Era sabido que haveria uma guerra quando Viserys morresse. A corte era claramente dividida entre Os Verdes, que apoiavam incondicionalmente a rainha Alicent, seu pai e seus filhos e os Pretos, que tinham grande apreço e carinho pela princesa Rhaenyra o Deleite do Reino.

Circulavam boatos para quem quisesse ouvir que Alicent e Otto tinham pretensão de clamar o trono para o primogênito homem de Viserys, Aegon, destronando assim o direito de Rhaenyra que fora abertamente declarada a herdeira do rei há anos e quem tinha a lealdade dos lordes.

Quando Lys chegou ao castelo, desceu de sua carruagem e foi recebida por Laenor e Rhaenyra, sentiu um enorme alívio que só foi maculado quando a figura de outra pessoa chamou dua atenção.

Harwin estava ao longe acompanhado de uma mulher jovem, bonita e ruiva de olhos profundamente verdes. Ao redor de ambos haviam duas crianças.

Ela os olhou com curiosidade, mas não atreveu a se aproximar. O que tinham vivido havia ficado no passado e aquele reencontro só abriria feridas antigas, quanto mais o retardassem menos doeria.

— Estava ansiosa pela chegada de vocês. – Disse Rhaenyra abrindo os braços para Lys.

— Lamento não poder dizer o mesmo. – Suspirou a morena.

— Eu entendo. Odeio esse lugar! – Falou Laenor também abraçando a amiga.

Daemon se aproximou vagarosamente acompanhado pela filha e pelos filhos.

— Oi Nyra, que colar lindo esse que você está usando! – Falou Rhaella fazendo uma reverência comedida para a prima.

— É você quem está linda, olha só como cresceu. – Retrucou a princesa com um sorriso.

— Onde estão seus filhos? – Perguntou Daemon a Laenor.

— Jace e Luke estão com os Guardiões no Fosso. Joffrey está com a ama. – Respondeu ele prontamente.

— O rei não se sente muito bem e a rainha está acompanhando-o, por isso eu os recepcionou com as honras devidas. – Disse Rhaenyra ao tio.

— A devoção da rainha é... louvável. – Comentou Daemon.

— Mãe, eu estou cansado. – Reclamou Baelon e Lys sorriu para o filho e passou a mão delicadamente nos ombros dele.

A viagem embora curta fora exaustiva. O mar não era para ela, e seus filhos tinham herdado essa condição. Todos estavam além de sonolentos, mareados demais dos três longos dias que passaram navegando pela Baía da Água Negra até Porto Real e então decidiram descansar.

Lys adornou-se ricamente com joias e um vestido novo feito especialmente para a ocasião. Seria um jantar diferente, apenas com a família e sem os inúmeros lordes e ladies que os cercavam no reino o que lhe deixaria seguramente distante de Harwin por algum tempo.

Estariam presentes apenas o rei, a rainha e seus filhos. Rhaenyra e sua família e Daemon e Lys com Rhaella, Baelor e Baelon.

— Eu ainda me surpreendo. – Falou Daemon entrando no quarto.

Lys sorriu e virou-se ainda sentada, para encará-lo. Ela sentia-se bem, ainda que com toda a tensão que a cercava, ter o marido de bom humor a fazia pensar que podiam enfrentar uma intempérie natural juntos e sair vitoriosos.

— Bom ou ruim? – Ela falou lembrando-se de quando fez a mesma questão ao príncipe ainda na juventude.

— Maravilhosa. – Ele retrucou.

Ela se levantou e abraçou-o pelos ombros deixando esvair o nervoso que ameaçava consumí-la.

Daemon era sinônimo de aconchego e seu cheiro familiar a fazia sentir-se em casa independente de onde estivesse. Aquela paz teria que ser desfeita em breve, mas não agora, agora ela estava bem.

O Príncipe Rebelde - Daemon TagaryenWhere stories live. Discover now