Capítulo 8 •

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"Ah se eu fosse uma borboleta para fugir da dor quando ela aparecesse!"

(Passado -/- Rayssa)
•••Parte 3•••
~Final~

Não esperava nada, além de frustração.
Apesar de sempre ser otimista.
Naquele momento eu só queria sentir a dor.
Até que ela me matasse e eu não sentisse mais nada.

Quando conheci o Calebe, eu estava arrasada com
meu desastroso fim de relacionamento.
Eu me sentia confusa e angustiada com questões:
"O que há de errado comigo?"
"Será que fui feita para o amor?"
"Será que sou tão desprezível assim?"
Nunca fui de sentir culpa, no sentido de me martirizar com algo.
Mas, meu último ex, presenteou-me com isso, através daquelas palavras ditas ao meu respeito.

Calebe entretanto, foi um refúgio amigo naquela situação.
Ele ajudou-me da melhor maneira que podia, a me curar.
Sempre me questionei sobre a razão de sua aproximação. Nunca trocamos ao menos 2 palavras. E ele estudava comigo desde o 7º ano.
Mas, tudo o que eu sentia naquela hora era o quanto seu abraço era reconfortante.

Fomos para a mesma faculdade.
Lá nos aproximamos, e viramos bons amigos.
Neste meio tempo, conheci a Carol também. Ela se tornou meu braço direito. E a maior apoiadora dos meus devaneios teatrais.
Ela amava a ideia de ter uma melhor amiga que estudava cinema.
Carol sempre foi muito misteriosa, o que impediu-me de ver, que ela sentia algo pelo Calebe.
O Calebe sempre teve um profundo carinho por mim, e eu sentia o mesmo. Nada além disso. Entretanto, isso não impediu do relacionamento acontecer.
Grande erro.
Pois como estava quebrada, desenvolvi um apego emocional muito grande por ele.
E ele não se apegava a nada.
Ele sempre foi a favor da liberdade de se viver.
Algo sem rótulos ou padrões.
Enquanto eu, com o coração e alma de diretora, acreditava que tudo tinha um roteiro.
A vida é um filme, com histórias diferentes, mas que no fim sempre obedecem inconscientemente um roteiro específico.
Ele causava-me confusão mental, e certa irritação por não respeitar os roteiros pré estabelecidos sobre a vida.
Por isso, não notei que nosso relacionamento era algo incerto e sem futuro.
Ele nunca me olhara da mesma forma que eu o olhava.
Eu o queria perto de mim. Por toda minha vida.
Ele porém, me via como uma
alguém interessante por um tempo, mas que perdeu a graça em certo momento.
Infelizmente só percebi isso no dia do término.

— Rayssa... Precisamos conversar. - Diz num tom que trazia o termo "problema", e de fato era. -

— Sobre o quê?

— Sobre nós.

Nesse momento senti arrepios

— Nós?

— Eu não acho que isto, esteja dando certo.

— Como assim, "não dando certo"?

Toco em suas mãos

— Nós, - Suspira - não está dando certo.

Ele tira minha mão da dele, de forma delicada.

— Porque você acha isso?

Questiono confusa e emotiva

— Eu não sou de seguir, na sua linguagem, roteiros.
- Diz pausadamente, em um tom suave, na tentativa de não me machucar. Pelo menos é o que parecia -
Eu não quero ser ou viver apenas uma coisa. Olha, você é incrível. Não há nada de errado com você. Você é linda e inteligente...

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