Dez

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— Eu também acho essa ideia bem ruim J — declara Kali concordando com Ruby. 

 Já que por algum motivo desconhecido a  adolescente havia sido dispensada de seu trabalho, ela resolveu seguir diretamente ao encontro dos amigos na casa de Ruby. 

 Neste momento, o grupo estava reunido na mesa de jantar dos Martinez discutindo novamente sobre o que eles fariam com o dinheiro. 

— Mas é a vez dele! — exclama Jamal fazendo-a revirar os olhos. 

— Ele mora em uma casa que, sem ofensa — Kali inicia e se vira rapidamente para o amigo que concorda com a cabeça. — Não tem o mínimo de privacidade, como ele vai esconder isso? — pondera e ele a encara por alguns segundos sem dizer nada. 

— Bom ponto. — Jamal admite, recebendo uma piscada em resposta.  

— Não olha para mim, eu só sou o transportador. — defende-se César quando percebe que Ruby o encarava. 

— E cadê a Monse hein? — questiona Jamal, já que ela ainda não tinha chegado. 

— Ela não vem. — diz Ruby dando de ombros. 

— Se ela não vem, como é que nós vamos conseguir votar algo? Estamos em quatro. — Kali aponta cruzando os braços, então Ruby desbloqueia o seu celular e começa a buscar por algo. 

"Eu nomeio o Ruby como meu porta-voz" 

 A voz da Monse soa pelo telefone do garoto. 

— Certo, então alguém teve alguma ideia? — questiona Kali e o namorado rapidamente estende a mão para o alto e ela acena com a cabeça para ele prosseguir. 

— Eu pensei em abrirmos um negócio de fachada que vende café para cachorro. Au Au Patino Capuccino. — Jamal discorre sua ideia fazendo os amigos o olharem bastante confusos. — Atraímos investidores para nos emprestar o capital inicial e usamos a nossa grana para fazer com que a empresa pareça mais legítima, assim atraindo mais investidores… — continua, Ruby procura novamente algo no celular. 

"Jamal, essa ideia é péssima" 

 Novamente a voz de Monse é ouvida pelos alto-falantes do aparelho. 

— Como vou debater com ela se ela nem está aqui? — Jamal questiona pondo uma expressão de deboche no rosto. 

— Não há o que debater, é uma péssima ideia e um esquema de pirâmide*. — Abuelita diz adentrando a sala e sentando-se no sofá. 

— Abuelita! — Kali exclama animada e sai da mesa sentando-se ao lado da idosa no sofá. — Ainda bem que a senhora está aqui! — abraça a mulher pelo pescoço, que afaga seu braço. 

— O que vocês precisam é de um negócio que trabalhe com dinheiro vivo, assim poderiam pegar as notas antigas que não podem usar e transformar em novas que podem gastar. — avalia Marisol, voltando a focar no pedaço de tecido em sua mão e faz os olhos de Ruby arregalarem rapidamente. 

— Todos a favor de usar o negócio da Abuelita para transformar nossas notas velhas em novas, diga "eu". — Ruby propõe, e antes mesmo que ele terminassesua fala a mão dos três amigos já estavam no ar. 

— Não, não… — começa Marisol fazendo os garotos soltarem um gemido de sofrimento e ela encara a garota ao seu lado que faz uma expressão chorosa, juntando as mãos em frente ao peito. — É, poderia funcionar… — então eles saem correndo e juntam-se a elas na sala, sentando-se no sofá em frente. — Mas levaria tempinho, e vou receberia vinte por cento como gratificação, certo? — questiona Marisol sorrindo enquanto encara os três adolescentes em sua frente, e Kali apenas cruza os braços enquanto encara Jamal. 

𝐑𝐢𝐝𝐞 𝐎𝐫 𝐃𝐢𝐞 - 𝐉. 𝐓𝐮𝐫𝐧𝐞𝐫  [2]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora