Ela caminhou até a janela do seu quarto e estendeu seu olhar para a paisagem observando além do mar que se estendia até a costa de Essos, imaginando o que estaria acontecendo n'Os Degraus. Daemon estaria bem? Estariam vencendo? Quando ele retornaria pra casa?

Batidas suaves a despertaram de seu cochilo curto e leve. Ela abriu os olhos vagarosamente, um pouco atordoada pelo sono e percebeu que a luz já havia se ido lá fora. Levantando-se, Lys arrumou rapidamente o vestido amassado e baixou os cabelos baços para então receber a presença de Harwin Strong.

— Você está bem? – Ele perguntou com um olhar lateral e curioso, parando à porta e cruzando as mãos à frente do corpo.

— Pareço não estar? – Questionou Lys tentando suavizar a situação.

— Francamente? Parece.

Lys bufou em repreensão ao sarcasmo de Harwin e levantou para beber um gole do vinho com especiarias que já estava frio ao lado de sua cama.

— E o que você quer? – Perguntou ela ainda fingindo estar chateada com o comentário do cavaleiro.

— Seria arriscado falar my lady. – Respondeu Harwin brincando com Lys.

— Você não tem algo a fazer? Criadas para seduzir? Passa o dia diante da minha porta aguardando o momento certo para me azucrinad? – Retrucou Lys no mesmo tom zombeteiro.

— Se não me quer somente diante da sua porta, diga-me onde deseja que eu esteja e obedecerei. Sou seu eterno criado Lady Lys.

— Ah Harwin, por favor. Deixe de falar essas bobagens, se alguém ouve estamos mortos, os dois! Você não desiste?

— Já deveria saber que não sou homem de desistir. – Respondeu ele.

— Você não é homem de muitas coisas Sor. Afinal, porque me despertou?

— O rei Viserys demanda por sua presença na sala do pequeno conselho.

O clima amigável mudou imediatamente e a tensão se instalou. Sendo filho de quem era, obviamente o cavaleiro sabia que algo sério estava acontecendo. Harwin assumiu uma postura muito régia, nada convencional sua o que despertou a atenção total de Lys. O sorriso que sustentava murchou em seus lábios cheios e ela sentiu os olhos encherem-se de lágrimas de preocupação.

— Onde está Rhaella? Foi algo com ela?

— Eu sinto muito, mas não sei ao certo do que se trata. Meu pai não quis compartilhar a informação comigo.

Lys saiu em disparada pelos corredores andando o mais rápido que podia sem ao menos se dar conta se aquele era o caminho correto. Havia um nó enorme em sua garganta que dificultava sua respiração. Estava nervosa e o peito subia e descia rapidamente causando-lhe uma dor física. Ela sabia que havia algo muito errado estava acontecendo, pois nunca em hipótese alguma havia sido chamada ao conselho e assim que entrou na sala, escoltada pelos mantos brancos que guardavam o local ela teve certeza que Daemon estava morto.

Alicent chorava discretamente ao lado do rei. Viserys exibia uma feição preocupada em seu rosto e os lordes presentes mantinham suas cabeças baixas. Lys sentiu que desmaiaria, mas respirou fundo algumas vezes tentando manter-se firme.

— Aproxime-se minha querida, estávamos esperando por você. – Pediu Viserys a ela. – Agora que estamos todos aqui, podemos continuar.

— O que está acontecendo? – Questionou Lys perdendo todo o decoro com os reis. – Foi algo com Daemon, não foi? Ele morreu?

O Príncipe Rebelde - Daemon TagaryenWhere stories live. Discover now