60. O que não pode ser visto

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— Onde ela está?

— Ela foi enviada para um lugar seguro. Os gêmeos estão com ela, mas Rhaella não. – Disse Viserys.

— Eu perguntei onde ela está!

— Lys foi enviada para Harenhall, junto a Sor Harwin Strong e na companhia do Lorde Lyonel, a Mão do Rei. – Dessa vez quem foi falou foi a rainha que se aproximou sem ser vista. – Ela exigiu ficar com os bebês e deixou que Lady Laena desse abrigo e proteção à sua primogênita.

— Ela quis isso?

— Ela não teve escolha. – Respondeu Viserys – Você a colocou nessa situação.

— Eu a deixei sob seus cuidados! Exijo que ela seja trazida de volta. – Falou Daemon.

— Você não está em posição de exigir nada Daemon. Retire sua bainha e ponha-a no chão.

— Eu prefiro morrer a deixar que você me ponha em sua masmorra.

— Não dificulte as coisas.

— Traga-a de volta!

— Estamos ameaçados Daemon. Você trouxe o caos e a morte para Porto Real! A Triarquia nesse momento reúne forças e galés para nos atacar. Veja o que sua senilidade trouxe até nós! É para esse cenário que você quer trazer Lys? – Perguntou Viserys – Ela está melhor com os Strong.

— Eu sou o marido dela, sou eu quem decido isso.

— Venha de bom grado e prometo que traremos Lys de volta assim que for seguro. Temos uma audiência com Sharako Lohar em breve e poderemos entrar num acordo.

Caraxes parecia sentir a raiva de seu montador e começou a rugir e bufar. O ar quente que saía de suas narinas afugentou os guardiões que tentavam usar as correntes para prender o animal. Todos os presentes prenderam a respiração e Daemon não disse nada quando o animal soltou um alto rugido que fez Alicent se refugiar atrás dos mantos brancos.

O príncipe andou até o irmão e os guardas se interpuseram entre ambos, mas Daemon retirou a espada da bainha e a entregou aos guardas sem desviar os olhos de Viserys. Em seus lábios brincava um sorriso debochado e ladino de quem sabia que não permaneceria preso por muito tempo.

Criston Cole e Errick Cargyll tomaram os pulsos do príncipe para guiá-lo até a cela, mas ele se desvencilhou dizendo que não seria necessário.

— Espero por um julgamento justo, ainda tenho fiéis amigos na Patrulha da Cidade. – Disse Daemon antes de ser levado.

Lys observou o horizonte do alto das ameias do lado de fora do seus quarto, nas muralhas do castelo de Harren onde se hospedava há muitos dias. O por do sol naquele lugar não parecia ter a beleza da qual ela sempre lembrava e estava acostumada.

Desde que chegara ela mal saíra dos seus aposentos, não havia muita coisa a ser vista. O lugar era lúgubre e triste e por vezes ela sentia-se deprimida só de pensar o quão distante ficava cada vez mais de Daemon.

Sua única alegria era poder estar com seus filhos e tê-los livrado do papel de reféns em Vilavelha e que Rhaella estivesse com alguém que lhe desse o carinho que merecia.

Ela não podia deixar de negar que Harwin também se tornara uma companhia agradável e um bom amigo e cada vez mais ele ganhava seu afeto e atenção. Tudo que ela já havia pensado dele um dia estava sendo questionado em seu coração. Quando mais precisou era ele quem ficou ao seu lado enquanto Daemon buscava suas próprias aspirações pessoais, isso a confundia e deixava-lhe insegura.

O Príncipe Rebelde - Daemon TagaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora