Mas foi apenas por um breve instante e Jeongguk mal teve tempo de se afastar antes de Taehyung segurá-lo pelo pulso e puxar o pincel de sua mão, assumindo o comando de artista, prendendo o mais novo entre os braços e deixando que a tinta escorregasse pela bochecha dele com carinho, contornando sua pele rosada nas maçãs do rosto e ficando paralisado com a galáxia de seus olhos quando eles se encararam tão de perto.
Ambos estavam entretidos em sua pequena diversão, colorindo um ao outro com gentileza e distração que quase não repararam quando o líquido laranja escorreu pela cama, inundou o quadro com o rascunho no ato e pingou no chão, molhando tudo que antes era neutro, transformando em uma coloração vibrante.
- Olha a bagunça que você fez! - Taehyung falou assim que reparou na tinta espalhada, largando o pincel em cima da cama e apertando os lados de Jeongguk, arrancando um riso alto e desesperado do mais novo que se contorceu com precisão, ficando ofegante com as cócegas.
- A culpa foi sua! - O mais novo se inclinou para trás cansado, descansando as costas e a cabeça contra o peito de Taehyung, segurando a todo custo as mãos do mais velho que o estava deixando sensível de tanto rir e apertar sua pele. - Eu pedi para tapar os olhos e você espiou! Pare já! - Jeongguk gritou divertido, batendo os pés na cama e derrubando os outros potes abertos, verde e roxo, se misturando sobre a coberta, deslizando pelo chão e mudando o ambiente com a concentração colorida, sujando tudo o que podia.
- Não, você sempre será o culpado. - Taehyung sentiu falta do calor do corpo do mais novo quando ele se desvinculou dos seus braços e se distanciou, se sentando no final da cama e de frente para si, com o rosto vermelho e colorido de pigmentação, nem se importando de ter se sentado na tinta e arruinado seu jeans bonito. - Sabe, antes eu pensava que estava te trazendo para minha bagunça. - Taehyung olhou para suas mãos pintadas e sentiu o rosto esquentar, pois sabia que os olhos do mais novo estavam focados em si com atenção dobrada em seus gestos e palavras. - Agora sei que na verdade era o contrário, foi eu que entrei na sua bagunça e agora está tudo sujo.
- E essa foi a melhor decisão da sua vida, diz também. - Jeongguk resmungou, ajeitando o quadro sobre o colo e tentando limpar com um paninho as cores que se misturaram no rascunho e Taehyung suspirou pesadamente, se aproximando minimamente, se sujando com o ato e nem se importando, não quando o mais novo olhou para ele com carinho, um calor e curiosidade refletidos em seus olhos negros e grandes.
- Isso é você quem está dizendo. - Taehyung aproveitou e passou os dedos no líquido espalhado em seu cobertor e sorriu levemente ao alisar o nariz levantadinho do mais novo rapidamente, tingindo sua pele com delicadeza, apreciando como a cor combinava perfeitamente com o seu tom de pele. - Às vezes comparo você com algumas coisas, sabia?
Coisas essas que antes eram ruins na sua vida e desde que Jeongguk apareceu começaram a ter outro significado.
- É barulhento como a chuva, mas não como ela. Colorido como a primavera, mas também não é como ela. É melodioso como uma canção, porém silencioso... - Taehyung sentiu que poderia desmaiar ao falar, as palavras simplesmente corriam como um rio pelos seus lábios sem freios e ele nem sabia de onde saia tanta inspiração. Talvez Jeongguk tivesse esse poder sobre ele, talvez ele despertasse esse lado que seu coração quebrado não podia manifestar antes. - Como o arco íris tocando uma partitura de piano no outono, se não, melhor que tudo isso.
- Falando assim vou acabar levando em conta que está me cortejando. - Jeongguk mordeu levemente os lábios, fechando os olhos com o carinho úmido em seu rosto, ele adorava quando Taehyung fazia gestos tão simples, ainda mais como sua voz aveludada o deixava queimando euforicamente por dentro, gostava tanto de ser elogiado entre linhas, tocado com suavidade e gostava ainda mais por ter descobrido isso com o mais velho. Taehyung era o melhor para si, ele era tudo que queria.
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The Only Exception | Taekook
RomanceTaehyung odiava as pessoas, ele tinha certeza disso, guardava consigo uma longa lista de decepções no bolso traseiro da calça jeans. Ele também havia feito uma promessa a si mesmo que jamais iria se entregar ao amor e que jamais quebraria o seu cora...
Décimo quarto
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