I - The Luck of Dragons.

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A princesa Rhaenyra podia sentir o toque gélido do aço Valiriano em seu pescoço, um presente de seu tio. Um colar de fato encantador aos olhos da Targaryen, que abriu um pequeno sorriso ao tocar o pingente do colar. Estando um pouco eufórica com o presente, mesmo que aquilo fosse normal entre os dois, o tio sempre lhe trazia presentes quando voltava de suas viagens. Sempre carregando histórias, jóias e sua própria presença. A princesa não podia negar que gostava de sua companhia, ainda que sempre acabavam discutindo sobre as opiniões nada populares do herdeiro.

Antes que pudesse se virar para olhar nos olhos de seu tio, antes que pudesse sequer tirar o sorriso dos lábios, um vento quente soprou entre seus cabelos, tão forte que a princesa ficou desorientada por um milésimo de segundo. Sentir-se enjoada, um sentimento do qual a princesa nunca sentiu, era saudável e forte! Quase nunca ficava doente.

Aqueles poucos milésimos foram tempo o bastante para a mulher aparecer em um lugar distante da sala do trono. Um lugar desconhecido e misterioso, com um frescor fúnebre, ainda que essa denominação sequer fizesse sentido.

Rhaenyra: o que? — a princesa questionou ao olhar em volta, confusa com a mudança repentina de paisagem. Se assustando levemente ao ouvir Daemon desembainhar sua espada de aço Valiriano. — onde estamos?!

Daemon: eu não sei, fique por perto. — ordenou o Targaryen, avaliando o cômodo que se encontrava, uma mão segurava a espada enquanto a outra mantinha Rhaenyra por perto. Seus sentidos diziam claramente que estavam em um lugar perigoso. E o guerreiro tinha anos o suficiente para jamais duvidar de seu instinto, tinha sido ele que o manteve vivo nas dezenas de batalhas que participou.

A sala não era especial em nenhum aspecto, as paredes eram todas pintadas em preto, até mesmo o teto e o chão eram dessa cor. As luzes vinham de pequenas bolas de vidro, o que deixou os dois Targaryens curiosos e espantados, no entanto, a luz era a última coisa que eles deviam preocupar-se. As únicas mobílias presentes ali eram quatro cadeiras de madeira, um tanto quanto simples.

De repente, os futuros amantes não eram mais os únicos ali. Mais dois Targaryens apareceram para lhes fazer companhia, parecendo tão confusos quanto os que chegaram ali primeiro. Ambos olharam para os lados, à procura de inimigos, mas a única coisa que encontraram foi os dois outros Targaryen presentes ali.

Viserys: o que?! — o Rei se assustou, olhando ao seu redor sem entender. Pouco tempo atrás estava em uma reunião, e agora... Estava ali, naquele lugar que sequer sabia onde era. — Daemon?! O que está acontecendo?

Daemon: eu não sei, meu irmão. Chegamos alguns momentos atrás. — o herdeiro respondeu ao irmão, se aproximando do Rei para protegê-lo se necessário. — venha para perto, vocês duas.

A Rainha que nunca foi, Rhaenys, caminhou com uma calma silenciosa até os outros. Uma adaga misteriosa dançando sob seus dedos com habilidade.

??: durante centenas de anos, jamais imaginariam que uma Rainha subiria ao Trono. Pelo menos, não como a verdadeira Rainha dos Sete Reinos! As mulheres Targaryens não eram frágeis, mas ainda sim, nunca iriam substituir a um homem! Ainda que tivessem dragões. — uma voz misteriosa encheu a sala, vindo de todos os lados. Uma voz não-humana. — jamais iriam sair de seus papéis de parideiras, sempre incumbidas à procriação. Nada mais que gado, prontas para serem vendidas ao nobre mais rico ou por alguma aliança frágil.

O Rei não podia deixar de pensar em sua esposa, na forma como ele próprio buscava um herdeiro com tanta ferocidade. Não se perguntando como ela sentia-se sobre perder tantas crianças… Ele temia que não conseguiria pedir outra criança se a ouvisse dizer o quanto sofre ao tentar.

Rhaenys: quem diz essas palavras? — a mulher Targaryen questionou, forçando-se a falar. Curiosa sobre a pessoa que dizia aquelas verdades tão descaradamente para quatro dragões.

Targaryens de HOTD assistindo GOTWhere stories live. Discover now