64. Julgamento por Combate

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Harwin queria abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem. Mas odiava mentir e principalmente para Lys por quem nutria ainda muitos sentimentos controversos.

— Olha Lys...

— Harwin, não preciso disso agora.

— Tudo bem, mas gostaria que soubesse por mim que meu pai insiste que eu tome como esposa uma da filhas do Lorde Tully.

A notícia pegou Lys de surpresa. Não que houvesse ciúmes de sua parte, mas Harwin sempre fora um solteiro inveterado, embora cobiçado, porém não parecia que o mesmo desejaria um casamento.

— Foi por isso que permaneceu em Harenhall.

— Sim, na verdade vim entregar meu posto ao rei Viserys. Partirei diretamente daqui para Correrio, afim de conhecer minha noiva.

— Eu entendo.

— Precisava apenas vê-la mais uma vez Lys. — Harwin olhou-a diretamente nos olhos – Dizer-lhe que nenhuma outra mulher substituirá você em meu coração.

— Harwin, eu gostaria de poder retribuir seu sentimento. Você é um bom homem e um exímio cavaleiro. Bonito, honesto e gentil, sua esposa terá muito sorte em tê-lo. – Disse Lys – Desejo-lhe toda a felicidade do mundo, que seu casamento não seja apenas uma conveniência, que ele tenha amor assim como o meu.

Lys sorriu para Harwin que retribuiu tristemente. Ela não imaginava se ele viera apenas lhe dar a notícia ou se esperava alguma reação inflada por sua parte, mas se esse era o seu desejo, ele foi frustrado.

Com delicadeza Lys deixou Harwin para trás seguindo seu caminho.

— Eu devia saber que Daemon não aceitaria fugir. Ele confia demais em suas próprias habilidades. – Falou Rhaenyra andando pelo quarto.

— Mas se eu fosse Daemon Targaryen também confiaria. – Retrucou Laenor sentado à mesa bebendo vinho.

— Isso é tolice! Ele e Lys poderiam viver uma vida tranquila longe daqui. Eu serei a rainha um dia e não haveria mais motivos para temer.

— Isso demorará Rhaenyra. Seu pai parece forte para reinar por muitos anos ainda. – Disse Lys alarmada, odiava que ela falasse daquele forma.

— Acho que não temos escolha não é mesmo? – Rhaenyra estava muito contrariada com a resposta do tio.

Os três estavam no mesmo aposento sob o pretexto de tomarem um chá no fim da tarde. Desde que voltaram de Pedra do Dragão que Laenor era mais presente e nas raras vezes em que saía voltava com histórias e grogue demais para contá-las.

Lys se preocupava com o amigo e também com Rhaenyra, mas ultimamente ja tinha problemas suficiente para si mesma.

— Então Laena irá se casar. – Comentou Lys tentando mudar de assunto.

— Com um pentoshi falido, minha irmã monta a dragão mais do velha do mundo, que foi parte crucial da conquista e ainda assim não tem voz no próprio destino.

— Assim como nós também não tivemos Laenor. Ou diga que você desejava casar comigo e ficar preso nesse cárcere de luxo e mentiras? – Rhaenyra disse sentando-se à mesa.

— Ela fez questão de levar Vhagar. – Completou Laenor sem responder a esposa.

— Típico da Laena. – Lys sorriu.

— Então Rhaella voltará a corte? – Perguntou Rhaenyra.

— Eu ainda não sei. Ela foi mandada a Derivamarca pelo rei com minha anuência, mas não acredito que esse seja o lugar certo para ela.

O Príncipe Rebelde - Daemon TagaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora