Fofoca, não. Apenas repassando informações.

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Sakura 


— Meninas, qual é o melhor lugar para se enfiar um rabo? 

Era uma dúvida genuína. E, encarando o meu reflexo no espelho, eu refleti sobre ela. 

Eu estava vestindo um pijama de berinjelas, que um dia eu acreditei serem cenouras — foi um momento difícil quando eu percebi que cenouras não são, de fato, roxas —, meu rosto ostentava uma maquiagem meia boca de um lobo após sofrer um acidente bem sério numa rodovia, e nas minhas mãos, eu segurava um rabo de silicone. Não vou mentir, demorei alguns segundos a mais encarando ele, ainda não acreditando na facilidade na qual eu havia conseguido aquilo. 

Isto é poder. 

Eu, Ino e Hinata, meninas de bem, gostamos de colocar fantasias sempre que nos reunimos para uma noite das garotas, e, após dois minutos de muita discussão, votação, xingamentos e olhares maldosos, eu ganhei o direito de escolher o tema da vez. Lobos. Mas, não os normais, e sim os alfas, betas e ômegas. E eu, como progenitora deste momento icônico, me proclamei alfa enquanto Ino e Hinata seriam minhas betas. 

Enfrentei preconceito. 

Hum, eu não discutiria com duas betas. Eu, como alfa, sei que minha ideia foi artística e poética. E todo mundo sabe que fanfictions sobre lobos sempre serão as maiores. 

Por isso o rabo. 

— A pergunta certa é: Por que lobos, Sakura? Achei que tinha saído daquela época deturpada que você lia fanfictions ABO. — Hinata pontuou com bastante veemência, preferindo terminar sua maquiagem do que olhar para mim, seu alfa, deixando bem claro o quão contra ao meu estado de espírito canino ela é. 

— Calada, beta. 

Hinata não chegou a dizer mais nada, mas eu percebi o preconceito em seus olhos. Não ligarei por enquanto, a punirei depois. Na verdade, eu voltei a encarar o rabo de silicone pelo espelho e tive a mesma dúvida de antes: Onde eu vou enfiar isso? 

Eu só consigo pensar em um lugar. 

Tenso. Tem vezes que não é pra ser, mesmo. Digo, eu queria muito usar este objeto de poder, mas eu também não ultrapassarei nenhum limite hoje. Dei de ombros e larguei o rabo no chão, me virando para encarar as duas garotas terminando de se arrumar, uma se maquiando no tapete e a outra pintando a unha em cima do sofá. 

— Meninas, estou devastada. Não poderia usar o rabo que a Ino trouxe antes mesmo que a gente decidisse o tema da vez, sei lá o porquê, por causa de algumas divergências sobre o lugar onde eu o colocaria. Tudo bem por vocês se eu não ter um rabo hoje? 

— A gente não dá a mínima. — Ino me encarou, intercalando entre as unhas pintadas e meus olhos. — E eu trouxe o rabo porque estava prevendo a minha vitória sobre o tema de hoje. 

— E não venceu. — Foi bom dizer isso. 

— Que seja. — Ela apenas de deu de ombros. — Agora, por que você não vem se sentar aqui com a gente? Aproveita e já dá play no filme e nos conta o porquê de você ter marcado uma reunião das meninas de emergência. 

— Tá bem. — Dei de ombros, sentindo que minha autoridade de alfa não estava funcionando muito bem ali. Betas rebeldes, clássico. Deixei minha insatisfação de lado e busquei a sacola de guloseimas antes de me sentar no sofá. Achei melhor comer um chocolatinho para melhorar o humor. — Garotas, o motivo de vocês estarem aqui não é bem por causa de uma única circunstância, na verdade, eu diria que umas cinco coisas aconteceram ao mesmo tempo. 

— Quem perguntou? — Mais uma vez, fui vítima da malvadeza que é o coração da Hyuuga. Em contrapartida, eu não me segurei quando chutei a cabeça dela. Na minha opinião tinha sido fraco, agora, se ela tinha ido parar no chão e borrado a maquiagem, nada tinha a ver com a minha pessoa. — Eu estava brincando, Sakura! 

O inferno é RosaWhere stories live. Discover now