Capítulo 1 - Sonhos

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"Do céu viera uma estrela em chamas que se colapsara na floresta a oeste de Astier, o impacto causara transformação na área, que com o tempo fora capaz de destruir todo um reino". O rei de Zorva acordara bastante ofegante do que fora apenas um sonho, que se repetira pela quarta vez em apenas uma semana. Alexander Fort era bondoso, mas considerado fraco e mal planejador por muitos ao próprio redor, dado as decisões erradas e impulsivas que possuía o hábito de tomar.

Não obstante, Alexander vinha de uma linhagem real em que sua mãe tinha o hábito de ter sonhos de acontecimentos que poderiam se concretizar. Além disso, quando criança, a mãe do rei o contara histórias sobre itens sagrados da Floresta Proibida e reino de Astier, contos sem nexo e em forma de enigmas que os anciões acreditavam que o influenciara a ter sonhos sobre o local. Alexander era o 13º rei de Zorva, no entanto, poderia ser facilmente apontado por boa parte dos cidadãos como o pior governante que o reino já tivera. Para mais, o rei possuía cabelos negros com o início de tons grisalhos e uma barba majestosa, dura e cheia, que combinava com a coroa e vestimentas ornamentais que sempre usava.

Logo, mesmo que de madrugada, intrigado pelo sonho que se repetira, o rei ficara aflito e se dirigira até o quarto de sua avó Tanna, uma anciã da Cidade Real que outrora fora rainha.

- É a quarta vez que sonho com a Floresta Proibida. Relatara o rei evidenciando a ansiedade ao entrar no quarto da avó e despertá-la.

Tanna acordara confusa com a situação e dissera ao neto sem paciência:

- Ainda é madrugada Alexander, estou exausta, deixe-me dormir, amanhã conversamos sobre seus sonhos.

- Não, não era um sonho, era real, eu podia sentir em detalhes...estou confuso... Desabafara o rei que então prosseguira agitado:

- Minha mãe falava sobre a floresta, não é? E se tiver algo naquele lugar que precisamos descobrir? Algo importante.

- Foi só um sonho Alexander! Me deixe em paz ou lhe trancarei nos calabouços desse castelo. Afirmara Tanna zangada pela perturbação do neto que então saíra do quarto frustrado.

Contudo, após o neto abandonar o quarto de Tanna, a velha perdera o sono, posto que Alexander a conseguira causar curiosidade sobre o que realmente poderia conter na Floresta Proibida próxima do que um dia fora o antigo reino de Astier. Tanna então começara a cogitar que uma expedição na área em busca de detalhes poderia ser uma boa ideia que agregasse aos conhecimentos da Cidade Real, visto que sua filha, Agnes, sempre mencionara sobre lendas da floresta de Astier, onde havia plantas extraordinárias e itens valiosos.

Tanna era a matriarca da família real, com 88 anos e já havia visto boa parte de sua casa morrer por consequências estúpidas, diante disso, restavam vivos apenas Alexander e seus três filhos. Apesar da idade, cabelos brancos e pele enrugada, a velha era bem disposta e fazia total questão sobre se envolver aos assuntos mais importantes quanto ao futuro do reino. Tanna sempre considerara o neto Alexander incompetente, rodeado por decisões ruins e escolhas erradas desde a infância. Ainda assim, a velha temia que o neto tivesse o mesmo destino da mãe, que ficara louca e que isso acarretasse ao final da linhagem de sua família.

Por outro lado, Alexander inquieto com os sonhos e fora até o último andar do castelo, onde ficavam os guardas e possuía uma visão capaz de observar toda a Cidade Real. Enquanto buscava se acalmar, o rei fora surpreendido por um guarda que o lançara:

- Sem sono, minha majestade?

- Sim. Respondera Alexander descontente com as perturbações que passara.

- Aqui é um bom lugar para recuperar a paz, o silêncio da noite pode ser capaz de nos curar. Relatara Alson em busca de contentar o rei.

- E você acredita nisso? Ironizara Alexander com ceticismo.

Contos de Zorva e a Floresta ProibidaWhere stories live. Discover now