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Bônus Marcela

Cheirei uma carreira, depois outra e depois outra.

Me proibiram de pegar droga na boca lá perto de casa, mas eu andei até encontrar uma facilidade.

Tava no ápice quando sentir uma mão pesada apertar meu braço, olhei pra cima com a vista bastante embaçada e enxerguei meu irmão, na hora me encolhi toda.

Mesquita: Coe Marcela acabou a gracinha, bora bora - me puxou.

Marcela: Me deixa, me deixa - falei choramingando.

Mesquita: Porra Marcela, eu tô pra brincadeira não, me ajuda aí.

Marcela: Me tira daqui por favor, tá doendo - falei buscando o ar que começou a faltar.

Mesquita: Olha que você tá fazendo com a tua vida Marcela, tu vai se matar por causa de um peru? Tu é uma mulher responsa pra caralho irmã. - negou com a cabeça.

Marcela: Só me ajuda por favor - comecei a chorar.

Dali eu travei, meu corpo começou a não responder meus comandos o que foi me deixando desesperada.

Ícaro me pegou no colo, fechei os olhos encostando a cabeça no ombro dele e me veio lembrança de tudo..

Desde o começo do meu namoro com o João Vitor ou periquito tanto faz, lembrei da felicidade dele ao saber do nosso filho, que eu matei por irresponsabilidade minha mesmo, as coisas foram passando na minha cabeça como um filme, a dor de perder a minha família foi consumindo meu peito até eu não aguentar e desmaiar nos braços do meu irmão.

Acordei no hospital e observei minha mãe na cadeira do meu lado, me entristeceu a ver cara de dona Ana pra mim, prometi tanto pra ela que não ia mais recai e por uma coisinha eu joguei todas as promessas no lixo.

Marcela: Mãe por favor não olha pra mim assim, não agora - choraminguei.

Dona Ana: vou chamar o médico, tu estás desacordada desde ontem Marcela - falou saindo da enfermaria.

Uma enfermeira voltou junto com ela, ficou me examinando e enchendo de pergunta, respondi tudinho, ela falou que ia me dá alta e saiu.

Dona Ana: Me agradece tá? Teu irmão queria te colocar na clínica, tu me agradece muito porque não deixei, mas na próxima nem vou cogitar.

Marcela: Também não é pra tanto, eu sei que tô no erro mas eu não sou uma cracuda pra ficar internada - resmunguei.

Dona Ana: Sabe o pior de tudo? Ele tá vivendo a vida dele normal enquanto você se mata aos poucos, acorda enquanto é tempo Marcela.

Marcela: Eu sei mãe, eu sei que to no fundo do poço, mas eu vou sair nem que pra isso eu precise passar um tempo longe daquele lugar, confia em mim.

Dona Ana: Acho que é a melhor coisa no momento - alisou meu cabelo me fazendo da um sorrisinho.

A enfermeira veio trazer minha alta, agradeci e fiquei esperando minha mãe chamar um carro, ainda fiquei me sentindo um pouco fraca mas provavelmente por ter ficado tanto tempo desacordada.

Botei o pé pra fora do hospital prometendo nunca mais voltar por essa circunstância, isso não é vida pra mim nunca..

DOUTORA 🔫Where stories live. Discover now