A luz do sol entrando na janela

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Notas da autora: Oi pessoal! Pra quem não sabe, essa nota não estava aqui antes! Dei uma atualizada neste capítulo por que encontrei alguns erros de digitação e até mesmo de coerência... O motivo mesmo era por que essa história deveria ter sido escrita em inglês kkkkkk mas eu mudei de idéia e resolvi compartilhar com os fãs BR de Stardew Valley mesmo.
Espero que gostem!

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Mariah abriu os olhos pela manhã, dando uma rápida olhada na janela, que agora estava brilhando com a luz do sol. Sua pequena cabana estava mais iluminada, mostrando alguns tapetes, a mesinha perto de uma pequena televisão e alguns baús com seus pertences, tudo muito organizado. "Ai... já é de manhã?" ela murmurou enquanto se forçava a sair da cama e alongava as costas no processo. Ela levou algum tempo para afastar a tontura de seu estado de sonolência, mas assim que o fez ela pegou um calendário que estava ao lado de sua cama e olhou para um círculo que ela mesma havia feito com um marcador vermelho alguns dias atrás. Dentro dele estavam as palavras "novo começo" escritas em uma caligrafia mal feita, mas ainda compreensível, palavras que fizeram seu peito doer um pouco devido ao seu significado. Era apenas o 8º dia de primavera na Vila Pelicanos, mas ela já tinha muito o que fazer. Ela se levantou, trocou sua roupa colocando uma jardineira jeans escuro e uma blusa amarela, lavou o rosto e ligou a TV para ver a previsão do tempo enquanto comia um café da manhã simples. Aparentemente não tinha muita coisa para se ver nos canais abertos da região a não ser o jornal, um programa de culinária e uma estranha vidente que se apresentava todos os dias lendo a sorte dos telespectadores. Não era muito fã dessa última, mas tinha que admitir que parecia que suas previsões sempre acertavam de alguma forma...era meio assustador.

Terminada a refeição, ela desligou a TV, penteou seu cabelo curto - que era um ruivo quase vermelho - pegou a mochila e se aprontou para finalmente sair de casa depois de muito adiar esse momento. Ok, não posso continuar enrolando por muito mais tempo, ela pensou, vou apenas fazer o que planejei e tentar agir naturalmente. Até por que, foi para isso que eu me mudei para cá... Ela abriu a porta devagar, respirou fundo e saiu, tomando o cuidado de pisar na terra a sua frente com o pé direito. Primeiro, seus olhos se encontraram com o grande céu azul com algumas nuvens aqui e ali e então alguns pássaros voaram por perto da cabana cantando como de costume. Era um cena tão simples, porém ao mesmo tempo tão linda que parecia ter saído de um livro. "Ainda não me acostumei com a paz das coisas por aqui..." ela disse para si mesma antes de voltar seu olhar para o terreno ao redor. "Mas este lugar aqui está uma bagunça completa... caramba," ela suspirou. O chão estava cheio de grama selvagem e pedras espalhadas ao redor, algumas até bloqueando a passagem para o resto da fazenda. Além disso também pôde notar detalhes como os animais que fizeram ninhos nos escombros do que costumava ser a estufa de seu avô e a grande variedade de árvores que cobriam a maior parte do território. Ela nem sabia por onde começar seu trabalho, nem se tinha forças o suficiente pra isso, mas não podia mais voltar atrás. Não outra vez. Bem, foi minha própria escolha que me trouxe aqui, não é como se eu tivesse vindo contra a minha vontade, ela pensou enquanto franzia as sobrancelhas e suspirava profundamente.

