𝐑𝐢𝐝𝐞 𝐎𝐫 𝐃𝐢𝐞 - 𝐉. 𝐓𝐮𝐫𝐧𝐞𝐫 [2]

Quatro

— Então, como foi ontem? O Ruby está bem? — questiona Leila enquanto toma café da manhã ao lado do marido e da filha.

Depois de Jamal revirar toda a sua geladeira e finalmente achar um pacote pequeno de batatas fritas feitas pelo pai e Kali obrigá-lo a aquecê-las para ela, ele a levou até em casa fazendo-a prometer de que iria com ele até Goodwill na manhã seguinte.

Como sempre muito pontual, Kali acordou atrasada e estava tomando café com a família às pressas antes de sair.

— Foi normal, o Ruby continua fingindo que não está mal com a morte da Olivia, a comida da Abuelita estava incrível como sempre e o Mário vai ser pai. — conta dando de ombros enquanto come o seu pedaço de bolo e a mãe olha para ela com os olhos arregalados.

— Oi? Você pode repetir? — questiona Leila achando que não tinha escutado direito e a filha a olha confusa.

— A comida da… — inicia Kali mas o pai a interrompe.

— Não Kali, o irmão do Ruby vai ser pai? — questiona Julius se intrometendo na conversa encarando a filha confuso.

— Ah isso, aparentemente ele engravidou uma tal de Amber na faculdade e os pais da garota expulsaram ela de casa, então ele a trouxe para Freeridge. — diz Kali dando de ombros e os adultos se entreolharam sorrindo.

— Parece que a fada da fertilidade está passando com tudo nesta cidade. — brinca Julius sorrindo para a esposa que revira os olhos tentando conter um sorriso, o que faz a garota parar de comer e encarar os pais.

— O que esses sorrisinhos no rosto de vocês quer dizer hein? — questiona Kali desconfiada e sente o celular vibrar em seu bolso e rapidamente o pega. — Quer saber, deixa para lá eu tenho que ir, estão me esperando lá fora. — avisa se levantando mas o pai agarra o seu braço a impedindo de deixar a mesa.

— Quem está lá fora? — pergunta Julius com uma voz séria demais mudando completamente de humor, deixando a filha surpresa. — É aquele tal Trevor? — indaga e aperta o braço da garota, fazendo-a enrugar a testa e revezar um olhar entre a mão do pai em seu braço e o seu rosto.

— Solta ela. — pede Leila encarando o marido que trava a mandíbula. — Agora Julius! — ordena e dá um tapa na mesa, assustando a filha que dá um pulo fazendo Julius a soltar.

— O que foi isso? — dispara Kali se afastando da mesa enquanto segura o lugar da marca que mão do pai deixou em seu braço.

Um silêncio cai sobre a sala, os pais não sabem o que dizer ou pelo menos o que dizer na presença da filha, enquanto ela observa a troca de olhares entre eles sem entender o que tinha acabado de acontecer.

Então uma batida é ouvida na porta da frente e Kali rapidamente pega o seu telefone na mesa e vai em direção a porta.

— Porque você demorou tanto? Eu estou aqui à… —inicia Jamal revoltado mas Kali o corta fechando a porta com tudo e o puxando para fora do jardim da residência. — K calma, nós não estamos tão atrasados. — indaga enquanto a garota continua a puxá-lo, então franze a testa observando-a e para de andar fazendo-a parar também. — O que aconteceu? — questiona desconfiado e ela respira fundo e estica o braço para ele que arregala os olhos. — Quem… — ela não o deixa terminar.

— Eu não quero falar sobre isso agora, ok? — dispara Kali e fecha os olhos respirando fundo.

O garoto concorda com a cabeça e a puxa para um abraço, o que ela aceita de bom grado.

Eles ficaram nessa posição por alguns segundo até que Kali decide se afastar.

— Vamos, precisamos chegar lá cedo se ainda quisermos encontrar o nosso dinheiro. — brinca Kali pegando a mão do garoto e volta a puxá-lo pela rua.