A Máscara

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Ele ficou pasmo, imóvel com o que Foxy dissera.

    “A-assassino?” – Thony sussurrou, o som de sua voz trêmula saindo abafado por causa de sua mão, que cobria parte de sua boca.

    Alguns minutos se passaram, o rapaz tentando pensar em alguma explicação lógica da raposa ter dito aquilo enquanto o silêncio perturbador da pizzaria era dominado por gotas grossas de chuva. Foxy... é um robô, uma atração; “assassino” não é o tipo de palavra presente na programação de um animatrônico. Com o pirata abatido em sua frente, ele não deixou de notar um odor extremamente forte que se originara dele. Algo como... carne estragada, como aquela que ele deixou em sua geladeira por dias, sendo obrigado a jogá-la fora depois. Thony se perdeu em seus pensamentos. Com suas íris fitando Foxy, ele sentiu um imenso vazio, como se uma força invisível estivesse sugando ele, atraindo ele... o conectando de alguma forma com Foxy. Uma goteira caiu em seu rosto, o fazendo despertar de seu transe. Balançando a cabeça, ele se levantou. Os pelos de sua nuca se arrepiaram. O rapaz colocou a palma de sua mão nela, sentido todos os fios completamente alvoroçados como se uma energia misteriosa passasse por todo seu corpo.

“Hey a-amigo! É hora de brincar!”

Outra voz clamou por Thony; também robótica; também animada; também... defeituosa. O rapaz rapidamente fechou a cortina da Cova do Pirata, uma tentativa de não ser visto pelo autor da voz.

“É hora de brincar! O-onde está minha guitarra? É hora de brincar!”

A voz foi aumentando... os passos também, idênticos aos de Bonnie. Só podia ser ele. Thony prendeu a respiração e ficou imóvel, não movimentando um músculo sequer. Ele alternava seu olhar entre o Foxy caído e a glamourosa cortina roxa; a única coisa que o separava de Bonnie the Bunny.

“É hora de brincar! Eu vejo você! Eu sinto você...”

Os passos pararam, e gritos começaram; gritos de dor, de desespero, de agonia. O rapaz arregalou os olhos, aqueles sons eram humanos demais para um mero robô. Naquele instante, Thony nunca sentira tanto medo na vida igual ao que viu em seguida. A escuridão de todo o pequeno cômodo era dominante, limitando bastante seu campo de visão. Mesmo assim, dois pequenos pontos brancos o encaravam por trás da cortina, enfraquecidos pela grossura do tecido mas ainda sim visíveis no meio do breu.

“A...F...T...O...N”

O coelho dissera a mesma coisa que a galinha. Afton. O rapaz encostou na parede da Cova do Pirata, recuando para ficar o mais longe possível da cortina, agachado e encolhido no piso agora frio. Os olhos brilhantes ainda mantinham-se em sua direção, fitando o centro de seus olhos, acompanhando seus movimentos de maneira cirúrgica.

“Sai de perto!”

Thony gritou, rouco e desesperado para sair de lá. Bonnie agora bloqueava a única forma de fugir da Cova do Pirata, sua sombra bizarra em forma de coelho contornado o centro da cortina. Subitamente, ela começou a se abrir.

“EU DISSE PRA SAIR DE PERTO!”

Bonnie não se afetou. Sua grande mão roxa continuou a se mover, empurrando a cortina e revelando uma parte de sua face sorridente. Thony saiu do canto da parede, levantando-se e pensando no o que poderia lhe ajudar naquela situação, qualquer coisa. O tempo estava passando. Toda a cabeça de Bonnie era agora visível, mas sua lentidão no processo de entrada era uma vantagem, tempo suficiente para pensar em algo. Com as íris passeando pela Cova do Pirata, a pressão e desespero atrapalhando o raciocínio, suas mãos na cabeça... Thony vira um pequeno pé de cabra sujo de óleo jogada no canto, o qual teria que servir. Ele aguardou por Bonnie adentrar por completo, a ferramenta já em mãos, segurando-a firmemente para quando uma brecha aparecer.

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⏰ Última atualização: Nov 26, 2022 ⏰

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