Mudar de um ambiente urbano para um estilo de vida completamente diferente foi uma escolha muito difícil de fazer e a garota ruiva ainda não tinha conseguido nem mesmo o básico: socializar com as pessoas da cidade. No entanto, essa sutil mudança de ritmo em sua vida não foi à toa, e ela sabia disso muito bem. Claro, ela não esperava que tudo seria um mar de rosas, então esses dias de isolamento e descanso ainda estavam de alguma forma dentro de seus planos para se preparar mentalmente. Já se passaram oito dias desde que cheguei e ainda me sinto tão nervosa para falar com todo mundo...caramba, as vezes eu me sinto como um criança, ela pensou, ralhando consigo mesma. Depois de mais algumas respirações profundas, Mariah finalmente se sentiu pronta para ir. Suas mãos ainda estavam um pouco trêmulas pelo nervosismo, mas ela tinha que superar seus medos, ir falar com o prefeito e pelo menos dizer oi para alguns de seus vizinhos. Esse era seu objetivo principal e mais importante para o dia. Enquanto caminhava em direção ao local, algumas lembranças começaram a fluir em sua mente dos tempos em que ela passava as férias de verão lá com seu avô, antes de ele falecer. Naquela época, nenhum desses destroços estava por perto. Em vez disso, ela conseguia se lembrar quase vividamente de todas as galinhas ciscando o chão em busca de minhocas, as vacas mastigando e ruminando casualmente sua grama e todos aqueles quilômetros de plantações e árvores frutíferas que ele semeou e cuidou, tudo com seu trabalho duro. Eu nunca tive que cuidar de uma fazenda antes... mesmo que eu o ajudasse naquela época, eu era apenas uma criança, ela pensou, eu sei mesmo como plantar coisas? E se eu não conseguir obter uma renda da fazenda ou conseguir um emprego antes de usar todas as minhas economias? E se me mudar tiver realmente sido uma má escolha, como a mãe disse? E se eu fizer eles pensarem que eu ainda não estou bem o suficiente para cuidar de mim mesma?? Seus pensamentos começaram a correr descontroladamente em sua cabeça enquanto ela ainda estava andando, lentamente tentando assumir o controle como geralmente acontecia em suas crises. Mas, também como de costume, ela havia previsto essa possibilidade e estava preparada, agindo antes que isso se tornasse um problema mais sério. Ela abriu uma pequena mochila que carregava com ela, pegou um mp4 player e dois fones de ouvido, colocou-os e então ligou sua 'playlist calmante' no volume mais alto que podia. Nem sempre essa técnica tão simples funcionava, é claro, mas parecia estar realmente ajudando-a mais do que o esperado naquela situação atual. "Okay. Certo. Eu não tenho como prever o futuro... então foque no presente. Foque. No. Presente," ela repetiu para si mesma tentando sentir-se um pouco mais confiante em seguir em frente.

Com um pouco de paciência e persistência, ela teve sucesso em prosseguir até seu destino e logo sua pequena caminhada quase conturbada havia chegado ao fim. A casa do prefeito era uma bela vista para os olhos, até fazendo algum contraste em comparação com os outros prédios ao redor - algo que ela não conseguia lembrar muito bem se sempre foi assim desde a época que passava as férias alí. Ao seu lado estava uma caminhonete e, ajoelhado na frente dela, havia um homem que parecia ter uns 50 anos vestindo uma camisa verde, chapéu e calças marrom e suspensórios. Ele parecia estar bem tranquilo polindo o carro enquanto assobiava uma música desconhecida, só parando o que estava fazendo ao perceber a garota se aproximando de sua residência:

"Ah, Mariah! Você veio mesmo!" Chamou o homem enquanto se levantava e se virava para encará-la. "Estava indo lá na fazenda fazer uma visita, mas demorou mais que o esperado pra limpar essa belezura aqui, hehe! Conseguiu descansar bem?"

"Bom dia Prefeito!" Ela disse enquanto se aproximava dele e tirava os fones de ouvido. "É, eu consegui sim, obrigada por perguntar! Desculpe por demorar tanto para vir... mas isso faz parte do processo de adaptação não é?"

"Não, não se preocupe com isso. Todo mundo tem seu tempo e sua maneira de fazer as coisas... e por favor, me chame de Lewis! Eu te conheço desde que você era criança!" Ele disse, colocando a mão no quadril e suspirando. "Ah, como o tempo voa, certo? Parece que foi ontem que seu avô e eu costumávamos bater papo enquanto você e as outras crianças ficavam brincando. Mas agora você é uma mulher feita! Já está até assumindo o legado dele com a fazenda!"

