Noite estrelada

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-Um minuto. -Eddie se levanta da cama e vai atender o telefone. -Residência Munson?
-Eddie, é o Jeff.
-Ah, oi Jeff. O que aconteceu?
-Mano vem aqui no ferro velho, tá aqui eu, Freak e Gareth. Vem pra cá rápido!
-Jeff eu tô com a Lizzy aqui em casa, ela pode ir também?
-Claro que pode. Só vem logo.
-Tá, tá. 10 minutos eu chego aí.

Por Deus, pra onde chamaram Eddie? E pra onde eu também vou?

-O que aconteceu, Eddie? Pra onde nós vamos?
-O Jeff quer que a gente vá no ferro velho agora.
-Fazer o que no ferro velho?
-Lá você vai saber.
-Tá eu vou só trocar de roupa e a gente vai.

O que acontece nesse morrinho que Eddie nunca me contou? Eu estava curiosa. Coloquei um casaco e uma calça moletom, pois já passava de 9 da noite e com certeza lá ia estar frio.

Antes de sairmos, Eddie me deu um taco de beisebol. Fiquei completamente confusa.

-Quem vamos matar?

Eddie deu uma risada e logo disse:

-Não gatinha, não vamos matar ninguém. Lá você vai entender pra que isso serve. Vamos.

Saímos de casa e entramos no carro, com destino ao ferro velho. Foram exatamente 10 minutos até lá. Gareth, Jeff e Freak estavam lá também com tacos de beisebol, imaginei que iríamos todos cometer algum assassinato.

-Finalmente chegaram. -Disse Gareth.
-Chegaram mais alguns outros carros essa semana?
-Sim. Também trouxemos pedras pra estragar melhor.

Talvez eu esteja entendo o que ia acontecer. Se não estou errada, iríamos destruir carros do ferro velho, mas eu perguntei mesmo assim só pra ter mais certeza.

-Meninos, o que vamos fazer?
-Quebrar carros velhos, você nunca fez isso antes? -Respondeu Jeff.
-Não.
-Então Lizzy, prepare-se pra melhor sensação que você vai sentir hoje. Mas antes, pegue esse óculos. Não queremos ninguém cego aqui.

As palavras de Jeff eram caluniosas pois pra mim a melhor sensação que eu sentia era a de fazer amor com Eddie.

Fomos todos até os carros velhos, eu fiquei ao lado de Eddie o tempo todo pois ele me dava instruções.

-Olha gatinha, como essa é a sua primeira vez quebrando carros eu vou te ensinar como fazer isso. Não, não é apenas "quebrar carros", é bem mais que isso.
-Como assim?
-Você tem que fazer isso com sentimento. Deve pensar em algo que te deixa com bastante raiva e por todo seu ódio pra fora na hora de bater no carro. E também tem que ter muita força pra fazer um estrago ainda maior.
-Relaxa Eddie, nisso de por o ódio pra fora usando a força eu já sou experiente. Fiz aulas de boxe.
-Melhor ainda. Tá pronta?
-Sim. Vamos nessa.

Pensei em todas as coisas que me deixavam com raiva. Entre elas tinha meu pai, a doença que matou minha mãe, e a Elodie também (essa garota me doía nos nervos).

Pensei comigo mesma: "vamos Lizzy, você consegue. Pensa no que te dá raiva e desconta no carro. Antes num carro do que em uma pessoa." Nessa hora eu olhei pra o céu, a noite era estrelada, toda vez que eu olhava pra lá eu sentia que minha mãe tava me olhando lá de cima. A primeira tacada seria dedicada a ela.

-Mamãe, essa é pra você. Pelo ódio que sinto dessa doença maldita que te levou. -Bati o taco de beisebol no capô do carro com toda minha força.

Quebrar aqueles carros era uma sensação libertadora, você realmente se sentia mais limpo de todo ódio guardado. Pelas minhas contas eu quebrei uns 14 carros. No final de tudo nós contamos quantos carros tínhamos quebrado.

-Eu quebrei 12. -Disse Jeff
-Eu quebrei 15. -Disse Eddie.
-Eu quebrei 11. -Disse Gareth
-Eu quebrei 13. -Disse Freak
-E eu quebrei 14. -Disse eu.

Eddie foi o que quebrou mais carros, então, pela tradição, ele teria que pagar bebida pra nós.

-Então já que essa é por minha conta, vamos todos pra cidade comemorar. Viva a liberdade de expor o ódio!
-Viva! -Dissemos todos.

Fomos então a algum bar de Hawkins beber e comemorar.

Continua...

Um amor para Eddie Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