias em que até mesmo respirar era difícil. O que me fazia pensar menos em Naruto, embora vez ou outra meus pensamentos se desviassem para ele e eu me tornava mais lenta no que fazia. Naruto já fazia efeito sobre mim e para meu azar tinha duas semanas em que não nos encontrávamos decentemente. Ele veio aqui uma ou duas vezes entre esses dias, mas ambos estávamos muito ocupados, então não fora um encontro tão bom quanto eu gostaria.

Era difícil para mim mesma assumir, mas eu estava ansiosa para encontra-lo de novo, de preferência fora da lanchonete e sem cheiro de suor e fritura.

Ele estava sempre impecável, era injusto e vergonhoso que ele me visse numa situação tão deplorável quanto o fim de um turno de trabalho.

— Preciso do material de limpeza. — digo ao entrar na cozinha, colocando o pedido em um barbante.

— Sala 6. — o cozinheiro responde, sem ao menos me olhar, muito concentrado no que faz.

Vou até lá e pego um balde, enchendo-o com água, pego sabão e um pano para o chão. Fecho a porta e viro o corredor, quando ouço o estrondo de algo caindo no chão soar. Caminho o mais rápido que posso, chegando a tempo de ver Sakura espatifada no chão, com o uniforme sujo de comida.

— Ah, meu deus! — largo o balde no chão, por pouco não derramando a água — Sakura!

A seguro pelos braços e a impulsiono para cima, levantando-a. Ela faz uma expressão de dor.

— Você está bem?

— Estou. — ela força um sorriso — Acho que torci o pé, mas não deve ser nada grave.

Ela o testa firmar no chão e parece suportar a dor, provavelmente sentindo apenas desconforto. Fico até aliviada, visto que o que ela derrubou, deixou vários cacos de vidro no chão.

— Ainda bem que não se cortou! — digo, conferindo suas mãos.

— Vocês são bem irresponsáveis! — o homem ao nosso lado fala, tentando tirar uma mancha de molho da calça — Esse lugar já foi melhor! Olha, a garotinha não sabe nem carregar uma bandeja sem fazer bagunça!

— Foi um acidente! — Sakura retruca, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

— Acidente ou não, este lugar não presta.

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