Ao ouvir a menção à seu avô e o legado que aparentemente deveria assumir, seu sorriso desapareceu um pouco mesmo que ela estivesse fazendo um grande esforço para não deixar transparecer. "S-sim... o legado dele hein. Ahem... Eu não sei bem quanto a isso de legado mas...vou me esforçar para não estragar tudo outra vez não é? Chega de decepção! Hahaha!" Sua risada estava forçada e carregava um certo nervosismo, fatos que foram captados por Lewis.

"U-uh..." Essa frase repentina o pegou desprevenido, tornando um pouco difícil saber como reagir. Mesmo assim ele tentou, porém, "s-sim, é claro..! Ah... erm..." sem muito sucesso.

Aquela frase tinha saindo da boca dela contra sua vontade, mas era tarde demais para fazer qualquer coisa sobre. Seu rosto ficou vermelho como um tomate e um silêncio constrangedor começou entre os dois... Isso estava claramente deixando ambos muito desconfortáveis, mas a fazendeira não tinha ideia do que dizer para reparar sua pequena gafe. Queri apenas se esconder dentro de um buraco e desaparecer. Felizmente, porém, Lewis decidiu continuar falando, conseguindo quebrar o gelo.

"B-bem, de qualquer maneira... Vamos começar com o tour, certo? Era para acontecer bem quando você chegou, mas já que você me pediu para te deixar descansar durante a semana..." eles começaram a andar enquanto conversavam - eu sei que você já está familiarizada com muitas coisas aqui, mas, houveram algumas mudanças aqui e ali. Junto com alguns rostos novos que chegaram depois que você parou de vir para cá!"

Eles caminharam juntos por um tempo, discutindo alguns assuntos sobre sua fazenda, sobre a vila e apontando os lugares mais importantes que ela deveria conhecer. A clínica, a loja do Pierre, o bom e velho Saloon, a cabana do Willy, o mercado Joja... Algumas pessoas até a reconheceram no caminho e pararam para dizer oi, deixando a garota toda nervosa pelo calor que ela podia sentir vindo de seus sorrisos acolhedores. Ainda assim, a maioria deles estava ocupada com seus próprios horários, não deixando muito tempo para conversas nostálgicas.

"Olha, eu sei que você ainda tem muito o que fazer hoje, então vou deixar o resto com você. Apenas certifique-se de dizer oi a todos sempre que puder, tá?"

"Beleza, vou fazer o meu melhor. Obrigado por tudo, Lewis!" Ela disse com um sorriso agradecido para ele e acenando adeus enquanto ele ia embora.

"Imagina! Precisando, estou às ordens!"

No caminho de volta, a moça ficou pensativa sobre tudo o que havia acabado de ouvir. Parte dela tentava reter as informações sobre a comunidade, já a outra parte tentava reter as informações sobre como cuidar da fazenda...mas algo dentro dela dizia que ambas informações seriam valiosas demais para escolher somente uma. "Caramba...pelo visto me isolar da sociedade não vai ser uma idéia muito inteligente." Ela comentou em voz alta, franzindo o cenho logo em seguida, "na verdade essa nunca foi uma idéia muito inteligente pra início de conversa. E nem saudável. Foi por isso que me mudei pra cá...chega de ostracismo." Mais uma vez ela se concentrava em fazer seu trajeto de volta, quando de repente trombou um alguma coisa pequena que não havia visto enquanto andava e quase perdeu o equilíbrio.

"AI!! Meu braço!!" uma voz fina e feminina gritou, vinda exatamente do ponto em que a 'coisa pequena' havia caído.

"E-eita!! Meu Yoba do céu, menina!! Você está bem???

Continua...

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Créditos pela imagem: jessmeixing https://www.reddit.com/r/StardewValley/comments/qg5aty/i_painted_fall_season_of_my_farm_art_by_me/?utm_source=share&utm_medium=ios_app&utm_name=iossmf

A Beleza da Simplicidade - Stardew Valley Where stories live. Discover now