prólogo

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Ele era brilhante.

Foi a primeira coisa que pensou quando o viu. Não era sobre intelecto que ele falava, já que nunca havia trocado uma palavra com ele.

Ele devia ser um pouco mais novo que Louis, que tinha 12 anos na época. Apenas uma criança.

Mas aquele menino brilhava. Ele tinha algum tipo de singularidade que o tornava tão resplandecente que fazia tudo ao seu redor iluminar. Louis imaginou se talvez ele tivesse juntado todo o calor que o sol emitia desde a criação do universo para si mesmo e por isso cintilava tanto, emitia tanto calor. Porque aquele menino, com certeza, foi egoísta e roubou toda a luminosidade da maior estrela do sistema solar. Ele roubou tudo para si e fez com que todas as outras pessoas se apagassem.

Observou enquanto o menino arrastava uma mala de rodinhas para dentro da casa, anunciando naquele momento que ele seria seu vizinho. E Louis estava tão concentrado, tão enfeitiçado por ele que teve medo de furá-lo com seu olhar, uma vez que não conseguia desviar sua atenção dele.

O jovem Tomlinson tinha plena consciência que outras pessoas mais velhas também levavam algumas malas e caixas para dentro, provavelmente seus pais. Mas eles tinham se tornado figurantes perto daquele menino.

Talvez fosse algum tipo de brilho infantil e travesso que o tornava assim, mas ele não se lembrava.

Não se lembrava de ver uma criança que cintilava assim.

O garoto parou, provavelmente sentindo seu olhar e, vagamente, se virou para o lugar que ele se encontrava, procurando seu olhar e, assim que o achou, seus lábios se curvaram para cima, ele abriu a boca e... ali estava, um sorriso. E aquele sorriso...

Louis tinha lido em algum lugar que a maior estrela encontrada no Universo era uma nomeada Vy Canis Majoris. Ela era tão grande que seu diâmetro era nove vezes a distância da Terra até o sol, a superestrela era 2100 vezes maior que o sol. O sol, que tinha sua circunferência 109 vezes maior que a da Terra.

Aquele sorriso tinha mais de 2100 vezes de radiação solar, era mais de 2100 vezes brilhante.

Aquele sorriso não tinha a luminosidade de uma Vy Canis Majoris, a maior estrela já encontrada.

Tinha mais que isso.

Aquela era a maior estrela do Universo e ele não precisava estudar e vasculhar o Cosmos para saber disso, porque não tinha como existir algo mais chamejante que aquilo.

Ele descobriu algo que os cientistas nunca saberiam. Ele descobriu que a maior estrela que já existiu em todas as galáxias estava ali, na frente dele, andando sobre a Terra.

Fazia 10°C, mas ele sentia que aquilo estava errado, pois sob aquele sorriso ele sentia que estava há mais de 1.000.000.000.000.000°C e ardia tanto que não fazia sentido que ele estivesse vivo.

Ele soube.

Olhando para aquele sorriso, ele soube.

Ele soube que iria morrer queimado.

                     

Stolen sun | l.s.Where stories live. Discover now