- S/n! - Vance gritou pel_ namorad_ batendo repetidamente na porta de madeira de sua casa - Abre essa porra aqui!
- Espera! - el_ gritou de volta desencostando o maxilar da queixeira do violino e colocando o instrumento junto do arco de madeira sobre a cabeceira vazia ao lado da cama
S/n saiu do quarto, indo em direção da porta e girou a chave para o lado enquanto Vance forçava a maçaneta para abri-la. Quando a porta finalmente é destrancada, Vance para de mexer deixando S/n abri-la por completo.
- De novo, é? - o rosto e as mãos feridas do namorado não são mais surpresas para el_
- Puta que pariu, S/n. - ele esbravejou - Você vai me ajudar ou não?
- Entra. - S/n pegou cuidadosamente na mão do garoto para ele subir os degraus e ficar em sua frente - Você tem sorte da minha avó não estar aqui de novo.
- É, eu um cara sortudo pra caralho.
O Hopper _ beijou colocando as mãos sobre a cintura de S/n, enquanto as mãos d_ outr_ subiram para a sua nuca tocando em seu colar e afastando os cachos louros para trás.
Quando o beijo se finalizou, Vance foi para o quarto de S/n e el_ fechou a porta da casa, indo atrás do garoto que se sentou sobre a cama observando o violino com curiosidade.
- Mas que porra é essa? - ele perguntou pegando o instrumento de maneira desajeitada
- Cuidado, Vance! - S/n o repreendeu tirando o violino de suas mãos e o colocando do outro lado do quarto - É um violino.
- Desde quando você toca isso? - ele perguntou observando S/n ir para o banheiro e abrir as gavetas do armário à procura da pomada de hematomas
- Desde sempre? - o encarou confus_ pegando a pomada e lavando as mãos com sabonete líquido - Eu sou quase a porra de um profissional, assim como em limpar os seus machucados e não deixa-los infeccionados.
Um silêncio se formou e S/n secou as mãos, saiu do banheiro com a pomada e uma toalha de rosto limpa molhada na ponta.
El_ se sentou na cama, ao lado do namorado, sobre os calcanhares. Vance se virou para S/n, que começou a tirar delicadamente seus cabelos da frente dos olhos azuis, o admirando.
- Por que você tá me olhando tanto?
- Porque você tem uma beleza extraordinária. - S/n respondeu abrindo a tampa da pomada e a colocando sobre dois dedos para passar em seu olho direito arroxeado
Vance fechou o olho, sentindo os dedos se movimentarem em O e às vezes em U para espalhar a pomada gelada.
S/n sorriu bobo.
Vance Hopper é basicamente um sociopata, um sociopata que precisava de alguém para se importar com ele.
S/n não conhecia a sua família e Vance também nunca fez questão de mostra-los. Os amigos do garoto realmente não pareciam ser seus amigos, já que provavelmente teriam medo dele, e então se aproximar era uma ideia para não apanharem.
As crianças tinham medo do Hopper e quando S/n conseguiu se aproximar dele, ganhando sua confiança, foi no mínimo estranho para eles quando de repente Vance passou a protege-l_.
Ele era inseguro. Por dentro não passava de uma criança medrosa e insegura, enquanto por fora um egocêntrico impulsivo.
- Para com isso, S/n. - ele se sentiu envergonhado, mas ainda sim não demonstrou nada
- Só estou dizendo o quanto te acho bonito. - defendeu-se
S/n terminou de passar a pomada, pegando na mão direita do namorado e a puxando para el_ para tirar o sangue de seu dedos com a ponta molhada do pano.
- Eu quero te ver tocar. - Vance falou de repente
- O quê? - el_ parou de tirar o sangue para encara-lo
- O caralho do violino, S/n. O que mais seria?
- Eu posso tocar California Dreamin' pra você! - el_ falou animad_, mas o namorado continuou sério - The Mamas & the Papas! Você não conhece?
- Eu não ligo pra porra desses Mamas e Papas, eu só quero te ver tocar o violino.
- Tudo bem, mas depois de cuidar da sua mão.
Vance revirou os olhos jogando a cabeça para trás e S/n voltou a tirar o resto dos dois tipos sanguíneos de seus dedos com o pano avermelhado.
