— Sabe, — ele disse. — na verdade eu queria te mostrar uma música que eu compus antes de mostrar para a banda. Você vai ser a minha júri, sou vou apresentar pra eles se você gostar!

Eu me senti importante.

— Tudo bem, me mostre, então.

Ele abriu sua mochila e tirou o seu bloco de notas dela. Então era por isso que ele carregava esse bloco pra cima e pra baixo, ele o usava para compor!

É incrível como a voz do Lysandre consegue ser ainda mais bonita pessoalmente. Ele cantou os versos da sua nova letra, a melodia era bem calma, algo como uma balada romântica. O eu-lírico enfatizava o tempo todo um amor escondido e convidava o destinatário a abraçar esse amor com ele. Fiquei tão imersa que demorei uns segundos para processar quando ele acabou de cantar.

— Eu adorei! — enfatizei um euforismo no meu tom de voz. Eu realmente tinha gostado.

— É mesmo? — ele corou um pouquinho. Céus, Lysandre era o tipo de cara que ficava ainda mais bonito quando ficava com vergonha.

— Sim! Você deve mostrar para os outros!

— Eu vou. — ele concluiu e guardou de novo o bloco de notas na mochila antes de virar-se novamente e olhar nos meus olhos. — O que mais te chamou a atenção?

— Eu gostei da melodia, que faz muito o meu estilo, mas achei a letra muito fofa e romântica. Por acaso você pensou em alguém enquanto escrevia?

Tá, eu tentei parecer brincalhona para ele, mas vocês devem imaginar que, por dentro, eu não estava achando graça da minha própria fala. Eu perguntei no duplo sentido propositalmente, isso porque eu ainda tinha um crush no Lysandre e queria sim ficar com ele. Mas eu era adolescente, me dá um desconto! Adolescente nunca sabe o que quer e muito menos sabe como pedir para ficar com alguém sem passar um vexame. Por isso eu decidi guardar pra mim a minha safadeza e coloquei na cabeça que Lysandre me via apenas como uma amiga, logo eu também deveria vê-lo como um amigo.

Mas, mais uma vez, a frase posterior dele me pegou de surpresa.

— Em você.

Eu devo ter parecido uma idiota ou algo do tipo, porque o vi ficar apreensivo e soltei uma risadinha irônica, acompanhada de uma palavra retardada:

— Oi?

O semblante do garoto mudou. Ele contraiu os lábios de novo, seu olhar ficou apreensivo e ele se afastou um pouco mais de mim.

— É, isso mesmo. Eu pensei em você enquanto escrevia.

A minha ficha não caía, pelo contrário, eu ficava ainda mais confusa e ainda mais negacionista sobre ele. Tentei formular algo para falar, não obtendo sucesso. Acho que eu até me esqueci como se fala nesse momento.

O cara que eu tinha crush estava se declarando para mim e eu estava na sua frente olhando para o seu rosto sem saber o que dizer ou como me comportar. Coisas assim só poderiam acontecer comigo, realmente, não tinha outra pessoa.

Mas dentro da minha cabeça eu tinha a certeza que esse era o momento certo para saciar o meu desejo de ficar com ele. Então eu decidi que iria tomar as rédeas da situação, por mais que estivesse com um pouco de medo, o coração acelerado, as mãos suando frio e muita tremedeira. Só que tentei manter a calma, não me desesperar para não parecer mais tola ainda e me aproximei devagar dele para selar nossos lábios. 

Por incrível que pareça, o Lys não recuou um centímetro sequer. Quando pousei a minha boca sobre a sua, ele me puxou para mais perto pela cintura e eu envolvi delicadamente as minhas mãos em sua nuca e cabelo. O que a princípio foi um beijo lento, aos poucos foi se aprofundando e se tornando um beijo cheio de desejo. Eu não sabia que estava necessitada de beijar o Lysandre até beijar o Lysandre. Parecia que meus problemas sumiram enquanto eu passava aquele tempo com ele.

Depois de muitos minutos nós nos afastamos. Quando olhei novamente em seus olhos ele já me fitava carinhosamente e sorriu pra mim quando nossos olhares se encontraram. Eu sorri de volta, radiante, de certa forma.

Eu o abracei. Pode ter parecido um pouco repentino, mas eu me sentia muito feliz e precisava transbordar essa minha felicidade, por isso apertei o seu peito contra o meu com força e enterrei o meu rosto entre a curva de seu pescoço. A princípio não senti ser abraçada de volta, mas em poucos segundos ele me envolveu em seus braços também e ficamos assim por alguns minutos.

Depois de ter rolado tudo isso nós nos levantamos e continuamos seguindo o nosso caminho de volta para a minha casa, mas dessa vez sua destra se encontrava ao redor dos meus ombros enquanto caminhávamos, e nós sorríamos feito duas crianças. Quando chegamos depois de me despedir e antes que eu pudesse entrar, ele me puxou pelo braço para mais um beijo. E que sensação maravilhosa era tê-lo rendido à mim e eu rendida à ele...

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Ahh, gente, finalmente, né? Tava faltando um pouquinho de amor aqui...

O que vocês acharam desse possível casal?

Vocês gostam do Lysandre?

Para mim ele é um dos personagens mais amáveis e educados! Eu adoro ele.

Me digam quais são as suas expectativas para o próximo capítulo.

E não se esqueçam de votar, por favor! Vai me motivar a continuar escrevendo para vocês.

𝑭𝒍𝒂𝒚𝒔𝒂: 𝑶 𝑰𝒏𝒊𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒅𝒂 | Amor Doce ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora