Toque

673 91 177
                                    

Diluc abriu os olhos se sentindo consideravelmente melhor "seja lá o que aquela mulher usou funcionou muito bem" ele pensa antes de notar alguém em sua visão periférica: no canto da cela encolhida estava Lumine, o portador de fios escarlates fica surpreso em constatar que ela havia passado a noite ali apenas pra cuidar dele. Diluc se levanta devagar indo até ela ignorando a dor que se mover causava em todo seu corpo, ao se aproximar ele delicadamente afasta os fios de cabelo dourados do rosto adormecido dela "ela realmente fez isso? Deve acordar com uma dor terrível no corpo por ter dormido encolhida nesse canto"  ele pensa sentindo uma leve preocupação se esgueirar pelo seu peito ao ver até onde a gentileza daquela mulher ia.

Mesmo naquele momento quando claramente estava com marcas de lágrimas no rosto e o cabelo levemente bagunçado ela era claramente bonita, ao mesmo tempo que parecia delicada tinha algo nela que fazia Diluc pensar que ela era muito forte. Talvez o fato de ter aguentado uma noite toda em uma cela fria cuidando de um criminoso ferido, ou o fato de que nada do que ele dizia de negativo parecia abalar a confiança e convicção que ela tinha mas coisas que fazia o fato era que algo nas atitudes dela o faziam pensar "talvez exista força na fragilidade dela... Talvez seja assim que ela espera me quebrar"  ele pensa ainda observando ela dormir por mais alguns segundos. Lumine lentamente começa a despertar sentindo seu corpo doer mas ela ignora assim que vê Diluc acordado e sentado na beirada da cama estreita da cela.

- Bom dia senhor Diluc, como se sente? Ainda com muita dor? - ela questiona com olhar preocupado.

- Não sinto dor - ele responde - não deveria ter dormido aqui.

- Eu não poderia te deixar sozinho aqui desse jeito - ela diz calma enquanto colocava as costas da mão na testa do ruivo checando a temperatura - você não tem mais febre, acho que de agora em diante seu corpo vai reagir melhor.

Ele pensa em se manter em silêncio, mas de alguma forma estava ficando difícil se manter indiferente.

- Vou ficar bem - ele diz simples.

- Vou separar alguns remédios pra você tomar pra tirar a dor e evitar febre novamente - ela diz - aqui também tem uma camisa nova e limpa já que a outra está arruinada com tanto sangue.

- Obrigado - Diluc responde enquanto pega a camisa e veste ela devagar cobrindo todos os curativos.

Lumine assente satisfeita e se prepara pra finalmente sair dali, seu corpo dolorido implorando pela sua cama em casa porém ela hesita antes de chamar o guarda.

- Senhor Diluc - ela chama - considere o que lhe pedi, não os irrite demais pra não se machucar desnecessariamente.

- Vou... Tentar seguir seu conselho.

A loira fica surpresa por ver que ele acatou seu conselho, um certo alívio também se apossou dela que não entendia por que se preocupava porém ainda assim, mesmo sem entender odiava ver ele ainda mais machucado.

***

Uma semana havia se passado e Lumine caminhava novamente pra cela de Diluc com certa ansiedade, não sabia bem por que estava nervosa porém era difícil ignorar a sensação "ele tem estado mais aberto a falar comigo, acho que eu só não esperava isso"  ela pensa enquanto passa pela porta da cela depois de cumprimentar Dimitri que era quem fazia a guarda naquele dia.

- Bom dia senhor Diluc - ela cumprimenta tentando soar tranquila.

- Bom dia - ele cumprimenta de volta.

Lumine começa a dispôr das coisas que sempre trazia sob o olhar carmesim do ruivo que não demorou a notar um certo nervosismo na forma que ela se movimentava naquele momento.

- Você está nervosa - ele observa.

- Ah, não estou é apenas impressão sua - ela responde com a voz mais calma possível.

- Não tente me enganar - ele diz impassível - eu posso ver claramente que está se movendo diferente apesar de claramente você ter bom controle sobre seu corpo.

- Eu trouxe algo pra lavar seus cabelos - ela diz por fim.

Surpresa passa rapidamente pelos olhos de Diluc que não diz uma palavra sequer, decidindo apenas olhar a loira por alguns segundos.

- Você tem cabelos bonitos - ela diz virando o rosto pra esconder a expressão, as palavras dela causando mais surpresa ainda nele - e por mais que esteja melhor dos ferimentos ainda não deve conseguir fazer sozinho sem correr o risco de fazê-los voltar a sangrar.

Diluc sabia que ela estava correta, ele de fato ainda sentia dor quando prendia os fios. Suspirando ele assente positivamente dando permissão a loira que se aproxima devagar, rapidamente ela tira dois fracos pequenos, uma toalha e o que parecia ser uma bacia com água morna.

- Pode ficar aqui? - ela pergunta indicando a cadeira perto de uma mesa improvisada que ela conseguiu pra fazer aquilo.

Diluc apenas faz o que ela lhe pediu e quase imediatamente sente ela soltar os fios de cabelo dele e desfazer os nós delicadamente, primeiro com os dedos e depois com um pente que ela provavelmente tinha trazido em sua bolsa. Alguns minutos depois ele sentiu a água morna molhar seus cabelos e os dedos de Lumine delicadamente começar a massagear seu couro cabeludo, o cheiro de hortelã do shampoo que ela escolheu usar se espalhava no ambiente enquanto o toque dela suave e gentil causava arrepios involuntários em Diluc que tentava não pensar muito na situação. A loira fazia tudo com cuidado, e após retirar todo o shampoo ela começou a secar delicadamente com a toalha penteando os fios logo em seguida.

- Terminei senhor Diluc - ela diz - acredito que ficará mais confortável agora.

Ele permanece em silêncio e ela decide apenas sair dali, a situação a deixava entre constrangida pela intimidade e empolgada pela beleza que apreciou: os cabelos ficavam mais escuros molhados e faziam leves cachos nas pontas, juntamente com os olhos carmesim e o rosto sério e anguloso era uma visão linda. Quando ela dava passos pra se afastar sente que Diluc segura seu pulso e Lumine se vira pra encara-lo, por alguns segundos os dois apenas mantém o encontro de olhares antes que ele decida quebrar o silêncio.

- Por que insiste tanto? - ele pergunta em voz baixa - segundo você mesma eu estou condenado a morrer aqui.

- Talvez... Talvez eu não acredite de verdade que você vá morrer aqui - ela diz hesitante - eu não sei por que você fez o que fez senhor Diluc mas ainda assim eu espero que o que vejo em seus olhos esteja certo... E que você seja o bom homem que parece ser.

Naquele momento Diluc sentiu como se o olhar dela o atravessasse, como se ela viesse sua alma e não apenas seu corpo. Sem trocarem mais nenhuma palavra ela sai deixando o ruivo perdido em pensamentos.

***

Lumine havia acabado de sair de seu banho e pensamentos sobre Diluc insistiam em permear sua mente. Ela deseja saber o motivo pelo qual ele havia tentado matar o príncipe, ela queria compreender "o que o príncipe fez contra aquele homem que gerou ódio o suficiente pra ele se condenar a morte dessa forma?"  Ela pensa enquanto se veste. Porém um frio em sua espinha a  faz parar, ela sentia que havia algo errado no ambiente porém não sabia identificar exatamente o que porém por segurança ela se certificou de olhar pra fora numa fresta da cortina do quarto não conseguindo ver nada anormal ali.

Ao longe Tartaglia apreciava a sombra de Lumine projetada na cortina do que ele sabia ser o quarto dela, um sorriso de satisfação estampando seu rosto.

❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥

Oe oe oe babys tudo bem com vocês?  Um certo mestre Diluc está ficando de coração mole e a Lumine tá adorando hehehe, parece que o romance tá começando a acontecer. E o senhor Tartaglia tá cada vez mais precisando de ser internado em uma clínica psiquiátrica pra tratar essa obcessão heim?  Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijos e até o próximo capítulo ❤️

Chamas Na NeveWhere stories live. Discover now