Capítulo 9 - Tesão reprimido.

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Nina

Sai da sala com tanto ódio do Mark que sinto a adrenalina pulsar em minhas veias. Preciso respirar. Andando pelo campus, tento acalmar a mente, mas a cena ainda está viva em minha memória. Ele não deveria ter feito aquilo, aquela provocação foi a largada para a guerra que iria vir, mas não ia deixar barato, mas não mesmo!

Chego ao meu apartamento e, ainda agitada, decido fazer uma live para meus assinantes. É uma forma de liberar a tensão e de me sentir no controle novamente. Coloco uma lingerie provocante, ajusto a iluminação e ligo a câmera. O chat começa a encher de mensagens e eu sorrio, sentindo o poder que tenho sobre meus espectadores.

— Oi, meus queridos! — Digo, minha voz doce e sedutora. — Hoje estou com um pouco de raiva e preciso de vocês para me acalmar.

As respostas no chat são imediatas, com muitos deles se oferecendo para me ajudar a aliviar a tensão. Ignoro a maioria e me concentro naqueles que sempre aparecem, aqueles que pagam pelas sessões privadas.

Então, de repente, vejo uma mensagem de um usuário que sempre se destaca. Ele nunca fala muito, mas sempre está presente, pagando pelas salas privadas.

— Divertindo-se muito hoje para não entrar mais, Nina? — A mensagem aparece e eu paro por um segundo, surpresa. Ele nunca foi tão direto antes.

— Ah, então você está com saudade das nossas sessões privadas? — Perguntou, provocativa. — Talvez eu esteja me divertindo demais aqui, mas acho que posso abrir uma exceção para você hoje.

Entro na sala privada, sentindo uma excitação renovada. Ele está lá, esperando. Sento-me em uma posição confortável, deixando minha lingerie à mostra.

— O que você gostaria de ver hoje? — Pergunto, enquanto deslizo meus dedos lentamente pela renda da lingerie.

— Quero ver você se contorcendo de prazer, Nina. — A resposta vem rápida, e sinto um arrepio percorrer minha espinha.

Obedeço, começando a me tocar lentamente, aumentando a intensidade conforme ele me guia. Cada toque é uma forma de liberar a raiva que sinto por Mark, uma maneira de retomar o controle. Mas enquanto meus dedos deslizam pela minha pele, minha mente volta para Mark. A raiva que sinto por ele se mistura com o desejo, cada toque me lembrando da intensidade de nosso encontro mais cedo. Penso em como ele me fez sentir, como ele conseguiu me provocar até o limite.

Minutos depois, estou ofegante, a câmera capturando cada movimento, cada gemido. Ele me mantém no limite, dando instruções precisas, mas nunca me deixando gozar completamente. É uma tortura deliciosa, e eu me perco na sensação, pensando em como Mark me deixou assim, desejando mais.

— Pare. — A ordem chega inesperadamente, e eu paro, ofegante e frustrada. — Boa menina. Agora, eu quero que você se lembre disso da próxima vez que pensar em se divertir sem mim.

Desligo a live, sentindo uma mistura de frustração e satisfação. Quem quer que ele seja, sabe como me manipular. Fico com receio de alguém descobrir meu disfarce... Como ele sabe exatamente o que eu estou fazendo? Será que ele suspeita de algo? Tento afastar esses pensamentos, mas a paranoia começa a crescer.

Deito na cama, ainda tremendo de excitação. As palavras do assinante ecoam na minha mente, uma sombra persistente que se recusa a desaparecer. "Divertindo muito hoje para não entrar mais, Nina?" Como ele sabe o que estou fazendo? O pensamento é perturbador, insinuando-se nas profundezas da minha mente, corroendo minha confiança.

Reviro-me na cama, incapaz de encontrar uma posição confortável. Minha mente corre a mil, repassando cada interação, cada detalhe da minha vida online e offline. Será que deixei escapar alguma coisa? Será que alguém me viu entrando e saindo da fraternidade? Ou pior, será que alguém descobriu minha identidade secreta?

Meus olhos se fixam no teto, mas tudo o que vejo são imagens dele. O modo como ele me puxou para perto na festa, o toque de sua mão em minha cintura, o calor de seu corpo contra o meu. Meus pensamentos voltam para Mark, a intensidade de nossa última interação ainda queimando em minha pele. Há uma parte de mim que não consegue parar de pensar nele, mesmo quando estou tentando me distrair. E se for ele? A ideia me assombra, me fazendo questionar cada movimento, cada palavra.

Preciso me acalmar. Puxo as cobertas mais para perto, tentando encontrar consolo no calor. Tento lembrar de todas as medidas que tomei para proteger minha identidade, mas a paranoia é uma força poderosa. Sei que não posso deixar isso me consumir, mas é difícil quando sinto que estou sendo observada.

— Não pode ser ele. — Murmuro para mim mesma, tentando dissipar a sombra da dúvida. — Ele não tem como saber.

Mesmo assim, a sensação persiste. O medo de ser descoberta, de perder tudo o que construí. Cada vez que fecho os olhos, fico buscando falhas em minha segurança, em minhas defesas.

Finalmente, o cansaço começa a vencer a batalha contra a ansiedade. Meus olhos se fecham lentamente, mas a inquietação ainda está lá, uma presença constante no fundo da minha mente.

Secret Life - NinaWhere stories live. Discover now